Da Agência Brasil
No dia 25 de abril de 1984, os movimentos populares e defensores da democracia viveram um dia triste. A emenda constitucional que restabelecia as eleições diretas para presidente da República no Brasil era derrotada.
Em 2 de março de 1983, o deputado federal Dante de Oliveira, do PMDB do Mato Grosso, apresentou a proposta de emenda constitucional das diretas, a PEC número cinco. Para isso, teve que coletar assinaturas de 170 deputados e de 23 senadores.
Durante a tramitação da proposta, que ficou conhecida como Emenda Dante de Oliveira, milhares de pessoas de todo o país participaram de atos e passeatas “Pelas Diretas Já”.
Entre as grandes mobilizações, estão os Comícios da Candelária, no Rio de Janeiro, com um milhão de pessoas, e do Vale do Anhangabaú em São Paulo, com um milhão e meio de participantes: as maiores manifestações públicas da história do país até então.
Às vésperas da votação na Câmara dos Deputados, o Distrito Federal e alguns municípios goianos foram submetidos às medidas emergenciais, com a proibição de manifestações de rua. O Exército assumiu o controle da segurança pública, patrulhando aeroportos e todas as vias de acesso a Brasília.
As emissoras de rádios e TV foram impedidas de transmitir a votação. A emenda das diretas obteve 298 votos a favor, 65 contra e três abstenções. Cento e treze parlamentares não compareceram ao plenário da Câmara dos Deputados para votar.
Para ser aprovada, a proposta precisava do apoio de dois terços dos deputados: 320 votos. A emenda foi rejeitada por não alcançar o quórum necessário.
Os movimentos populares avaliaram que mesmo sem a aprovação da proposta, a mobilização pelas "Diretas Já" foi importante para fortalecer a redemocratização do Brasil.
História Hoje: Programete sobre fatos históricos relacionados às datas do calendário. É publicado desegunda a sexta-feira.