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(Millôr Fernandes)

quarta-feira, 4 de março de 2015

A Dilma mentiu. A vaca tossiu! Entidades sindicais se unem contra o aumento da Taxa Básica de Juros – Selic

Terça, 3 de março de 2015
Da Confederação dos Servidores Públicos do Brasil
por Valmir Ribeiro
edição de Grace Maciel
Diversas entidades sindicais se reuniram nesta terça-feira (3),  em frente ao edifício sede do Banco Central do Brasil (BC), contra a sequencia de aumentos da Taxa Básica de Juros (Selic) que compromete a renda do trabalhador e desestimula empreendimentos do comércio e do setor produtivo, grandes empregadores do mercado.
No entendimento das lideranças sindicais, a política neoliberal do governo, ao promover ajuste fiscal a onerar a classe trabalhadora, coloca o Brasil na mesma rota dos países que sofreram, e ainda sofrem as piores consequências da crise financeira internacional.

Para o presidente da Central Geral de Trabalhadores do Brasil – CGTB, no Distrito Federal, Flauzino Antunes, a postura do governo de estimular a obtenção de lucros através de ganhos pelo setor financeiro, estimula que os investimentos do setor privado migrem para o lucro “fácil” da compra e venda de papéis, favorecendo rentistas e banqueiros. “Quem ganhou a eleição foi uma agenda econômica a contemplar os interesses do neoliberalismo e do capital financeiro internacional. Pra pagar essa dívida com o arrolamento do serviço de juros, se tira direitos trabalhistas e se congela o orçamento da União dispondo quase 50% desse universo de impostos e de arrecadação do Executivo Federal, para o pagamento de juros. Isso ocorre em prejuízo das políticas sociais, de desenvolvimento da indústria, do comércio e demais estímulos  a empreendimentos do setor produtivo. Esse ciclo penaliza o trabalhador brasileiro de diversas maneiras: com o aumento de juros, com o crescimento da taxa de desemprego  e com o corte de benefícios sociais e trabalhistas”, argumentou Antunes. 
Para a integrante da ONG Auditoria Cidadã da Dívida, Maria Lucia Fattorelli, não existe justificativa técnica ou econômica para os elevados juros brasileiros. “Nossa inflação é provocada pelo aumento no preço dos alimentos, pela abusiva elevação dos preços administrados, tais como: telefonia, energia, água, combustível e transporte.  As tarifas cobradas por esses insumos e serviços não diminuem quando os juros sobem. A elevação da Selic é mais um privilégio do Sistema da Dívida, que absorve quase metade do orçamento federal a cada ano, prejudicando o atendimento das necessidades sociais do povo brasileiro”, defendeu Fattorelli.

O presidente nacional da Central Geral de Trabalhadores do Brasil – CGTB, Ubiraci Oliveira, alertou que o governo Dilma Rousseff, que conseguiu “amplo” apoio das entidades sindicais e movimentos sociais no período eleitoral, “traiu” seu eleitorado de perfil progressista.
Segundo o sindicalista, a equipe econômica do governo, tão ovacionada pelo mercado, tem perfil neoliberal e não vai descansar enquanto não atingir o objetivo de “fragilizar” o estado brasileiro, submetendo-o aos interesses do sistema financeiro internacional. “As políticas adotadas pelo governo estão na contramão de tudo aquilo que pode estimular nosso desenvolvimento. Ao estimular o rentismo e o lucro a troco de juros, o governo atrai investimentos para o capital especulativo  e desestimular os investimentos no capital produtivo. Nessa trajetória, quem sai perdendo é a indústria nacional, o trabalhador brasileiro e a soberania nacional. Precisamos e iremos reagir à isso”, concluiu Oliveira.

As entidades sindicais informaram, na ocasião do ato público, que permanecerão atentas aos próximos passos do governo e que estará organizada para garantir um “amplo” calendário de mobilizações em defesa dos trabalhadores, dos servidores públicos e do estado nacional. 

Fonte: Secom/CSPB (Confederação dos Servidores Públicos do Brasil)