Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)

sexta-feira, 5 de março de 2021

Trabalhadoras negras são as que mais sofrem com desemprego no DF

 Sexta, 5 de março de 2021

Em tempos de Dia Mundial da Mulher, uma triste constatação do IBGE. Na Capital da República, as mulheres e, especialmente, as mulheres negras são as que mais sofrem com o desemprego e também com os menores salários pagos, quando comparados os trabalhadores homens.

Por Chico Sant’Anna

A informação de que na Capital Federal existe uma grande desigualdade sócio-econômica não chega a ser novidade. O Distrito Federal possui a maior renda per capita do Brasil R$ 85.661, por ano, valor 2,5 vezes maior do que a média nacional (R$ 33.594), dados de 2020. Este poder aquisitivo não é igualmente dividido e pode variar até quinze vezes, se compararmos, por exemplo, a diferença de renda entre quem mora no Lago Sul e na Estrutural. Além da desigualdade sócio-geográfica, há também uma desigualdade de gênero e raça. Mulheres negras são as mais afetadas pelo desemprego e, portanto, com as menores rendas. O desemprego, que no DF atinge a 242 mil pessoas, é 5,3 pontos percentuais mais severo no segmento feminino, do que o masculino. Já o desemprego da mulher negra chega a 18,6%, 7,8 pontos percentuais mais grave.

Taxa de desocupação no Distrito Federal de 2012 a 2019

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Segundo o IBGE, que divulgou por ocasião do Dia Mundial da Mulher, 8 de março, a 2ª edição das Estatísticas de gênero: indicadores sociais das mulheres no Brasil, leitura que analisa as condições de vida das brasileiras a partir de um conjunto de indicadores proposto pelas Nações Unidas, a taxa de desocupação entre as mulheres pretas ou pardas do DF era quase o dobro da registrada entre os homens brancos.