Quinta,
22 de janeiro de 2015
Do
MPF
Em 2005, ele teria efetuado transações financeiras não
explicadas com uma das empresas de Marcos Valério, operador dos mensalões
O Ministério Público Federal em Minas Gerais (MPF/MG)
denunciou o empresário Artur Sipukow, sócio majoritário e administrador da
Polipet Embalagens, empresa sediada no estado de São Paulo, pelo crime de
lavagem de dinheiro (artigo 1º da Lei 9.613/98).
De acordo com a denúncia, no dia 22 de março de 2005, uma
das empresas de Marcos Valério Fernandes de Souza, a DNA Propaganda, efetuou
repasse no valor de R$ 154.500,00 à empresa investigada. Esse dinheiro teria se
originado de contratos de mútuos fraudulentos realizados pelo Banco do Brasil
em favor da DNA Propaganda, “empresa formalmente criada para atuar na área de
comunicação e publicidade, mas sabidamente voltada para a atividade de lavagem
de ativos financeiros”.
A transferência de recursos entre as duas empresas foi
descoberta no âmbito das investigações desencadeadas após a eclosão do
escândalo conhecido como mensalão. Naquela ocasião, constatou-se que uma série
de pessoas, físicas e jurídicas, também havia recebido pagamentos oriundos das
empresas vinculadas a Marcos Valério e não denunciadas nos Inquéritos 2245
(mensalão) e 2280 (mensalão mineiro).
No caso da Polipet Embalagens, laudo pericial apontou que
inexistiam quaisquer comprovações de relacionamentos profissionais entre essa
empresa e a DNA Propaganda, “tampouco de prestações de serviços pela
beneficiária do valor recebido – o que corrobora a conclusão de que a origem do
dinheiro era ilícita”.
A denúncia também afirma que “a DNA Propaganda e a empresa
investigada dissimularam suas transações financeiras, através da abertura de
diversas contas correntes, saques e depósitos em espécie, para não identificar
os reais favorecidos e depositantes, tudo isso no intuito de ocultar a
destinação final dos recursos”, e que, “Inclusive, o laudo pericial concluiu
que existem indícios da realização de outros repasses como o explicitado aqui,
mas as alterações nos documentos contábeis de ambas foram tantas, que não foi
possível comprová-los”.
Se condenado, Artur
Sipukow estará sujeito a pena que pode ir de 3 a 10 anos de prisão.