O juiz Federal Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba, ouve
na tarde desta sexta-feira (13), ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto
Costa, as duas filhas dele, Ariana Azevedo Costa Bachmann e Shanni
Azevedo Costa Bachmann, além dos genros dele Humberto Sampaio de
Mesquita e Marcio Lewkowicz. Os interrogatórios serão feitos, em
Curitiba.
Reale pede que se compare o mar de lama de Vargas e o atual
Da Tribuna da Internet
Mário Assis Causanilhas
A experiência sempre nos recomenda que olhemos para trás, no
retrovisor, de modo a que possamos trafegar melhor para frente. Por
isso, é bom reler o artigo publicado a 6 de dezembro de 2014 no Estadão
pelo jurista Miguel Reale Jr., que hoje é um dos signatários do pedido
de impeachment da presidente Dilma Rousseff.
###A PETROBRÁS É DELES
Miguel Reale Júnior
O petróleo era nosso, agora a Petrobrás é deles. Diante do volume de
recursos desviados passou-se a usar a expressão lacerdista mar de lama,
adjetivação dada pela UDN aos fatos ocorridos no final do governo
Vargas, em 1953-54. Quais foram, há 60 anos, os acontecimentos que
geraram expressão tão forte? Continue lendo
Paulo Roberto Costa também foi condenado por corrupção passiva
Deu no Jornal do Brasil
O juiz Sérgio Moro condenou nesta terça-feira
(3) executivos e ex-executivos da empreiteira Mendes Junior, investigada na
Operação Lava Jato por crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e associação
criminosa. Também foram condenados o ex-diretor de Abastecimento da
Petrobras Paulo Roberto Costa e representantes de empresas que foram
usadas para lavagem de dinheiro.
Veja os nomes:
- Sérgio Cunha Mendes – vice-presidente – corrupção
ativa, lavagem de dinheiro e associação criminosa.
- Rogério Cunha de Oliveira – diretor da área de
óleo e gás – corrupção ativa, lavagem de dinheiro e associação criminosa
- Alberto Elísio Vilaça Gomes – executivo
– corrupção ativa e associação criminosa
- Paulo Roberto Costa – ex-diretor de Abastecimento
da Petrobras – corrupção passiva
- Carlos Alberto Pereira da Costa – representante
formal da GFD Investimentos – lavagem de dinheiro.
- Enivaldo Quadrado – ex-dono da corretora Bônus
Banval – lavagem de dinheiro
- João Procópio de Almeida Prado – operador –
lavagem de dinheiro
- Antonio Carlos Brasil Fioravante Pieruccini –
lavagem de dinheiro.
Ângelo Alves Mendes e José Humberto Cruvinel Resende
foram absolvidos por todos os crimes denunciados. Mário Lúcio de Oliveira foi
absolvido por falta de provas.
As penas de Sergio Cunha Mendes chegam a 19 anos e 4
meses de reclusão. Já as de Rogério Cunha Pereira somam 17 anos e 4 meses
reclusão. Para Alberto Elísio Vilaça Gomes, o juiz estipulou penas de 10 anos
de reclusão. No caso de Carlos Alberto Pereira da Costa, o juiz solicita que o
advogado que o representa procure o MPF para formalizar o acordo de colaboração
e, assim, adequar os benefícios considerando todos os processos em trâmite.
As penas somadas de Enivaldo Quadrado chegam a 7
anos e 6 meses de reclusão, com regime semiaberto para o início do
cumprimento da pena. Já João Procópio Junqueira Pacheco de Almeida Prado pagará
pena de 2 anos e 6 meses de reclusão devido ao benefício previsto no
acordo.
Antônio Carlos Fioravante Brasil Pieruccinim fez
confissão parcial, mas não houve colaboração. A pena para ele, por lavagem de
dinheiro é de 3 anos, com regime aberto para o início de cumprimento de pena. Pieruccinim
também deverá prestar serviços à comunidade.
Moro também determinou o pagamento de uma
indenização no valor de R$ 31.472.238,00 em benefício da Petrobras.
Durante entrevista em que foram revelados dados
da nova fase da Operação Lava Jato, a 19ª etapa, com onze mandados
judiciais cumpridos, o procurador foi taxativo ao ser indagado se os
novos alvos têm ligações com o ex-ministro-chefe da Casa Civil do
Governo Lula, José Dirceu
O
procurador regional da República Carlos Fernando dos Santos Lima, que
integra a força-tarefa da Operação Lava Jato, afirmou nesta
segunda-feira, 21, que 'não tem dúvida nenhuma' de que os maiores
escândalos de corrupção da história recente do País - Mensalão, Petrolão
e Eletronuclear - tiveram origem na Casa Civil do Governo Lula.
