Sexta, 8 de outubro de 2010
Da "Auditoria Cidadã da Dívida"
O Jornal Correio Braziliense mostra que o governo anunciou a terceira medida em duas semanas para tentar conter a valorização do Real frente ao Dólar, que vem ocorrendo devido ao grande fluxo de moeda estrangeira para o país, em grande parte para ganhar com os altíssimos juros da dívida interna. A valorização da moeda nacional prejudica a indústria nacional, pois torna os produtos importados mais baratos.
Depois de ter aumentado o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) na segunda-feira, desta vez foi aumentado o limite para o Tesouro comprar dólares para pagar a dívida externa, o que possibilitará uma compra de US$ 10 bilhões a mais. A idéia é que isto aumente a demanda por dólares, fazendo a moeda americana parar de se desvalorizar.
Porém, a compra de dólares pelo Tesouro é tudo que o investidor estrangeiro quer, pois o governo paga estes dólares com títulos da dívida interna, que rendem aos especuladores os maiores juros do mundo. E com relação ao aumento do IOF, há diversas formas dos especuladores fugirem desta tributação, conforme mostra notícia do jornal Estado de São Paulo: "O investidor coloca dinheiro em um banco no exterior, que tem um fundo autorizado a atuar no mercado futuro do Brasil. É uma forma de aplicar no juro brasileiro sem pôr os recursos aqui dentro."
Por fim, outra notícia do jornal Estado de São Paulo divulga estudo da consultoria KPMG mostrando a grande injustiça existente no Imposto de Renda (IR) no Brasil, que onera excessivamente a classe média e alivia os muito ricos. Apesar de ser um país com renda bastante concentrada – onde os mais ricos ganham rios de dinheiro com a dívida pública – a alíquota máxima do Imposto de Renda no Brasil atinge apenas a 54ª posição (numa amostra de 84 países), sendo de apenas 27,5%.
E para aumentar esta injustiça, tal alíquota máxima do IR já começa a ser aplicada em pessoas com renda muito baixa: somente 10 países (numa amostra de 70) aplicam esta alíquota sobre faixas de renda menores que no Brasil.
Cabe também ressaltar que no Brasil, os lucros das empresas distribuídos a seus sócios são isentos de Imposto de Renda, enquanto os rentistas da dívida pública pagam uma alíquota de 20% em média (bem menos que os 27,5% pagos pela classe média assalariada) sendo que os estrangeiros são isentos de IR.
Tais privilégios tributários para o grande capital começaram a ser implementados no Brasil a partir dos anos 90, sendo que boa parte deles constaram de Cartas de Intenção ao FMI reveladas pela recente CPI da Dívida na Câmara dos Deputados. Ou seja: para garantir o pagamento da questionável dívida externa, os sucessivos governos fizeram acordos com o Fundo que resultaram em mais injustiça tributária.
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Acesse o site da "Auditoria Cidadã da Dívida".
O Jornal Correio Braziliense mostra que o governo anunciou a terceira medida em duas semanas para tentar conter a valorização do Real frente ao Dólar, que vem ocorrendo devido ao grande fluxo de moeda estrangeira para o país, em grande parte para ganhar com os altíssimos juros da dívida interna. A valorização da moeda nacional prejudica a indústria nacional, pois torna os produtos importados mais baratos.
Depois de ter aumentado o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) na segunda-feira, desta vez foi aumentado o limite para o Tesouro comprar dólares para pagar a dívida externa, o que possibilitará uma compra de US$ 10 bilhões a mais. A idéia é que isto aumente a demanda por dólares, fazendo a moeda americana parar de se desvalorizar.
Porém, a compra de dólares pelo Tesouro é tudo que o investidor estrangeiro quer, pois o governo paga estes dólares com títulos da dívida interna, que rendem aos especuladores os maiores juros do mundo. E com relação ao aumento do IOF, há diversas formas dos especuladores fugirem desta tributação, conforme mostra notícia do jornal Estado de São Paulo: "O investidor coloca dinheiro em um banco no exterior, que tem um fundo autorizado a atuar no mercado futuro do Brasil. É uma forma de aplicar no juro brasileiro sem pôr os recursos aqui dentro."
Por fim, outra notícia do jornal Estado de São Paulo divulga estudo da consultoria KPMG mostrando a grande injustiça existente no Imposto de Renda (IR) no Brasil, que onera excessivamente a classe média e alivia os muito ricos. Apesar de ser um país com renda bastante concentrada – onde os mais ricos ganham rios de dinheiro com a dívida pública – a alíquota máxima do Imposto de Renda no Brasil atinge apenas a 54ª posição (numa amostra de 84 países), sendo de apenas 27,5%.
E para aumentar esta injustiça, tal alíquota máxima do IR já começa a ser aplicada em pessoas com renda muito baixa: somente 10 países (numa amostra de 70) aplicam esta alíquota sobre faixas de renda menores que no Brasil.
Cabe também ressaltar que no Brasil, os lucros das empresas distribuídos a seus sócios são isentos de Imposto de Renda, enquanto os rentistas da dívida pública pagam uma alíquota de 20% em média (bem menos que os 27,5% pagos pela classe média assalariada) sendo que os estrangeiros são isentos de IR.
Tais privilégios tributários para o grande capital começaram a ser implementados no Brasil a partir dos anos 90, sendo que boa parte deles constaram de Cartas de Intenção ao FMI reveladas pela recente CPI da Dívida na Câmara dos Deputados. Ou seja: para garantir o pagamento da questionável dívida externa, os sucessivos governos fizeram acordos com o Fundo que resultaram em mais injustiça tributária.
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