Quinta, 18 de agosto de 2011
Nota da Comunidade Indígena Tapuya da Terra Indígena Santuário dos Pajés sobre a ação do GDF e TERRACAP no Santuário dos Pajés
A
Ação do GDF e da TERRACAP que no dia 16 de agosto de 2011 invadiu,
intimidou e destruiu parte da vegetação de cerrado da terra indígena
violou os direitos indígenas, os direitos humanos e a Constituição
Federal, foi um ato de agressão na tentativa de privar a comunidade
indígena Tapuya do Santuário dos Pajés de seu histórico território de
uso tradicional, portanto uma privação do direito originário à terra,
uma violação do lar, uma violação dos valores espirituais indígenas, uma
violação da memória e da história da presença indígena candanga e
pioneira do Santuário Sagrado dos Pajés no Distrito Federal.

O GDF utilizou como fundamento para a invasão e a destruição da área o
Termo de Ajustamento de Conduta 006/2008 que é nulo pelo fato da
comunidade indígena Tapuya do Santuário dos Pajés não ter sido
consultada em sua representação legítima, tradicional e autorizada
(conforme artigo 231 e 232 da Constituição) e pelo fato de o GDF e a
TERRACAP não ter competência legal para realizar os estudos técnicos e
antropológicos e de demarcar previamente e de modo arbitrário qualquer
extensão de área, pois o tamanho dessa é feito de acordo com o histórico
da ocupação, os usos, costumes e de acordo com o uso tradicional,
cultural, espiritual e ambiental definidos pela comunidade indígena em
consonância com o artigo 231 da Constituição Federal, sendo os limites
da terra definidos conforme os estudos técnicos e antropológicos feitos
pela FUNAI.
A atual área reivindicada como de uso tradicional histórico pela
comunidade indígena do Santuário dos Pajés e que se encontra sub judice é
de apenas 50 hectares se não fosse a truculência dos tratores e a
violação dos direitos indígenas na gestão Arruda/Paulo Octávio que
desmatou cerca de 900 hectares de cerrado e milhares de espécies
nativas, apagando os vestígios históricos da presença indígena na
região.
O território de uso tradicional inicial do Santuário dos Pajés seria
muito maior do que os atuais 50 hectares se não fosse o descumprimento
da lei pela FUNAI que não realizou os estudos técnicos há tempo para a
definição da extensão real da terra indígena, o descumprimento da lei
pelo GDF, pela TERRACAP, pelo IBAMA e pelo IBRAM que não aguardaram o
Laudo antropológico para atender o item 2.35 da licença ambiental que
exige a conclusão de estudos técnicos da área indígena, indicando o
tamanho real do território indígena a ser respeitado e protegido.
A
ação do Ministério Público Federal em 2009 foi no sentido de se fazer
respeitar os direitos indígenas e o Artigo 231 da Constituição Federal,
cumprindo a Lei, e garantir a realização dos estudos técnicos previstos
no Decreto Lei 1.775/1996. A AÇÃO dos tratores das empreiteiras Emplavi e
Brasal coligadas com o poder público (GDF e TERRACAP) no Santuário dos
Pajés repete a mesma truculência, desrespeito, violência e ilegalidade
do governo Arruda/Paulo Octávio para garantir os interesses das
empreiteiras e atacar e violar os direitos indígenas, os direitos
humanos e os valores espirituais da comunidade indígena Tapuya do
Santuário dos Pajés na capital da República.
Se não fosse a resistência indígena de autodemarcação e a Ação Civil
Pública do Ministério Público Federal no sentido de fazer a FUNAI, o
GDF, a TERRACAP, o IBAMA, e o IBRAM cumprir e respeitar a lei hoje
sequer existiriam os 50 hectares reivindicados que agora é alvo mais uma
vez de violação e destruição. A operação do atual GDF
(Agnelo/Filipelli) repete a atuação da gestão passada que foi manipular
os procedimentos de licenciamento numa tentativa de reduzir a área
indígena a uma extensão bem menor e favorecer as empreiteiras.
A AÇÃO CIVIL PÚBLICA garantiu a realização de estudos técnicos de
caráter multidisciplinar e antropológico realizados por um grupo técnico
especializado e coordenados por um Antropólogo conforme o Decreto n°
1.775/1996 e conforme disposição do licenciamento ambiental do setor
noroeste no item 2.35 da Licença Prévia que prevê a posição definitiva e
conclusiva dos estudos técnicos pela FUNAI.
A FUNAI por sua vez constituiu o Grupo Técnico de identificação e demarcação por meio da Portaria/PRES/FUNAI n° 73 de 27.01.2010 para realizar os estudos antropológicos e apresentar os resultados. O Laudo Antropológico definitivo constituído pela FUNAI está em vias de ser entregue no corrente mês de agosto para a conclusão do procedimento administrativo de demarcação da terra indígena em Brasília.
O GDF e a TERRACAP segue na mesma lógica de manipulação para violar os direitos indígenas e se servir de representatividade falsa e estranha à comunidade indígena Tapuya do Santuário dos Pajés para legitimar atos contra a terra e a comunidade indígenas, esquivando-se da organização indígena que representa o Santuário dos Pajés, a Associação Cultural Povos Indígenas, e a Autoridade Tradicional e Religiosa, o nosso Pajé.
A mesma lógica escusa manipulatória acontece com servidores da FUNAI que em reunião no dia 12 de agosto na TERRACAP deram anuência para a invasão das empreiteiras no dia 16 de agosto, usando de representatividade indígena falsa e ilegítima para favorecer as empreiteiras, atentando contra a integridade do território indígena e referendando em nome da FUNAI os escusos interesses das empreiteiras em seus ataques sobre a terra indígena para tentar diminuir seu tamanho atual de 50 hectares para 4 hectares.
!!O SANTUÁRIO DOS PAJÉS NÃO SE MOVE!!
A FUNAI por sua vez constituiu o Grupo Técnico de identificação e demarcação por meio da Portaria/PRES/FUNAI n° 73 de 27.01.2010 para realizar os estudos antropológicos e apresentar os resultados. O Laudo Antropológico definitivo constituído pela FUNAI está em vias de ser entregue no corrente mês de agosto para a conclusão do procedimento administrativo de demarcação da terra indígena em Brasília.
O GDF e a TERRACAP segue na mesma lógica de manipulação para violar os direitos indígenas e se servir de representatividade falsa e estranha à comunidade indígena Tapuya do Santuário dos Pajés para legitimar atos contra a terra e a comunidade indígenas, esquivando-se da organização indígena que representa o Santuário dos Pajés, a Associação Cultural Povos Indígenas, e a Autoridade Tradicional e Religiosa, o nosso Pajé.
A mesma lógica escusa manipulatória acontece com servidores da FUNAI que em reunião no dia 12 de agosto na TERRACAP deram anuência para a invasão das empreiteiras no dia 16 de agosto, usando de representatividade indígena falsa e ilegítima para favorecer as empreiteiras, atentando contra a integridade do território indígena e referendando em nome da FUNAI os escusos interesses das empreiteiras em seus ataques sobre a terra indígena para tentar diminuir seu tamanho atual de 50 hectares para 4 hectares.
!!O SANTUÁRIO DOS PAJÉS NÃO SE MOVE!!