Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)

segunda-feira, 9 de julho de 2012

Governo não realiza avaliações realistas sobre hidrelétricas na Amazônia

Segunda, 9 de julho de 2012
As 30 usinas hidrelétricas projetadas para a Amazônia Legal trazem danos que o governo não consegue prever, evitar ou mitigar. É o que afirma o Observatório de Investimentos na Amazônia, do Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc).
www.brasil.agenciapulsar.org
Rio Madeira, Rondônia. (evolverde)

Em Nota Técnica, divulgada recentemente, o Obsevatório alerta a sociedade brasileira para a necessidade de uma urgente e profunda discussão sobre os impactos destas usinas. Além da ausência de estudos sobres impactos ambientais e sociais, a pesquisa chama atenção para a falta de planejamento no emprego de verbas públicas nestes empreendimentos.

Na segunda parte do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC) estão previstos investimentos de quase 95 bilhões de reais em hidrelétricas na Amazônia. Até dezembro de 2011, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) já havia emprestado cerca de 22 bilhões nestas usinas.

Para o governo, tais aportes são tidos como estratégicos para a dinamização da economia e a ampliação da geração de energia. No entanto, Alessandra Cardoso, responsável pelo estudo, diz que “essa visão, para além das contradições e críticas que suscita, está longe de vir acompanhada de um planejamento de políticas públicas”.

Em um dos trechos, a autora lembra as experiências com as duas usinas no rio Madeira, a de Jirau e a de Santo Antônio. Depois de mais de quatro anos do início de execução das obras das barragens, os Planos de Proteção e Vigilância das Terras Indígenas afetadas não saíram do papel.

Este estudo do Observatório de Investimentos na Amazônia, o primeiro de uma série que será divulgada até final do ano, destaca também que as hidrelétricas geram consequências ainda menos conhecidas como: impactos ambientais provocados pelas modificações na hidrologia; perda de espécies da flora e da fauna; e emissões de gás carbônico derivadas da inundação e do aumento do desmatamento. (pulsar)

Fonte: Agência Pulsar