Durante entrevista em que foram revelados dados da nova fase da
Operação Lava Jato, a 19ª etapa, com onze mandados judiciais cumpridos, o
procurador foi taxativo ao ser indagado se os novos alvos têm ligações
com o ex-ministro-chefe da Casa Civil do Governo Lula, José Dirceu,
preso na Operação Pixuleco 2, em agosto.
"Quando falamos que estamos investigando esquema de compra de apoio
político para o governo federal através de corrupção, estamos dizendo
que os casos Mensalão, Petrolão e Eletronuclar são todos conexos porque
dentro deles está a mesma organização criminosa e as pessoas ligadas aos
partidos políticos. Não tenho dúvida nenhuma de que todos ligados à
Casa Civil do governo Lula, tudo foi originado dentro da Casa Civil."
Nesta segunda-feira, na 19ª fase da Lava Jato, a Nessun Dorma
(Ninguém Durma), o executivo José Antunes Sobrinho, um dos donos da
Engevix, foi preso preventivamente em Santa Catarina. O lobista João
Henriques, ligado ao PMDB, também é alvo.
José Antunes Sobrinho é suspeito de ter pago propinas em cima de
contratos da empreiteira com a Eletronuclear que somavam R$ 140 milhões,
entre 2011 e 2013. Os valores teriam sido pagos para a Aratec, empresa
controlada pelo ex-presidente da Eletronuclear Othon Luiz Pinheiro da
Silva. José Antunes será levado para a Superintendência da Polícia
Federal em Curitiba.
Othon Luiz foi preso em 28 de julho na Operação Radioatividade. Nome
de grande prestígio na área, o almirante, no fim dos anos 1970 (governo
general Ernesto Geisel) participou diretamente do projeto do submarino
nuclear brasileiro.
O alvo desta nova fase são propinas que teriam sido pagas envolvendo a
Eletronuclear e a diretoria internacional da Petrobrás. Trinta e cinco
policiais cumprem 11 mandados judiciais, sendo sete mandados de busca e
apreensão, um mandado de prisão preventiva, um mandado de prisão
temporária e dois mandados de condução coercitiva em Florianópolis, São
Paulo e Rio de Janeiro.
O ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal
(STF), indeferiu pedido de liminar no Habeas Corpus (HC) 130106, impetrado por
Renato Duque, ex-diretor da Petrobras e um dos investigados na Operação
Lava-Jato, contra acórdão do Superior Tribunal de Justiça que indeferiu pedido
de revogação de sua prisão preventiva. A decisão foi publicada no Diário da
Justiça eletrônico do STF da última sexta-feira (11).
No pedido, Duque alega afronta à decisão do STF no HC
125555, que revogou prisão cautelar anterior a que estava submetido. Segundo
ele, o novo decreto tinha a mesma formulação argumentativa do anterior,
mudando-se apenas a fundamentação do pedido, que passou a ter como base a
necessidade de manutenção da ordem pública.
A Polícia Federal (PF) indiciou nesta terça-feira (1º) o
ex-ministro da Casa Civil José Dirceu e mais 13 investigados na 17ª fase da
Operação Lava Jato. Os acusados vão responder pelos crimes de corrupção,
lavagem de dinheiro e formação de quadrilha.
Com o indiciamento, caberá ao Ministério Público Federal
(MPF) decidir se denuncia os acusados à Justiça. Com base nas afirmações feitas
pelo empresário Milton Pascovicth em depoimentos de delação premiada, a PF
concluiu hoje o inquérito com as acusações contra Dirceu, o ex-tesoureiro do PT
João Vaccari Neto, o ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque, o
ex-executivo da empreiteira Engevix Gerson Almada e outros acusados. De acordo
com as investigações da PF, ficou comprovado o recebimento de vantagens
ilícitas pelo grupo, que, segundo a investigação, era comandado por Dirceu.
“Jose Dirceu constituiu a empresa JD Consultoria e
Assessoria, pessoa jurídica que canalizou parte dos valores ilícitos, assim
como parte fora repassada em espécie por “operadores” que atuam à [margem] do
sistema financeiro nacional”, diz a PF.
