Sábado,
26 de julho de 2014
Rodrigo Bethlem é denunciado pela ex-mulher, Vanessa Felippe
Jornal
do Brasil
Gravações obtidas pela revista Época revelam que o deputado Rodrigo
Bethlem recebia propina na Prefeitura do Rio e mantém conta na
Suíça. Vanessa Felippe, ex-mulher de Bethlem, conhecido como "Xerife
do Rio", gravou também vídeos
mostrando como ela recebia pensão: R$ 20 mil em dinheiro vivo.
O homem de confiança
de Sérgio Cabral e Eduardo Paes foi denunciado pela mulher, que sempre se
elegeu graças ao prestígio do pai na Zona Oeste do Rio. Vanessa Felippe
denunciou que o ex-marido tem uma conta na Suíça e que recebia a pensão em
dinheiro vivo.
A revista só não publica trechos de uma gravação com os
diálogos que Vanessa teve com uma amiga, embora a publicação tenha esses
registros.
Segundo Época, numa conversa tensa
em novembro de 2011, o deputado federal Rodrigo Bethlem, do PMDB do Rio de
Janeiro, acertava com a empresária
Vanessa Felippe detalhes do divórcio dos dois, como o valor que ele pagaria de
pensão. Bethlem pedira licença da Câmara dos Deputados naquele ano para servir
à prefeitura, como secretário municipal de Assistência Social. A discussão se
estendeu por duas horas e meia na casa de Vanessa, num luxuoso condomínio da
Barra da Tijuca, Zona Oeste da cidade.
Segundo a revista, seria apenas
uma briga de casal, sem interesse
público, não fossem as revelações comprometedoras que Bethlem fez a Vanessa.
Bethlem contou que embolsava aproximadamente R$ 85 mil por mês, além de seu
salário como secretário. Na conversa, ele sugere que se tratava de propina
oriunda de contratos da Secretaria, incluindo um convênio para cadastrar
beneficiários do Programa Bolsa Família. Bethlem também afirmou ter uma conta
bancária na Suíça e praticamente admitiu caixa dois em suas campanhas
eleitorais. Vanessa gravou toda a conversa, mas a manteve em segredo por mais
de dois anos.
Bethlem começou a pagar a pensão em 2012. Em vez de
cheques ou depósito na conta bancária, Vanessa conta que recebia em casa
pacotes com dinheiro vivo. Cada remessa continha R$ 20 mil em notas de R$ 100.
Vanessa reclamava que a quantia era insuficiente para bancar as despesas
domésticas. Ela decidiu instalar câmeras escondidas na casa e filmou pelo menos
três entregas de dinheiro. Os pacotes eram trazidos por um assessor do gabinete
de Bethlem na Câmara dos Deputados em Brasília.
Bethlem, de 43 anos de idade, trilhou o caminho da
política bastante jovem. Filho da atriz Maria Zilda, foi nomeado aos 22 anos
subprefeito da Lagoa, bairro da Zona Sul carioca, pelo então prefeito César
Maia, hoje no DEM. Alguns anos depois, assumiu a subprefeitura de Jacarepaguá,
na Zona Oeste, região mais populosa da cidade. Conseguiu se eleger vereador em
2000. O sucesso político veio pelas mãos do prefeito Eduardo Paes. No primeiro
ano de mandato, em 2009, Paes nomeou Bethlem secretário de Ordem Pública.
Na conversa gravada, Bethlem diminui o tom da voz ao falar
sobre seus rendimentos. “Por que você está falando baixo? Não tem ninguém
aqui”, diz Vanessa. Ele responde que estava “paranoico”. Diz que algum
“inimigo” poderia ter grampeado seu telefone e que o aparelho, mesmo desligado,
tem como gravar o diálogo. Não poderia imaginar que o perigo era o gravador que
Vanessa acionara às escondidas. Bethlem diz que ganhava cerca de R$ 100 mil por
mês. Afirma que sua “principal fonte de renda” era dinheiro proveniente de um
dos contratos da Secretaria Municipal de Assistência Social. Tratava-se de um
convênio para cadastrar famílias de baixa renda e criar um banco de dados com
nomes e endereço de pessoas com direito a inclusão em programas sociais, como o
Bolsa Família. Bethlem não conta a Vanessa que empresa fora contratada para o
serviço, mas diz que o convênio tem prazo de sete meses.
Vanessa diz que começou a receber em casa R$ 20 mil em
espécie. Sua reação foi filmar a entrega do dinheiro, feita por um emissário de
Bethlem. O homem de bigode, óculos e com ar impaciente que aparece nos vídeos é
José Carlos de Oliveira Franco, secretário parlamentar nomeado para o gabinete
de Bethlem na Câmara. As imagens mostram Vanessa, com maços de notas de R$ 100
na mão, reclamando, diante de José Carlos, que o valor é insuficiente para
pagar as contas domésticas, como tarifas de gás, água e salário de empregados.
Além de relatar ganhos suspeitos na Secretaria de
Assistência Social, Bethlem ainda faz mais revelações comprometedoras na
conversa de novembro de 2011. Ele relembra discussões anteriores do casal sobre
a partilha de bens. Diz que, certa vez, Vanessa ameaçara revelar à polícia a
existência de uma conta bancária que ele mantinha na Suíça. Vanessa nega ter
feito a ameaça. Bethlem rebate: “Você por acaso não disse que, se eu não desse
a metade (dos bens) para você, muita gente gostaria de saber que eu
tinha conta na Suíça?”. Vanessa insiste que não fizera a acusação porque não
tinha provas. Bethlem emenda: “Você está careca de saber que fui à Suíça para
abrir uma conta lá... Não seja hipócrita”. Bethlem ainda diz a Vanessa que, por
causa da ameaça, quase sofreu um infarto.
CLIQUE AQUI E VEJA A REPORTAGEM COMPLETA DA REVISTA ÉPOCA.
CLIQUE AQUI E VEJA A REPORTAGEM COMPLETA DA REVISTA ÉPOCA.