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(Millôr Fernandes)

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

Impeachment não basta, tirar a “gerentona” é trocar seis por meia dúzia. . . precisamos combater a real causa dos problemas

Sexta, 13 de fevereiro de 2015
Precisamos parar com a mania de atacar os efeitos, em vez de combater a real causa dos problemas...
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Por Daniel Mazola — Tribuna da Imprensa
Prezados leitores, vamos raciocinar, analisem, pensem. Se as investigações da Operação Lava Jato comprovarem que o tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, usou dinheiro do ‘petrolão’ para irrigar a campanha presidencial da “gerentona” Dilma Rousseff, conforme revelam as "delações premiadas", a própria Legislação Eleitoral (Lei 9.504, de 30 de setembro de 1997) em vigor determina que a presidente seja automaticamente cassada. Nesse caso nem precisará de impeachment para liquidá-la.

A verdade é que PT e PSDB representam a mesma política econômica, e pelas mentiras que Dilma contou na campanha reeleitoreira que vieram à tona, e pela crise sistêmica de corrupção e incompetência da gestão econômica, a presidente perdeu as condições morais de governabilidade. O problema é saber que na saída dela quem assume é o vice Michel Temer (PMDB-SP), ou outros ‘bichos’ da mesma espécie como Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e Renan Calheiros (PMDB-AL)...

Mas voltemos ao fato, Dilma agiu de má-fé e mentiu deslavadamente durante a campanha eleitoral, fazendo agora exatamente aquilo que havia acusado seus opositores de estarem propondo, principalmente referente à política econômica. Circula no Facebook: "Dilma Rousseff é desonesta, falsa e indecisa”. Esta é a opinião, respectivamente, de 47%, 54% e 50% dos brasileiros consultados pelo Datafolha.

Precisamos deixar claro para nossas consciências que o Impeachment da presidente Dilma não basta. Tirá-la do poder é trocar seis por meia dúzia, entrando qualquer outro do mesmo sistema, não fará nenhuma diferença. O que precisamos é questionar os abusos de poder, incompetências, improbidades e corrupções, para aí sim colocar em xeque esse sistema perverso e discutir como promover, urgentemente, um aprimoramento de verdade em todo o processo de poder no Brasil.

O povão precisa voltar para as ruas, não para festejar o carnaval, mas sim para exigir das autoridades punição de todos os envolvidos no esquema investigado pela Operação Lava Jato, para lutar pela redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais, sem redução de salário, para barrar o aumento das tarifas de transporte público e implementação do passe-livre nacional, pela aprovação de uma reforma política que amplie radicalmente a participação e o controle social e popular sobre as instituições públicas e revogação da reforma da Previdência, aprovada no primeiro ano do governo Lula.

Precisamos acabar com o financiamento privado de campanha, pelo voto distrital e distrital misto, pelo aprimoramento do sistema de votação eletrônica com recontagem por voto impresso, auditoria da dívida pública, reforma dos processos do Judiciário, mecanismos de transparência do poder público que precisa ser fiscalizado por cidadãos eleitos por um mandato determinado, além da mudança do modelo econômico, claro!

Precisamos parar com a mania de atacar os efeitos, em vez de combater a real causa dos problemas...

Espionagem

Circula a informação no submundo da espionagem privada e militar do Brasil que os serviços norte-americanos, CIA, NSA, FBI e Departamento de Justiça, teriam 31 gravações telefônicas de diálogos comprometedores entre Lula e Dilma sobre práticas eleitorais pouco convencionais. Pelo menos 12 das conversas seriam entre eles e o marqueteiro João Santana.

Haveria ainda outras 7 gravações entre Dilma e Antonio Palocci, além de inúmeras mensagens em SMS captadas pelos arapongas do Tio Sam. Para aumentar a temperatura no inferno, existe muito papo telefônico vazado entre ministros do STF.

São apenas boatos, mas dá nojo sobreviver em um País sem soberania e desgovernado pelo crime institucionalizado.

Vêm aí o Eletrolão?

Os efeitos apavorantes do Petrolão estão matando de medo quem pode acabar chocado por um Eletrolão... 

A Eletrobras resolveu esclarecer ao mercado que até ontem "não foi informada pela auditoria independente KPMG Auditores Independentes ("KPMG") acerca de qualquer fato atinente ao assunto fraude e corrupção que possa ter efeito ou acarretar atraso na entrega e divulgação de suas Demonstrações Financeiras relativas ao exercício findo em 31 de dezembro de 2014, assim como a Companhia, através de seus controles internos e programa de compliance, não identificou a existência de qualquer episodio de fraude e corrupção em seus projetos".


O prazo para divulgação do balanço ao mercado continua em 27 de março.