Dirceu está preso há um mês na Superintendência da Polícia
Federal em Curitiba, em função das investigações da 17ª fase da Operação
Lava Jato. Ontem em depoimento na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI)
da Petrobras, realizado em Curitiba,
Convocado pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da
Petrobras, o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, preso na 17ª fase da
Operação Lava Jato, foi o primeiro a ser ouvido na série de depoimentos que a
comissão marcou para esta semana em Curitiba, onde se concentram as
investigações. Dirceu compareceu ontem 931) à CPI, mas se manteve em silêncio
e não respondeu às perguntas feitas pelos membros da comissão.
Em nota à imprensa, a defesa de Dirceu informou que está
analisando a denúncia e que vai se pronunciar oportunamente. O advogado Luis
Flávio D'Urso, que defende o ex-tesoureiro do PT, disse que ainda não teve
acesso à denúncia, mas reafirmou que Vaccari somente arrecadou doações licitas,
por meio de depósitos bancários e com recibos.
O ex-diretor da Área Internacional da
Petrobras Nestor Cerveró e os lobistas Fernando Antônio Soares, conhecido como
Fernando Baiano e apontado como operador do PMDB no esquema de corrupção na
Petrobras, e Júlio Camargo foram condenados hoje (17) por corrupção e lavagem
de dinheiro em uma das ações penais decorrentes da Operação Lava Jato, que
investiga o pagamento de propina em contratos para compra de navios-sondas pela
estatal.
O ex-diretor da Petrobras Nestor
Cerveró recebeu
a segunda condenação / ArquivoAgência Brasil
Conforme sentença proferida pelo juiz
federal Sérgio Moro, responsável pelos inquéritos da Lava Jato na primeira
instância, Cerveró deve cumprir pena de 12 anos, três meses e dez dias de
reclusão pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro mais o pagamento de
multa. Em maio, Cerveró já havia sido condenado a cinco anos de prisão por
lavagem de dinheiro pela compra de um apartamento, depois da ocultação e
dissimulação de valores oriundos do pagamento de propina.
Já Fernando Baiano foi condenado a 12
anos, três meses e dez dias de reclusão, mais multa, pelos mesmos crimes. Júlio
Camargo, que em delação premiada disse que o presidente da Câmara, deputado
Eduardo Cunha (PMDB-RJ), cobrou US$ 5 milhões em propina do esquema investigado
pela Lava Jato, foi condenado a 14 anos de detenção.
Os presos
na 14ª fase da Operação Lava Jato começarão a prestar depoimento à Polícia
Federal e ao Ministério Público Federal na tarde de hoje (22). As oitivas
ocorrem em Curitiba, onde se concentram os processos da Lava Jato na primeira
instância. Os executivos das construtoras Norberto Odebrecht e Andrade
Gutierrez, detidos na última sexta-feira (19), estão na carceragem da PF na
capital paranaense.
VEJA obteve a íntegra do
depoimento prestado pelo ex-presidente em 9 de dezembro de 2014.
Inquirido sobre “empréstimo” de 7 milhões de dólares ao PT, ele
transferiu a responsabilidade por eventuais irregularidades a Delúbio
Soares e João Vaccari
Por: Rodrigo Rangel — Revista Veja
DEDO
EM RISTE - Na Polícia Federal, Lula desempenhou o papel em que é
craque: pôs as eventuais culpas nos companheiros Delúbio e Vaccari (Ricardo Stuckert/Instituto Lula/VEJA)
Na
sede da Polícia Federal, em Brasília, tudo foi planejado para oferecer
ao visitante o conforto a que ele tem direito como ex-presidente da
República e, principalmente, a mais absoluta discrição. Lula pediu, e
foi atendido, para depor em um local reservado. Os policiais escolheram
uma sala contígua ao gabinete do diretor-geral. Foi assim que, na
terça-feira 9 de dezembro de 2014, Lula prestou seu depoimento. O
ex-presidente, acompanhado de três advogados, entrou pela garagem do
prédio e usou o elevador privativo do diretor para levá-lo ao 9º andar.
Com a solenidade, o respeito e a deferência que merece um ex-mandatário
da República, depois de várias tentativas em vão, a polícia finalmente
conseguiu interrogar Lula sobre uma passagem ainda obscura do mais
rumoroso caso de corrupção a estourar durante o seu governo, o mensalão.
