Da Confederação dos Servidores Públicos do Brasil
por Valmir Ribeiro
edição de Grace Maciel
Diversas entidades sindicais se reuniram nesta terça-feira (3), em frente ao edifício sede do Banco Central do Brasil (BC), contra a sequencia de
aumentos da Taxa Básica de Juros (Selic) que compromete a renda do trabalhador
e desestimula empreendimentos do comércio e do setor produtivo, grandes
empregadores do mercado.
Para o presidente da Central Geral
de Trabalhadores do Brasil – CGTB, no Distrito Federal, Flauzino Antunes,
a postura do governo de estimular a obtenção de lucros através de ganhos pelo
setor financeiro, estimula que os investimentos do setor privado migrem para o
lucro “fácil” da compra e venda de papéis, favorecendo rentistas e banqueiros.
“Quem ganhou a eleição foi uma agenda econômica a contemplar os interesses do
neoliberalismo e do capital financeiro internacional. Pra pagar essa dívida com
o arrolamento do serviço de juros, se tira direitos trabalhistas e se congela o
orçamento da União dispondo quase 50% desse universo de impostos e de
arrecadação do Executivo Federal, para o pagamento de juros. Isso ocorre em
prejuízo das políticas sociais, de desenvolvimento da indústria, do comércio e
demais estímulos a empreendimentos do setor produtivo. Esse ciclo
penaliza o trabalhador brasileiro de diversas maneiras: com o aumento de juros,
com o crescimento da taxa de desemprego e com o corte de benefícios
sociais e trabalhistas”, argumentou Antunes.
Para a integrante da ONG Auditoria
Cidadã da Dívida, Maria Lucia Fattorelli, não existe justificativa técnica ou
econômica para os elevados juros brasileiros. “Nossa inflação é provocada pelo
aumento no preço dos alimentos, pela abusiva elevação dos preços administrados,
tais como: telefonia, energia, água, combustível e transporte. As tarifas
cobradas por esses insumos e serviços não diminuem quando os juros sobem. A
elevação da Selic é mais um privilégio do Sistema da Dívida, que absorve quase
metade do orçamento federal a cada ano, prejudicando o atendimento das
necessidades sociais do povo brasileiro”, defendeu Fattorelli.
O presidente nacional da Central
Geral de Trabalhadores do Brasil – CGTB, Ubiraci Oliveira, alertou que o
governo Dilma Rousseff, que conseguiu “amplo” apoio das entidades sindicais e
movimentos sociais no período eleitoral, “traiu” seu eleitorado de perfil
progressista.
As entidades sindicais informaram, na ocasião do ato público, que
permanecerão atentas aos próximos passos do governo e que estará organizada
para garantir um “amplo” calendário de mobilizações em defesa dos
trabalhadores, dos servidores públicos e do estado nacional.
Fonte: Secom/CSPB (Confederação dos Servidores Públicos do Brasil)