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(Millôr Fernandes)

sexta-feira, 5 de março de 2021

União Europeia bloqueará exportações de vacinas até que fabricantes honrem contratos, diz chanceler da Itália; se mantido o bloqueio, o Brasil só contará com a russa, a chinesa e a cubana

 Sexta, 5 de março de 2021

Do Sputnik Brasil17h16   05.03.2021

A União Europeia (UE) continuará impedindo que vacinas contra a COVID-19 deixem o bloco até que os fabricantes dos imunizantes cumpram suas obrigações contratuais com a Europa, afirmou nesta sexta-feira (5) o chanceler italiano, Luigi Di Maio.

Na quinta-feira (4), a Itália confirmou o bloqueio do envio de 250 mil doses da vacina contra a COVID-19 da AstraZeneca/Oxford para a Austrália, em meio às preocupações sobre atrasos nas entregas de vacinas ao bloco europeu.

De acordo com Roma, a Itália agiu em coordenação com Bruxelas, respeitando os novos regulamentos da UE que permitem que as exportações sejam interrompidas caso um fabricante de vacinas não cumpra suas obrigações com o bloco.

"As empresas farmacêuticas estão atrasando os fornecimentos que garantiram à UE. Os atrasos são inaceitáveis [​​...]. Enquanto houver tais atrasos, é certo que as nações da UE bloqueiem os fornecimentos a países que não são vulneráveis", disse Di Maio durante uma coletiva de imprensa conjunta com o chanceler francês, Jean-Yves Le Drian, em Roma.
Funcionários do Instituto Serum, na Índia, manipulam vacinas contra a COVID-19 desenvolvida pela Universidade de Oxford, em parceria com a farmacêutica AstraZeneca.
© AP PHOTO / RAFIQ MAQBOOL
Funcionários do Instituto Serum, na Índia, manipulam vacinas contra a COVID-19 desenvolvida pela Universidade de Oxford, em parceria com a farmacêutica AstraZeneca.

ministro italiano reiterou a solidariedade com "todos os países que passam por dificuldades".

"Mas a Itália e a Europa precisam exigir o cumprimento dos contratos e prazos de entrega das vacinas", argumentou.

O líder da diplomacia italiana enfatizou que a medida "não foi um ato hostil contra a Austrália", já que Roma "apenas invocou um regulamento europeu em coordenação com as autoridades europeias". O governo australiano já pediu à Comissão Europeia para revisar a decisão.