Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)

quarta-feira, 19 de junho de 2013

Pitiman parte para o Ataque e desafia Filippelli

Quarta, 19 de junho de 2013
Irritado com o tratamento que vem recebendo de seu partido, o PMDB, desde que saiu da Secretaria de Obras, em julho de 2011, o deputado Luiz Pitiman resolveu questionar a postura do presidente regional da legenda, o vice-governador Tadeu Filippelli.  Pitiman qualifica de “tirania partidária”, a forma como Filippelli conduz o PMDB em Brasília.
Para fundamentar tal reclamação Pitiman chega a retroagir um pouco no assunto e lembra da disputa entre Filippelli e Joaquim Roriz pelo comando regional do partido, em 2009. Na época, com o apoio da cúpula nacional, Filippelli venceu a queda de braço, o que obrigou Roriz a deixar a legenda.
“Tadeu Filippelli resolveu trair o seu criador e iniciar um processo de asfixia política de Joaquim Roriz”, destacou Pitiman em discurso ontem à tarde da tribuna da Câmara dos Deputados. Ainda sobre o episódio  de 2009, Pitiman disse que “Roriz declarou com tristeza ao deixar a sede do partido que foi expulso do PMDB, já que Filippelli, por anos seu protegido político, comandante da sigla no DF, não quis lhe dar legenda para concorrer”.
A insatisfação de Pitiman com Filippelli tornou-se insustentável depois que o comando regional do partido negou-lhe o direito de veicular propaganda no horário gratuito destinado ao PMDB. O conteúdo dos vídeos gravados por Pitiman fazia críticas à administração do PT no DF, da qual Filippelli faz parte na condição de vice-governador.
“Estou sendo perseguido pelo presidente do PMDB. Tive censurada minha participação no horário político”, reclamou Pitiman na tribuna. Qualificando a postura de Filippelli como “uma tirania incrustada no PMDB-DF”, o deputado federal encerrou com um duro e enigmático recado ao vice-governador: “vou contar capítulo por capítulo quem é verdadeiramente o senhor Tadeu Filippelli e quais as suas práticas políticas para se manter no poder, governo após governo”.
Fonte: Assessoria do deputado
Leia o discurso do deputado Pitiman

Senhor Presidente, Senhoras e Senhores Deputados.

Ocupo a Tribuna desta Casa, para comentar sobre a onda de protestos que tomou conta das ruas nas cidades brasileiras.
Os motivos para as manifestações são os mais variados, mais há unidade a respeito de um tema.
A inoperância e a incapacidade do Estado em dar vazão às demandas da sociedade. É o cidadão que não recebe de volta os serviços pelo alto valor que paga nos seus impostos. As ilhas de eficiência do estado se resumem nos locais de arrecadação como exemplo a receita federal e não atendem com o mesmo resultado a saúde o transporte a segurança e a educação.
O povo brasileiro grita com todas as suas forças contra a tirania. Não é a mesma tirania de outrora, que prendia, matava e torturava os adversários políticos, que não partilhavam da mesma ideologia.
A tirania de hoje, apresenta-se na indiferença e no desprezo, em como o cidadão é tratado pelo Estado.
Inspirado por este movimento nacional suprapartidário eu trago uma reflexão sobre outra tirania, que igualmente atormenta e diminui a sociedade brasileira, a tirania intrapartidária de alguns partidos.
Esta onda de protestos invariavelmente nos leva a refletir sobre democracia representativa e a interlocução da sociedade com os Partidos Políticos.
Sem dúvida existe no Brasil uma tirania partidária e devemos nos mobilizar para extirpa-la. A solução Nobres Deputados sairá desta Casa ou das ruas. Podemos escolher.
No meu Partido, o PMDB temos feudos regionais, que verdadeiramente inviabilizam a democracia partidária.
No Distrito Federal o soberano do PMDB é o Vice-Governador, Nelson Tadeu Filippelli que age como um ditador e que infelizmente tem apoio e carta branca da cúpula política nacional para fazer o que bem quiser.
É importante relembrar que o monarca do PMDB-DF, Tadeu Filippelli expulsou o ex-governador Joaquim Roriz do PMDB em 2009, em um ato de desrespeito com a história e a trajetória política de um homem que foi fundador do PMDB, passou por todos os cargos eletivos: vereador, deputado estadual, federal e que governou o Distrito Federal por 04 vezes.
Vou relembrar daqui a cronologia destes fatos, para exemplificar que precisamos mudar o nosso sistema político-partidário, que acaba por privilegiar as ditaduras partidárias e propicia a construção de feudos.
Em 2009 Roriz liderava as pesquisas de opinião para o Governo do Distrito Federal, mas o Presidente do PMDB Tadeu Filippelli resolveu trair o seu criador e iniciar um processo de asfixia política de Joaquim Roriz, que resultou em sua saída do partido em setembro de 2009.
O então Deputado Federal Laerte Bessa chegou a protocolizar um pedido de intervenção no PMDB-DF, junto à Comissão Executiva Nacional, objetivando garantir a candidatura própria de Roriz em 2010.
Mas vejam Doutos Deputados, que apesar de Roriz ocupar a 1ª vice-presidência Nacional do PMDB e de ter feito uma vitoriosa carreira política no Partido, os Ilustres Integrantes da Comissão Executiva Nacional do PMDB sequer compareceram à reunião designada para deliberar sobre o pedido de intervenção aviado por um Deputado Federal, com exceção da Presidente em exercício, Iris de Araújo e do Deputado Federal Moises Avelino.
Na tarde de 16/09/2009, Roriz declarou com tristeza ao deixar a sede do Partido, que foi “expulso” do PMDB, já que Filippelli, por anos seu protegido político, comandante da Sigla no Distrito Federal não quis lhe dar legenda para concorrer.
Digo isso porque também estou sendo perseguido pelo Presidente do PMDB. Tive censurada minha participação no horário político destinado pelo Tribunal Regional Eleitoral ao PMDB-DF, apenas pelo fato de apontar falhas na gestão do Governo de Agnelo Queiroz, hoje as ruas deixam esta insatisfação clara.
Entendo esta censura fere princípios basilares de nossa Carta Política, especialmente, os direitos individuais e os direitos políticos. Registre-se que o art. 5º, IV da Carta da República “garante a liberdade de pensamento”, da mesma forma que o art. 220, §2º da Constituição “veda qualquer censura de natureza política, ideológica e artística”.
Ademais, o art. 53 do Regimento Comum garante que Os Deputados e Senadores são invioláveis, civil e penalmente, por quaisquer de suas opiniões, palavras e votos.”
Um estado de direito não se compatibiliza com a censura. A liberdade de expressão e o pluralismo ideológico são conquistas inarredáveis do povo brasileiro.
Quero finalizar dizendo que ocuparei diariamente esta Tribuna para dar o grito de liberdade e para denunciar a tirania, inclusive há tirania incrustada no PMDB-DF.
Vou contar capítulo por capítulo quem é verdadeiramente o Sr. Tadeu Filippelli e quais as suas práticas políticas para se manter no poder, governo após governo.
Peço que este pronunciamento seja divulgado na Voz do Brasil e nos demais meios de comunicação da Casa. Obrigado.
Dep. Federal – Luiz Pitiman