Do Instituto de Defensores de Direitos Humanos
Postado por Ize
O Instituto de Defensores de Direitos humanos impetrou nesta terça-feira (16) um Habeas Corpus em favor de Lucas Dias de
Albuquerque, 21 anos, que se encontra custodiado no Hospital Albert
Schweitzer, após ter sido baleado pela polícia militar na rua em que
mora, em Guadalupe, zona norte do Rio, na última sexta-feira (12).
Ao contrário do que dizem os policiais que efetuaram sua prisão,
Lucas afirma desconhecer a procedência do rádio transmissor que teria
sido apreendido no chão próximo ao local dos fatos, e que o mesmo de
modo algum estava em seu poder.
O jovem diz que correu pra se esconder ao ouvir os tiros e, assim que
avistou os policiais, levantou as mãos ao alto e gritou: “Sou morador,
sou morador”, e mesmo assim os militares atiraram à queima roupa,
deixando-o agonizar no chão por muito tempo antes de levá-lo ao
hospital.
Testemunhas viram toda a desastrosa ação policial e já se
disponibilizaram para ir à Justiça, voluntariamente, esclarecer os
fatos.
Entretanto, sem ter realizado qualquer diligência para apurar a
veracidade das declarações dos militares, nem sequer ter ouvido Lucas,
que embora hospitalizado encontra-se em condições de falar, a autoridade
policial responsável pelo caso o indiciou pelas práticas dos crimes de
associação ao tráfico de drogas e resistência.
Lucas ainda não tem previsão de alta, mas pode ser encaminhado ao
complexo penitenciário a qualquer momento quando os médicos o liberarem.
É fato notório que muito abuso tem sido cometido sob o pretexto da
política de proibição, combate e guerra “às drogas” e, por isso mesmo,
provas de acusação que consistem, única e exclusivamente, em depoimentos
de policiais devem ser encaradas com as mais sérias reservas.
O DDH espera que o Poder Judiciário não reverbere mais essa injustiça e relaxe imediatamente a prisão de Lucas.
Rio de Janeiro, 16 de junho de 2015
Instituto de Defensores de Direitos Humanos