Desde que deixou o governo, em 2010, pouca coisa se ouviu do
ex-presidente sobre o escândalo. Seu principal ministro, seus amigos
mais próximos, a cúpula de seu partido e muitos dos parlamentares que
apoiavam seu governo foram condenados à prisão. Embora, em última
instância, fosse o principal beneficiado pela compra de apoio
parlamentar, o ex-presidente nunca foi acusado de nada. Em 2005, Lula se
disse traído quando se revelou que o tesoureiro e amigo Delúbio Soares e
José Dirceu, seu braço-direito, haviam montado uma rede clandestina de
captação de dinheiro para subornar parlamentares e sustentar as
campanhas políticas do PT. Preservado por todos os que sabiam de seu
envolvimento direto no mensalão, Lula escapou do processo judicial. Ele
passou todo o seu governo negando a existência do esquema. Quando desceu
a rampa do Palácio do Planalto, porém, prometeu que contaria "a
verdadeira história do mensalão". Diante dos policiais federais em
Brasília, Lula voltou à versão que, oficialmente, sustentou.
VEJA teve acesso à integra do depoimento, um documento de valor
histórico inestimável em que Lula, pela primeira vez, formaliza o que
tem de importante a dizer sobre o caso: absolutamente nada. São quatro
valiosas páginas que sintetizam a natureza do ex-presidente diante de
uma situação embaraçosa - ele, como sempre, jura que não sabia de nada,
que nunca se envolveu com os malfeitos de seu governo e, quando
confrontado com os fatos, aponta o dedo para terceiros para salvar a
própria pele. Durante pouco mais de uma hora, Lula driblou as 28
perguntas elaboradas previamente e lidas por um delegado convocado
especialmente para a ocasião.
Delator na Operação Lava Jato, da Polícia
Federal, Pedro Barusco se recusou a responder sobre propinas recebidas
por ele antes de 2004, por, segundo ele, ainda ser objeto de
investigação pela Justiça.
Foto: Nilson Bastian/Câmara dos Deputados
Pedro Barusco (C): "Muita documentação foi
destruída antes da delação, mas o trabalho de coletar provas vai
prosseguir. Eu simplesmente falei o que sabia."
O ex-gerente de Tecnologia da Petrobras Pedro Barusco disse que a
corrupção na empresa petrolífera estatal foi institucionalizada a partir
de 2004, durante o Governo Lula.
Ele acusou o tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, de ter recebido
algo entre 150 e 200 milhões de dólares em propinas em nome do partido a
partir de 2004. A propina teria sido paga por empresas contratadas pela
Petrobras.
O relator Luiz Sérgio, que recebeu quase um milhão de reais das empresas / A. Cruz (AgBr)
Do El País —
Brasil
"É deixar o vampiro cuidar do banco de sangue",
afirmou o deputado federal Chico Alencar (PSOL-RJ). A frase expressa o
descontentamento do parlamentar com a indicação dos integrantes da CPI da
Petrobras, criada na quarta-feira para apurar os desmandos na companhia. Ao
menos 15 dos 27 membros da comissão se elegeram com a ajuda de doações de
empresas pela operação Lava Jato.
Hugo Motta (PMDB-PB), presidente da CPI, teve 60% de sua campanha financiada
pela Andrade Gutierrez e pela Odebrecht (454.000 reais), enquanto que o
relator, Luiz Sérgio (PT-RJ), recebeu 40% de sua verba de campanha das
construtoras Queiroz Galvão, UTC, OAS e Toyo Setal (962.000 reais). Todas suspeitas
de pagamento de propina e formação de cartel.
Na entrevista, ministro confirmou a existência da quadrilha
Em declarações publicadas na edição de ontem, 20, na Folha de São
Paulo, matéria de Natália Cancian, o ministro José Eduardo Cardozo,
voltando a tentar defender o fato de haver recebido advogados de
empreiteiras envolvidas nos escândalos da Petrobrás, afirmou
textualmente que “advogado não é membro de quadrilha”. Está correta a
separação, porém a frase, no fundo, confirma a existência das quadrilhas
que assaltaram o universo financeiro da principal empresa do país. Esta
conclusão é absolutamente lógica. O titular da Justiça, por ação
tácita, confirmou o que o maremoto dos fatos já evidenciou e vem
acrescentando mais evidências a cada dia que passa.
Erton Medeiros Fonseca, diretor de
negócios da Galvão Engenharia, preso preventivamente na operação Lava
Jato desde 10 de novembro passado, vai continuar na prisão. O
desembargador convocado para o Superior Tribunal de Justiça (STJ) Newton
Trisotto negou liminar em que a defesa pedia que fosse colocado em
liberdade.
