Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)

sábado, 27 de fevereiro de 2021

O Canhoto, Gazeta Gamense de Cultura e Política, de fevereiro de 2021 já está disponível. Leia!!!

Sábado, 27 de fevereiro de 2021 


Editorial
Hoje, dia 26 de fevereiro, o Brasil completa um ano desde o registro do primeiro caso de infecção por Covid-19. De lá pra cá, já perdemos 250 mil vidas. Uma tragédia humanitária de proporções ainda não compreendidas e que poderá piorar ainda mais. Sem políticas públicas, estamos à beira de um colapso nacional que atingirá as principais capitais do país e muitos interiores.

Após um ano, o Governo segue a linha ideológica do negacionismo, incapaz de aprender com a experiência acumulada, não só aqui, mas no mundo inteiro. Aliás, é hora de deixarmos de usar termos como “incapacidade”, “desgovernança”, “omissão”. O que estamos assistindo, e de forma tragicamente apática, é o curso de um projeto de extermínio. Não é incapacidade, mas uma logística criteriosamente aplicada para produzir a morte dos brasileiros. Não é omissão, mas ação pensada para o genocídio. O psicopata na presidência jamais escondeu seu desejo de matar. Na pandemia ele encontrou um parceiro e um álibi: culpa-se o vírus (como se não houvesse possibilidade de controle) e o sangue escorre por suas mãos impunemente.

Muito além do boicote às medidas de segurança, que foram capazes de refrear o contágio nos
países onde elas foram adequadamente aplicadas, o Governo dificulta qualquer ação que possa representar algum alívio aos açoites sofridos pelo povo.

Chegou-se ao ponto de agir contra a chegada de oxigênio para pacientes internados e entubados. Pessoas estão morrendo sem ar, afogadas no seco! Faltou auxílio para os que perderam emprego.

Usou-se do aparato policial e de justiça para perseguição política dos governos locais. Empurrou-se medicamentos ineficazes e prejudiciais (pessoas morreram ou tiveram graves sequelas). E, por fim, uma política deliberada para evitar a vacinação em massa.

Tendo em mãos a capacidade técnica de produção da vacina em quantidade suficiente para os
brasileiros, tendo à sua disposição o conhecimento e a experiência internacionalmente reconhecidas na política de imunização, o Governo escolheu agir pelo impedimento tanto da produção quanto da adesão às vacinas. Buscou criar imbróglios di diplomáticos que trasassem a chegada de insumos.

Negou-se a responder documentos oficiais encaminhados pelo Instituto Butantã oferecendo doses desde julho de 2020 (seriam mais de 100 milhões). Forçou o atraso, junto à Anvisa, das aprovações necessárias (a Sputinik já poderia estar sendo aplicada). Nega o papel histórico do país junto às negociações de quebra de patentes e democratização do acesso às vacinas. Debocha constantemente da dor e do sofrimento de quem adoece, perde pessoas queridas, desenvolve sequelas graves, morre. 

Hoje os brasileiros e a esquerda precisam entender que estamos diante de um verdadeiro dilema, mas de um tipo que nos deixa apenas uma escolha possível. Ou permanecemos em casa (o que é uma grande mentira para as massas que lotam ônibus todos os dias) e veremos a morte continuar incessantemente, ou vamos às ruas, onde também veremos a contaminação e a morte, mas ao menos estaremos em luta para tentar sobreviver. Hoje, no Brasil, a vacinação é um direito que somente será acessado à base da insurreição social! Sem pressão, sem luta, Bolsonaro seguirá sua política genocida e estenderá a pandemia e o suplício indefinidamente.

Leia O Canhoto especial de fevereiro de 2021. Clique na imagem abaixo ou copie e cole o link que está após a imagem.

https://drive.google.com/file/d/1g8XKuTkBMkGOnQZTMD10fY0Mu7QnhiOY/view