Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)

segunda-feira, 1 de março de 2021

Covid: E a cobra picou Ibaneis

Segunda, 1º de março de 2021

Do Blog Brasília por Chico Sant'Anna

Bia Kicis (PSL), Paula Belmonte (Cidadania) e Julia Lucy (Novo), parlamentares até aqui próximas do governo de Ibaneis Rocha (MDB), foram protestar à porta da casa dele contra o Lockdown. Reprodução do Instagram.

As manifestações de domingo, 28/2, à porta da residência particular de Ibaneis, mostraram bem que as cobras que ele alimentava resolveram dar o bote. Uma multidão foi lá protestar contra o lockdown. Em destaque, as deputadas Paulo Belmonte (Cidadania), Bia Kicis (PSL) e a distrital Julia Lucy (Novo). Três parlamentares envenenadas por um discurso bolsonarista do negacionismo, de não perceber que não há, no momento, outra alternativa para evitar mais mortes na Capital Federal, do que a ordem de ficar em casa.

Diz o ditado: “Quem cria cobra acaba sendo picado”. A população de Brasília pôde comprovar de perto a sabedoria popular no caso da cobra naja, que acabou picando quem lhe alimentava. A Naja foi exilada do Distrito Federal e hoje é atração no Butantã, em São Paulo. Melhor teria sido pra ciência e pesquisa candanga se por aqui tivesse ficado. Esta, contudo, é outra história. Hoje, vamos falar da aplicação do ditado popular na política, em especial na política candanga.

Desde o período pré-eleitoral de 2018, o agora governador Ibaneis Rocha (MDB) deu corda ao segmento de direita e conservador do eleitorado brasiliense. Instigou o ódio contra os segmentos progressistas da cidade. A todos rotulava com os adjetivos mais depreciadores possíveis. Eleito, não procurou a concórdia. A exemplo do presidente da República, não desceu do palanque e manteve o discurso de acuar os políticos de esquerda, em especial aqueles que foram eleitos para a Câmara Legislativa do DF e para a Câmara Federal. Para isso, manteve ouriçado seus perdigueiros.

Como eco, seus seguidores nas redes sociais, em especial, nos grupos de whatsapp e nos blogs alimentados com propaganda do próprio GDF, potencializam toda essa estratégia. Ser filiado a um partido de esquerda, estar na direção de uma associação não fisiológica ou de sindicato combativo de trabalhadores passou a ser um dos dez pecados capitais. Purgatório é pena pequena para esses “petralhas”.