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(Millôr Fernandes)

segunda-feira, 18 de abril de 2016

MPF/DF discute atrasos em obras do Instituto da Criança e do Adolescente no Distrito Federal do Hospital Universitário de Brasília (HUB)

Segunda, 18 de abril de 2016
Do MPF no Distrito Federal
Em reunião com responsáveis pelo projeto, procuradora da República cobra cronograma para retomada e conclusão das obras 

Os constantes atrasos nas obras do prédio do Instituto da Criança e do Adolescente (ICA) do Hospital Universitário de Brasília (HUB) foram tema de reunião realizada na última sexta-feira, 15 de abril, na Procuradoria da República no Distrito Federal (PR/DF). A construção começou em 2005, mas foi interrompida em diversas oportunidades. Parte de um inquérito civil público em andamento na PR/DF, o encontro foi conduzido pela procuradora da República Eliana Pires Rocha e contou com a presença de professores/pediatras da UnB, representantes da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), que assumiu a gestão do HUB em 2013, além de peritos do Ministério Público Federal (MPF) das áreas de engenharia civil e contabilidade. O principal objetivo da reunião foi discutir alternativas para acelerar a conclusão do projeto.

“Queremos acompanhar os planos de ação e as providências que serão tomadas pela Ebserh para finalizar a obra. O funcionamento do instituto é relevante não só para a UnB, mas, principalmente, para a sociedade, que carece desse tipo de atendimento especializado”, destacou a procuradora. Conforme consta do inquérito, entre os motivos da paralisação dos trabalhos estão a falência da primeira construtora contratada, a realização de um novo processo licitatório e até a morte de três operários no canteiro de obras, em 2011. Além disso, também houve a mudança na gestão do HUB.

Durante o encontro, o idealizador do projeto do ICA, o professor da Faculdade de Medicina da UnB, Dioclécio Campos, frisou que a conclusão do instituto é uma luta antiga. “Precisamos garantir espaço, equipe e aparelhos qualificados para atender crianças e adolescentes. Eles têm particularidades que precisam de tratamento e ambientes diferenciados”, ressaltou. Em seguida, o superintendente do HUB, ligado à Ebserh, Hervaldo Carvalho, reconheceu o atraso, mas prometeu empenho para que o projeto seja concluído. “A filial encaminhou documentação à sede colocando o término dessa obra da unidade de Criança e Adolescente como uma das prioridades”, afirmou. O superintendente comparou a importância da obra do ICA à reestruturação da rede elétrica de gás do HUB e à construção de um novo prédio para o ambulatório. “A rede elétrica de gás é crítica. Há mais de 40 anos que não tinha investimento”, explicou.

Já a arquiteta e coordenadora de infraestrutura física e tecnológica da Ebserh, Regina Barcellos deu uma explicação mais técnica. Segundo ela, como se passaram muitos anos desde o primeiro projeto, será preciso fazer uma nova licitação. “É necessário licitar um novo projeto que atenda adequadamente às demandas da realidade atual. Temos R$ 600 mil já garantidos para essa etapa, que pode ser concluída entre seis a oito meses”, finalizou, completando que, para a entrega completa do instituto, a previsão é de dois anos.

No fim do encontro, a procuradora Eliana Rocha voltou a frisar o interesse do MPF de acompanhar a execução de todas as etapas da obra para garantir que o empreendimento seja, finalmente, entregue à sociedade. Para isso, ela pediu a Ebserh que envie dados concretos, tanto em relação ao cronograma de implementação do projeto como também as gestões feitas como o objetivo de assegurar os recursos financeiros necessários à execução da obra. Além disso, a procuradora informou aos presentes que peritos de engenharia do MPF visitarão o canteiro de obras para acompanhar de perto toda execução dos trabalhos.