Segundo o decreto de prisão expedido pelo
juiz federal Sérgio Moro, depoimentos de Alberto Youssef e Paulo
Roberto Costa apontam a participação da empresa Galvão Engenharia no
cartel de empreiteiras que fraudaram e superfaturaram licitações da
Petrobras, tendo Fonseca como seu representante direto.
A assessoria de imprensa da Constran nega o encontro
Paulo Okamotto (dir.), que comanda instituto do ex-presidente Lula, admite contato de emissários de construtoras...
Executivos da UTC/Constran, OAS e Odebrecht, empresas alvo da operação,
tratam desde o fim de 2014 com o ex-presidente e com dirigente de seu
instituto sobre as consequências financeiras da investigação e o teor
das delações premiadas.
Fonte: Por Débora Bergamasco e Andreza Matais, O Estado de S. Paulo // Blog do Sombra.
AMB pede audiência com ministro da Justiça para aprofundar investigações sobre empreiteiras
Preocupado com a pressão política
que parece se intensificar sobre as investigações da Operação Lava Jato,
o presidente da Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), João
Ricardo Costa, encaminhou hoje (19) um pedido de audiência ao ministro
da Justiça, José Eduardo Cardozo. Costa deverá propor uma varredura na
gestão das empreiteiras citadas.
“O Judiciário precisa conduzir esse
processo e avançar com independência no combate à corrupção e à
impunidade. A Operação Lava Jato trouxe fortes indícios de que muitas
dessas empreiteiras que estão sendo investigadas atuam como verdadeiras
organizações criminosas cartelizadas que estão saqueando os cofres
públicos há anos. É necessário que o Executivo promova uma investigação
profunda, além das denúncias da Petrobras”, defende.
Costa avalia, ainda, a postura dos
advogados de defesa dos acusados na Operação, ao solicitarem audiência
com ministro. “É fundamental para a democracia que os advogados atuem na
amplitude das suas prerrogativas, de forma incondicional. Porém, estas
mesmas garantias devem ser exercidas dentro de um conceito radicalmente
republicano. Neste caso específico, a conduta dos advogados induz em uma
atuação voltada para pressionar o uso do poder político sobre o
Judiciário”, afirma.
O presidente da AMB defende o Poder
Judiciário como instância para o exercício da ampla defesa, já
devidamente estruturado para recepcionar todo e qualquer pleito em
relação ao caso. “Para cada decisão da Justiça, contamos com infindáveis
recursos. O que não podemos admitir é a tentativa de pressionar o Poder
Judiciário e os juízes que atuam no processo, muito menos qualquer
conduta que tente desqualificar o magistrado que preside as
investigações em questão”, alerta Costa.
Espera-se que o encontro entre o presidente da AMB e o ministro Cardozo seja confirmado para a próxima semana, em Brasília.
Sérgio
Moro diz que a renovação das prisões dos empreiteiros da UTC e da
Camargo Corrêa, deve-se ao fato de tentarem interferir no andamento do
processo de investigaçãoGil Ferreira/Agência CNJ/Divulgação
Ao
renovar as prisões dos empreiteiros Ricardo Ribeiro Pessoa, da UTC,
Eduardo Herminio Leite, Dalton dos Santos Avancini e José Ricardo Auler,
da Camargo Corrêa, o juiz federal Sérgio Moro, destacou que os
empresários têm tentado interferir nas investigações. Segundo Moro,
responsável pelos processos decorrentes das investigações da Operação
Lava Jato, a eventual soltura dos empresários “colocaria em risco à
ordem pública, risco à instrução, à aplicação da lei penal e à
integridade da Justiça”.
Em despacho expedido ontem (18), o juiz
federal afirma que o pagamento de propina pelas empreiteiras
investigadas pela Polícia Federal e o Ministério Público, foi mantido
após o início da operação.
“[É]
necessário, infelizmente, advertir com o remédio amargo as empreiteiras
de que essa forma de fazer negócios com a administração pública não é
mais aceitável – nunca foi, na expectativa de que abandonem tais
práticas criminosas. Então a prisão preventiva é necessária para
preservar a ordem pública, prevenindo a reiteração e continuidade dos
crimes, diante da constatação de sua duração por anos, a sua atualidade e
a habitualidade criminosa”, sustentou Moro no despacho.
Moro
disse que a tentativa dos acusados e das empreiteiras de ganhar apoio
político para com se beneficiarem no processo judicial “já é
reprovável”. O juiz acrescentou que “as aludidas tentativas de cooptação
de testemunhas”, demonstram a necessidade de se manter a prisão
preventiva para garantir a instrução e a aplicação da lei e preservar a
integridade da Justiça “contra a interferência do poder econômico”.
