Quarta, 16 de julho de 2014
Isabela Vieira - Repórter da Agência Brasil
A Polícia Civil do Rio de Janeiro pediu hoje
(16) a extensão da prisão temporária (válida por cinco dias) de 16 investigados
por participação em atos violentos em manifestações. O pedido não incluiu os 12 ativistas autorizados ontem (15) a serem liberados pela Justiça, por
meio habeas corpus. No sábado (12), a Operação Firewall prendeu 19 pessoas e apreendeu dois adolescentes. Ao todo,
26 prisões foram decretadas pela 27ª Vara Criminal. Nove pessoas estão
foragidas.
O alvará de soltura dos 12 ativistas está no
Cartório da 7ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro e a
expectativa dos advogados é que os ativistas deixem o sistema penitenciário
hoje. Entre eles, a advogada Eloysa Samy Santiago, assistida pela Ordem do
Advogados do Brasil (OAB), e a radialista da Empresa Brasil de Comunicação
(EBC), Joseane Freitas, defendida pelo Sindicato dos Jornalistas do Município
do Rio de Janeiro.
A advogada do Instituto Defensores de
Direitos Humanos (DDH), Raphaela Lopes, que conseguiu a liberação de três
ativistas, aponta duas irregularidas nos processo: a decretação de prisão
temporária para prevenir um “fato futuro”, o que deveria ser feito pela prisão
preventiva, e a ausência de indícios que justificassem a prisão. “Não há um detalhamento
do porquê, do envolvimento dos ativistas em supostos atos ilegais”.
O instituto, que também defende um dos
adolescentes apreendidos, encaminhará ainda hoje um pedido de extensão dos
efeitos do habeas corpus do 12 ativistas para o jovem ainda hoje.
Anteriormente, a entidade ingressou com pedido de liberdade assistida.
Segundo o instituto, além dos adolescentes,
permanecem presos a professora da Universidade Estadual do Rio de Janeiro
(Uerj), Camila Jourdan; e os ativistas Tiago Teixeira da Rocha, Eduarda
Oliveira de Castro, Igor Pereira D'Icarahy e Elisa Quadros Pinto Sanzi, a
Sininho.
A Polícia Civil informou, em nota, que nem
todas as informações acerca do inquérito podem ser divulgadas devido ao segredo
de Justiça. A nota diz que o inquérito foi aberto para apurar atos violentos em
protestos em setembro do ano passado e que as investigações ainda não foram
concluídas. Os detidos são acusados de associação criminosa.
Saiba Mais
