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(Millôr Fernandes)

sábado, 8 de março de 2014

Blog do Mino: O caixa do cacique Alexandre Padilha

Sábado, 8 de março de 2014 
Blog do Mino

EXCLUSIVO: O caixa do cacique Alexandre Padilha


06/03/201421:59
Ex-ministro da saúde, Alexandre Padilha. Foto: EBC

Por: Mino Pedrosa e Lindauro Gomes

Um e-mail criado com o nome de "frotacacique@gmail.com" para fraudar licitação bilionária do Ministério da Saúde deixou rastros com provas irrefutáveis de uma organização criminosa que teve o aval do então ministro da Saúde, Alexandre Padilha. Foi no escritório de advocacia Jacoby Fernandes e Reolon Advogados e Associados, na península dos ministros, bairro nobre da Capital Federal, que foi formatado um edital dirigido para alugar veículos para a Secretária Especial de Saúde Indígena do Ministério da Saúde.

O contrato superfaturado tem como objetivo a prestação de serviços continuados de transportes (locação de veículos com motoristas), nos modelos PICK-UP e PICK-UP para urgência e emergência Plantão Noturno, POPULAR e Van, para atender ao Distrito Especial de Saúde Indígena – Bahia.  Conforme especificações e quantitativos estabelecidos no Termo de Referencia e no Edital de Licitação. A intenção da quadrilha era ter em mãos a ATA de Registros de preços que permite atuar em todo o Brasil em licitações públicas que tenham o mesmo objeto, no caso, tudo começou pela Bahia e foi montado para se extender por todo país chegando a totalidade de 988 veicúlos, com a finalidade de atender toda as secretárias indígenas (Disei - Distrito Sanitário Especial Indígena). O valor da propina é de R$ 3 milhões mensais. A Ata é um recurso muito utilizado pelo governos para fugir de concorrências e colocar contratos bilionários nas mãos de aliados. A documentação e as gravações que trazem os registros do computador do escritório de advocacia chegaram às mãos da Polícia Federal e Ministério Público em São Paulo.

Com perfume francês, escarpam e roupas coladas marcando a silueta, Beatris Gautério de Lima, assessora do secretário de saúde do Distrito Federal, Rafael Barbosa, circulava com desenvoltura entre o gabinete do ministro Alexandre Padilha e a Sesai, departamento que trata da área indígena no Ministério da Saúde. Beatris Gautério foi emprestada para o ministro Alexandre Padilha para coordenar a fábrica de documentos produzidos pelo escritório de advocacia que tem Jaques Fernando Reolon à frente da bilionária fraude. A licitação, na forma de pregão presencial, foi realizada no Disei da Bahia, sob a batuta da diretora Nancy Filgueiras, e a maioria dos envolvidos ficaram hospedados no  Casa Grande Hotel, onde Beatris Gautério recebeu diárias do Ministério da Saúde para dirigir o certame para a locadora de veículos San Marino (foto) como combinado, sair vencedora. O curioso é que a San Marino sequer possui identificação na fachada e abocanhou bilhões do governo.