Segunda, 5 de dezembro de 2011
É dura a vida (ou a morte)
daqueles que precisam do atendimento nos hospitais públicos de Brasília. A
coisa só é bela na propaganda enganosa da TV e dos jornais, publicidade paga, e
cara, com o nosso dinheiro. Na saúde da propaganda não faltam médicos, não tem
filas, não tem equipamentos quebrados, não há falta de materiais ou remédios.
Passaram-se os tais 100 dias garantidos
como suficientes para resolver o caos na Saúde. Já foram vencidos mais de 337 dias
e o governador Agnelo —que seria também o secretário de Saúde— nada resolveu.
Tudo, ou quase tudo, piora.
Ontem (4/12) um homem, Tonico, com mais de 70 anos, que tem câncer
no esôfago, passava mal e não conseguia se alimentar pela sonda que
os médicos haviam colocado há alguns dias. Pela manhã foi levado ao Hospital
Regional do Gama (HRG). Aí, em razão da gravidade do caso, foi atendido por
médico. Precisava fazer um exame de endoscopia com a finalidade de identificar
a razão de a sonda ser expelida quando ele tentava se alimentar. À noite, só à
noite, foi transferido de ambulância para o Hospital de Base de Brasília (HBB),
onde deveria ser submetido a tal exame, pois no HRG era impossível isso acontecer. Retornou mais tarde ao HRG sem
conseguir realizá-lo. Faltava material necessário no HBB. Incrível, vergonhoso, mas
verdadeiro.
Foi levado de volta ao HRG,
sendo liberado para ir para casa, devendo retornar ao hospital ainda hoje
(5/12). Quem sabe, se der sorte, ou ainda estiver vivo, consiga ser atendido no
Hospital Regional de Santa Maria.
É ou não um caos, doutor Agnelo?
Ah, se o Tonico pudesse ser
atendido na saúde da propaganda do doutor Agnelo!