Quarta, 6 de abril de 2016
“Se você quiser continuar a ser escravo dos bancos e pagar os custos
da sua própria escravidão, então deixe os banqueiros continuarem a criar
o dinheiro e controlarem o crédito”, Josiah Stamp
A Islândia ganhou a admiração popular nos últimos anos por ter feito o
que nenhuma outra nação no mundo parece estar disposta ou é capaz de
fazer: processar criminalmente os banqueiros por terem arquitetado o
colapso financeiro para o lucro.
A revolta da população contra a classe bancária, que levou a pequena
nação a uma crise econômica em 2008, é o exemplo mais brilhante até
hoje, de que o mundo não precisa ficar para sempre refém dessa elite
abastada, austera e criminosa. Em 2015, 26 banqueiros islandeses foram
condenados à prisão e o governo determinou a venda dos bancos em
benefício dos cidadãos.
Inspirados no progresso da Islândia, ativistas na Suíça estão agora
fazendo uma importante mobilização contra os cartéis bancários e fizeram
uma petição bem sucedida para levar a iniciativa a um referendo
popular, que atacaria os bancos privados onde mais importa: seu poder de
empréstimo quando eles não possuem dinheiro e sua capacidade de criar
moeda do nada.
A Suíça se encontra numa posição chave para desempenhar o papel
revolucionário na mudança da forma como os bancos globais funcionam.
Além de ser o porto mais seguro do mundo para armazenar riqueza, a Suíça
é a casa do Bank of Internacional Settlements (BIS), uma empresa
privada obscura, de propriedade de muitos bancos centrais do mundo, que
age como credor para os bancos centrais. O BIS é o coração do sistema
global de reservas bancárias, a política que permite aos bancos
emprestar dinheiro que não existe nos seus depósitos bancários e que é
criada por via eletrônica, a partir do nada, sempre que um banco concede
uma linha de crédito.
Reserva bancária é a política que garante dívida intransponível como resultado de todas as transações financeiras.
A proposta do Sovereign Money of Switzerland (algo como o dinheiro
soberano da Suíça) visa frear a especulação financeira, do qual é o
resultado pretendido e inevitável do sistema bancário de reservas, a
ferramenta que torna possível o aventureiro financeiro por fornecerem
com infinitas quantidade de dinheiro Fiat (?)
Limitar a capacidade dos bancos de produzirem dinheiro do nada seria
um golpe direto nas raízes do cartel bancário e prejudicando sua
habilidade de manipular a economia mundial.
Veja como funciona em termos simplificados:
– … se tivéssemos acesso aos mesmos terminais de computadores que os
bancos têm, poderíamos, como num passe de mágica, colocar e tirar tudo o
que fomos treinados para achar que é importante, como o dinheiro, na
quantidade que quiséssemos.
– É dessa forma que funciona: quando imprimem esse material, ocorre
um estrondo. Quando imprimem muito desse material, acontece inflação (na
verdade a impressão de dinheiro é inflação). Quando param de
imprimi-lo, ou decidem segurá-lo, há depressão.
Na Suíça, 90% de todo o dinheiro em circulação é eletrônico, e por
isso, o Swiss National Bank (Banco Central Suíço) tornou-se o principal
alvo da campanha Sovereign Money. No passado, as leis da Suíça exigiam
que os bancos garantissem toda a emissão de moeda, com outros recursos
como prata ou ouro, no entanto, nas últimas décadas o clima mudou e
“devido ao surgimento das operações de pagamento eletrônico, os bancos
recuperaram a oportunidade de criarem seu próprio dinheiro”.
Em um manifesto público, a campanha popular se pronunciou a respeito
das intenções do referendo: “os bancos não serão mais capazes de criar
dinheiro para si, eles só poderão emprestar dinheiro que tiverem em
caixa (dos poupadores) ou emprestado de outros bancos”.
Esse é um ponto interessante na saga humana do homem vs bancos, e
enquanto se aguarda se o referendo passa ou não, deve ser pontuado que
isso também poderá trazer outros problemas, conforme afirma Sam Gerrans:
…isso quer dizer que ao banco central deve ser garantido o direito
exclusivo de emitir dinheiro. Isso deixaria a emissão de dinheiro nas
mesmas mãos dos que controlam o Federal Reserve ou o Bank of England, em
vez de permitir-lhes trilhar o caminho. Mas ao menos isso mostra que as
pessoas estão começando a despertar para onde o verdadeiro poder
reside.
…no caso improvável deste movimento popular na Suíça obter o seu
caminho e ter sua legislação decretada e começar a se transformar em
algo que realmente ameace a elite bancária, não ficaremos surpresos se
na Suíça dissessem que foram descobertas armas de destruição em massa,
ou que são responsáveis por arquitetar o 9/11, ou talvez serem os
financiadores do estado islâmico.
Parte do condicionamento cultural do nosso tempo é enraizado, uma
dependência presumida das “vacas sagradas” como os bancos. Assim como é
impossível para os norte americanos imaginarem o mundo sem Democratas e
Republicanos, é difícil para a maioria das pessoas imaginar um mundo sem
um sistema bancário predatório global.
No entanto, há uma série de outras possibilidades de comércio,
armazenamento de riquezas, facilitação do desenvolvimento do mundo. Esse
não é o único sistema econômico que podemos imaginar, e conforme a
Islândia vem provando, as pessoas podem recuperar o controle de suas
riquezas coletivas e assim talvez, essa revolução cresça ainda mais na
Suíça, trazendo, ao menos, uma maior consciência acerca da verdade sobre
os bancos centrais.
Texto traduzido pela Auditoria Cidadã da Dívida