Domingo, 6 de julho de 2014
Do Jornal do Brasil
Um país pobre como o nosso pode acreditar na honestidade da
vida política? Uma campanha de um candidato a deputado estadual de um partido
como o PMDB, para se eleger, terá um gasto superior a 1 milhão de dólares. Isso
se for um candidato conhecido.
Nos quatro anos de mandato, esse mesmo candidato não ganhará mais do que R$ 600 mil, no máximo. Tendo gasto R$ 2,4 milhões, quem compensará a diferença? Como se vê, nas prestações de contas, mesmo o parlamentar perdendo dinheiro e tendo que pagar a sua campanha, seu patrimônio sempre aumenta. Isso considerando um candidato conhecido, já com mandato. Imagina os candidatos que se elegem a primeira vez, sem nenhuma base política, devem gastar mais de 2 milhões de dólares.
Nos quatro anos de mandato, esse mesmo candidato não ganhará mais do que R$ 600 mil, no máximo. Tendo gasto R$ 2,4 milhões, quem compensará a diferença? Como se vê, nas prestações de contas, mesmo o parlamentar perdendo dinheiro e tendo que pagar a sua campanha, seu patrimônio sempre aumenta. Isso considerando um candidato conhecido, já com mandato. Imagina os candidatos que se elegem a primeira vez, sem nenhuma base política, devem gastar mais de 2 milhões de dólares.
Alguém pode acreditar na honestidade desse senhor que vai
para a Assembleia Legislativa fiscalizar e legislar em nome do povo? E no fim
do seu mandato sempre tem o seu patrimônio maior do que quando se candidatou
pela primeira vez. Essas observações são para um deputado estadual. Imagina,
senhores, para um deputado federal, o gasto não será menor do que 5 milhões de
dólares. E a receita desses senhores não será maior do que R$ 1 milhão nos
quatro anos de mandato.
Como o povo pode acreditar que esses senhores vão defender
os seus interesses? A opinião pública, os formadores de opinião, se preocupam com as
corrupções, como têm que se preocupar. Mensalão, Pasadena, Alstom,
Metrô de São Paulo, privatizações, "anões do orçamento",
estádios superfaturados, Odebrecht, Andrade Gutierrez, e todos os outros
alavancadores de corrupção. Tudo isso faz com que o povo tenha certeza de
que um senador eleito, tendo gasto em uma campanha mais de R$ 20 milhões e não ganhando nos oito anos de mandato mais do que
R$ 4 milhões, tendo feito, então, em prejuízo de mais de R$ 15 milhões, pois o
que gastou em uma campanha que se elegeu, menos a receita. O povo pode
acreditar que esse senhor vai defender os seus interesses?
Depois de tantos absurdos onde o povo, mesmo o mais pobre,
está absolutamente esclarecido que isso não é normal. As campanhas em países
desenvolvidos, pode haver algum interesse dos políticos em defender segmentos empresariais, já que esses políticos eleitos
com financiamentos privado podem ser lobistas desses empresários. Mas em um
país que o gerador de lucro e negócios é o estado, o município ou a União, com
certeza o povo sabe que todos esses escândalos que nós vimos e que destroem o
Brasil há mais de 60 anos pela bactéria da corrupção, continuará sendo essa
mesma bactéria destruidora da dignidade, da moral das instituições brasileiras.
Ou se faz uma reflexão urgente dessas barbáries, ou nosso futuro os sociólogos
deveriam dar um diagnóstico, imediatamente.