Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)

sábado, 5 de julho de 2014

Eliana Calmon critica tentativa de esvaziamento do CNJ

Sábado, 5 de julho de 2014
Da Tribuna da Bahia
Defensora ferrenha do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), órgão que comandou e deu visibilidade à sua carreira, a jurista e candidata ao Senado pela Bahia, Eliana Calmon (PSB), demonstrou preocupação com uma declaração do atual presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski. O chefe da alta corte do Judiciário informou que o trabalho do CNJ focará mais na gestão ao invés da fiscalização. Para Eliana, caso ocorra, será um equívoco para o processo de transparência da Justiça brasileira.
“Existe uma preocupação. Ele disse que faria do CNJ um órgão para gestão, daria essa ênfase. Hoje, o CNJ representa 80% de corregedoria, mas não significa que o trabalho é apenas no combate, mas fiscalização, questões administrativas... No momento que é dito que não focará as investigações, você está dizendo você não irá priorizar as vistas nas responsabilidades. Poderá ser um grande equívoco, talvez ele não conheça a realidade da Justiça brasileira”, respondeu a jurista. De juíza a uma candidata passível da atuação da Justiça Eleitoral. Eliana vive o outro lado da moeda, como ela mesma intitulou. Questionada pela Tribuna quanto à sua opinião sobre o órgão responsável pela coordenação das eleições no Brasil, a socialista chama de “formalista” e acredita que a legislação é “perversa”.
“É muito difícil uma pessoa nova entrar na vida política, principalmente por conta do conjunto de leis que rege e fiscaliza o processo eleitoral. Nossa Justiça é formalista por conta da legislação que é perversa, feita para dificultar a renovação, principalmente quando favorece quem está no poder”, disse. “Na pré-campanha nada pode. Quem pode? Somente quem está no poder ou presidentes de partidos. Quem chega, não pode fazer nada. A lei não deixa. Quando parte na campanha, quem está no poder já está adiantado: palanques, estrutura, usam de poder e da máquina para fazer campanha. Acobertada pela própria legislação”, completou.
Sobre a festa do 2 de Julho, feriado da Independência da Bahia, Eliana afirmou que foi “batizada” e não se incomodou com a agonia do evento, tido como termômetro eleitoral nos anos em que a população vai às urnas.