José
Eduardo Cardozo diz que "é dever" do ministro da Justiça ou de qualquer
servidor público receber advogados no exercício da profissãoMarcelo Camargo/Agência Brasil
Ele
qualificou de “intolerável” e “total desvirtuamento do devido processo
legal”, que “emissários” das empreiteiras busquem apoio de políticos
para tentar favorecer os empresários presos. Segundo jornal Folha de S.Paulo,
advogados da UTC e da Camargo Corrêa se reuniram com o ministro da
Justiça, José Eduardo Cardozo, para tratar de questões relacionadas a
Lava Jato.
Cardozo, no entanto, informou, por meio de nota,
que teve reunião apenas com representantes da empresa Odebrecht, no dia
5 de fevereiro, às 15h30. O ministro acrescentou que é “dever do
ministro da Justiça e de quaisquer servidores públicos receber advogados
no regular exercício da profissão conforme determina o Estatuto da
Advocacia”.
Comentário do Gama Livre: Que mal faz um ministro da Justiça conversar com defensores de acusados de corrupção, mesmo a agenda oficial não registrando os encontros? Futebol está na veia do brasileiro. Carnaval também. Tem tantas coisas para se jogar conversa fora!
A situação
é constrangedora. Já tivemos todo tipo de ministro da Justiça, incluindo um
coronel do Exército, Jarbas Passarinho, que foi alçado ao cargo no governo
Collor e assinou a portaria que deu a um tribo de apenas 4 mil índios um
território quase do tamanho da Itália, que passou a ser internacionalmente
conhecido como a Nação Ianomâmi. Até Renan Calheiros já foi ministro da
Justiça, no governo FHC, e não seria preciso dizer mais nada. Mas as coisas
sempre podem piorar, e nunca antes, na História deste país, houve um ministro
como José Eduardo Cardozo.
O ex-deputado federal João Paulo Cunha, condenado a seis anos e
quatro meses de prisão no processo do mensalão, poderá cumprir o
restante da pena em casa. O ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo
Tribunal Federal (STF), autorizou hoje (18) a progressão do regime.
André Richter - Enviado Especial da Agência Brasil/EBC
Alberto Youssef está preso em Curitiba Foto: Geraldo Magela/Agência Senado/Todos os direitos reservados
O
advogado Antônio Figueiredo Basto, que representa o doleiro Alberto
Youssef, disse hoje (13) que há provas sobre a relação entre o
ex-consultor da Toyo Setal Júlio Camargo e o ex-ministro José Dirceu.
Ontem (12) a advogada de Camargo e a assessoria de Dirceu repudiaram as
denúncias do doleiro, sem a apresentação de provas. Youssef está
presente nesta sexta-feira na audiência em que o ex-diretor da Petrobras
Paulo Roberto Costa depõe na Justiça Federal em Curtiba.
Prezados leitores, vamos raciocinar, analisem, pensem.
Se as investigações da Operação Lava Jato comprovarem que o tesoureiro do PT,
João Vaccari Neto, usou dinheiro do ‘petrolão’ para irrigar a campanha
presidencial da “gerentona” Dilma Rousseff, conforme revelam as "delações
premiadas", a própria Legislação Eleitoral (Lei 9.504, de 30 de setembro
de 1997) em vigor determina que a presidente seja automaticamente cassada. Nesse
caso nem precisará de impeachment para liquidá-la.
A verdade é que PT e PSDB representam a mesma política
econômica, e pelas mentiras que Dilma contou na campanha reeleitoreira que
vieram à tona, e pela crise sistêmica de corrupção e incompetência da gestão
econômica, a presidente perdeu as condições morais de governabilidade. O
problema é saber que na saída dela quem assume é o vice Michel Temer (PMDB-SP),
ou outros ‘bichos’ da mesma espécie como Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e Renan
Calheiros (PMDB-AL)...
Mas voltemos ao fato, Dilma agiu de má-fé e mentiu
deslavadamente durante a campanha eleitoral, fazendo agora exatamente aquilo
que havia acusado seus opositores de estarem propondo, principalmente referente
à política econômica. Circula no Facebook: "Dilma Rousseff é desonesta,
falsa e indecisa”. Esta é a opinião, respectivamente, de 47%, 54% e 50% dos
brasileiros consultados pelo Datafolha.