Quinta, 3 de
julho de 2014
Daniel Mello
- Repórter da Agência Brasil
O Movimento Passe Livre (MPL) fez hoje (2) um ato pedindo o
fim do inquérito da Diretoria Estadual de Investigações Criminais (Deic) da
Polícia Civil que investiga atos violentos em manifestações. Segundo o
movimento, a investigação é ilegal porque não apura crimes específicos e
funciona, na verdade, como uma forma de identificar as pessoas que participam
de protestos em São Paulo. Os manifestantes fizeram um debate na Praça da Sé,
no centro, em frente ao Tribunal de Justiça de São Paulo.
“Nós estamos denunciando essa pratica e entrando com uma
ação [judicial] para trancar esse inquérito cujo objetivo é intimidar e evitar
que as pessoas se mobilizem”, ressaltou o integrante do MPL Lucas
Monteiro.
Saiba Mais
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Os militantes entraram hoje com uma ação no tribunal pedindo
o fim da investigação que tem entre os alvos 22 membros e parentes de membros
do MPL. Apesar de intimados repetidas vezes, os ativistas do Passe Livre têm se
recusado a prestar depoimento.
O secretário estadual de Segurança Pública, Fernando Grella,
disse que poderá ser usada a condução coercitiva para garantir que os ativistas
compareçam ao Deic.
O ato de hoje foi acompanhado por um grande contingente da
Polícia Militar, incluindo a Tropa de Choque, a Cavalaria e o grupo conhecido
como “tropa do braço”, policiais com treinamento em artes marciais que não usam
armas. A operação, no entanto, não foi tão ostensiva quanto a da noite de ontem (1º), quando foramfeitas seis prisões e houve uso de gás lacrimogêneo e spray de
pimenta contra os participantes de um debate na Praça Roosevelt, no centro.
“A presença ostensiva da Polícia Militar é uma tentativa de
intimidar os manifestantes. Está em 1 x 1 a proporção de policiais e
manifestantes. Mas nós não vamos nos intimidar, vamos continuar mobilizados”,
destacou Monteiro sobre a presença da tropa no local. “Estamos aqui com
diversos movimentos sociais para mostrar que é cotidiana a violência que os
movimentos e a população sofrem. Perceber que é importante a unidade entre os
militantes e os não militantes também para questionar essa violência que a
gente sofre”, acrescentou.
Além do MPL, representantes de movimentos de moradia,
o movimento Mães de Maio e os Advogados Ativistas também participaram do ato.
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