Domingo, 10 de outubro de 2010
Não há dúvidas maiores de que a pesquisa eleitoral no Brasil é mais um instrumento para influenciar eleitores. Volta e meia se pede uma CPI no Congresso para apurar até onde institutos de pesquisas erram por falha nas metodologias de pesquisa ou por puros e simples interesses escusos.
O senador Jefferson Peres (PDT-AM) lutou incansavelmente para ver se tirava do papel uma dessas CPIs. Morreu sem ver passado a limpo a sujeira de institutos de pesquisas. Outros morrerão e o Congresso nada fará.
A teoria do cavalo ganhador, onde o jogador (eleitor) aposta sempre no animal que parece se tornará o vencedor, acontece com o eleitor. Milhares ou milhões de votos se dirigem em direção aos políticos que estão na frente. E muitas vezes estão na frente apenas nos “resultados” de pesquisas.
Quando vai se aproximando o dia das eleições os tais “institutos” são forçados a fazer ajustamentos, para não passarem para o grande público que “ajudaram” esse ou aquele candidato. Dá uma martelada aqui, outra acolá...
Em Brasília, por exemplo, há o caso famoso de um instituto de pesquisa que nas eleições de 1998 para governador dava um candidato como já eleito. Afirmava na TV o presidente do instituto que se o resultado fosse outro, não mais realizaria pesquisa eleitoral na cidade. Errou! E errou feio. Continua fazendo pesquisa em Brasília, errando outras vezes.
Agora é a vez da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) do Piauí pedir ao Ministério Público Federal que investigue os institutos de pesquisa no Estado. Sigifroi Moreno Filho, presidente da OAB-Piauí, acredita que houve indução do eleitorado piauiense ao erro. As urnas revelaram diferenças superiores a 10 pontos percentuais em relação aos divulgados pelos institutos de pesquisa.
É bem possível que os institutos venham com aquela conversa mole de que o eleitorado escondeu o jogo, ou decidiu mudar seu voto na madrugada do dia 3 de outubro.
Para o presidente da OAB-PI "Alguns institutos agiram de forma, no mínimo, irresponsável, para não dizer criminosa".