Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)

sábado, 12 de julho de 2014

Candidatos repudiam prisões no Rio e lançam nota pública

Sábado, 12 de julhoo de 2014
Por Ninja
O documento, assinado por lideranças como Marcelo Freixo e Lindberg Farias e lançado nas redes sociais, repudia prisões ocorridas hoje no Rio de Janeiro no que classificam como  'derrota da democracia e da Constituição'.
 Protesto no centro do Rio de Janeiro, em 7 de outubro de 2013. Foto: Gutemberg Brito
 Protesto no centro do Rio de Janeiro, em 7 de outubro de 2013. Foto: Gutemberg Brito
Leia a íntegra do documento

Rio de Janeiro, 12 de Julho de 2014. 
Enquanto os brasileiros sofrem com a derrota da seleção, um resultado muito mais grave está sendo engendrado: a derrota da democracia e da Constituição. No Rio de Janeiro, por razões políticas, 17 pessoas foram presas, com base em mandados de prisão temporária, e dois menores foram apreendidos. Um representante do poder judiciário viabilizou a ação policial, evidenciando mobilização orquestrada com participação governamental. 
A operação foi justificada para prevenir ações que pudessem perturbar a ordem pública no dia da decisão da Copa do Mundo. Por esse motivo os advogados têm tido dificuldade em conhecer a substância de cada acusação: tudo foi feito para impedir que os presos se beneficiassem de Habeas Corpus antes de domingo. O chefe da polícia civil tem deixado claro, em seus pronunciamentos, que as prisões visam prevenir possíveis ações. Estamos diante de uma arbitrariedade inaceitável, que agride o Estado democrático de direito. 
As prisões constituem ato eminentemente político e criam perigoso precedente: a privação da liberdade individual passa a ser objeto de decisão fundada em previsões e no cálculo relativo ao interesse dos poderes do Estado. Foram golpeados direitos elementares individuais e de livre manifestação. Conclamamos todos os cidadãos comprometidos com os princípios democráticos, independentemente de ideologias ou filiações partidárias, a unirem-se contra o arbítrio e a violência do Estado, perpetrada, ironicamente, sob a falsa justificativa de evitar a violência.
Marcelo Freixo, Jean Wyllys, Lindberg Farias, Chico Alencar, Tarcísio Motta e Luiz Eduardo Soares