Terça, 21 de junho de 2016
Sumaia Villela – Repórter da Agência da Brasil
O avião usado pelo ex-governador de Pernambuco
Eduardo Campos (PSB) na última campanha presidencial levou a Polícia
Federal (PF) a investigar um suposto esquema de lavagem de dinheiro que
atuava em Pernambuco e Goiás e que teria movimentado mais de R$ 600
milhões desde 2010. A operação Turbulência cumpre hoje cinco mandados
prisão preventiva contra suspeitos que integrariam a organização
criminosa.
De acordo com a PF, a investigação começou a partir da
análise de movimentações financeiras das contas de empresas envolvidas
na aquisição da aeronave Cessna Citation PR-AFA, que transportava Campos
na campanha à Presidência da República. No dia 13 de agosto de 2014, o
avião caiu em Santos, litoral paulista, matando sete pessoas, entre
elas, o ex-governador.
Em
nota, a polícia afirma que constatou que algumas dessas empresas eram
de fachada e estavam em nome de “laranjas”. Ainda segundo divulgado pela
corporação, as emrpesas faziam transações entre si e com outras
empresas fantasmas – inclusive com algumas investigadas na Operação Lava
Jato.
Há suspeita de que parte dos recursos que passaram pelas
contas examinadas servia para pagamento de propina a políticos e
formação de caixa 2 de empreiteiras. O esquema sob apuração
encontrava-se ativo, pelo menos, desde 2010.
Além das cinco
prisões preventivas, são cumpridos outros 55 mandados judiciais, dos
quais 33 de busca e apreensão e 22 de condução coercitiva. Tambem foi
determinada a indisponibilidade de contas e o sequestro de embarcações,
aeronaves e helicópteros dos principais suspeitos.
Os mandados
judiciais estão sendo cumpridos em 18 localidade de Pernambuco, entre
bairros do Recife e cidades do interior de Pernambuco.Tanto os presos
quanto os conduzidos coercitivamente serão levados para a sede da
Polícia Federal no Recife. Os envolvidos responderão, na medida de seu
grau de participação, pelos crimes de organização criminosa, lavagem de
dinheiro e falsidade ideológica.
Os detalhes da operação serão divulgados pela PF em entrevista coletiva, às 10h, na Superintendência da PF em Recife.