Quinta, 4 de abril de 2013
Ivan Richard
Repórter da Agência Brasil
A Empresa Brasil de Comunicação (EBC) divulgou hoje (4) nota em que repudia a agressão sofrida ontem (3) pela repórter do Radiojornalismo da EBC Pollyane
Marques, após reunião da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da
Câmara. A pedido da empresa, a Câmara abriu inquérito para apurar
responsabilidades.
“A EBC repudia a agressão sofrida pela jornalista que
estava em cumprimento de seu trabalho e manifesta preocupação com o
ocorrido, pois fatos como esse deterioram a imagem democrática do
Parlamento brasileiro”, diz trecho da nota.
O incidente ocorreu logo após o término da reunião em que foi proibida a
entrada de manifestantes contrários à permanência do deputado Pastor
Marco Feliciano (PSC-SP) na presidência do colegiado. Do lado de fora do
plenário da comissão, ao lado de outros jornalistas, a repórter tentava
fazer perguntas para o deputado quando foi empurrada e atingida por uma
cotovelada no rosto.
“Perguntei se era democrático fugir da imprensa. Quando perguntei pela
segunda vez, senti um empurrão mais forte. Estava muito próxima do
deputado Marco Feliciano. Perguntei se era democrático os seguranças
baterem na imprensa e, em seguida, senti a cotovelada”, contou Pollyane
Marques.
Acompanhada por representantes da EBC, ela prestou
queixa na Polícia Legislativa da Câmara e fez exame de corpo de delito
na Polícia Civil do Distrito Federal. Ela teve ferimentos na boca e nos
joelhos. A jornalista disse que não conseguiu identificar o autor da
agressão.
“Tinha assessores do [deputado] Feliciano e seguranças da Câmara, mas
não posso precisar quem foi. O joelho sangrando não dói. O que dói mais é
atitude. A resposta à minha pergunta se era democrático bater na
imprensa foi uma cotovelada na cara. Posso não saber quem foi, mas
receber uma cotovelada depois de perguntar isso, tenho a certeza que foi
[uma ação] deliberada”, disse Pollyane.
A direção da EBC solicitou audiência com o presidente
da Câmara, deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), e apuração
rigorosa do caso. “A gente quer repudiar a agressão feita em um ambiente
da Câmara por causa de um pergunta. Isso não é correto e queremos
também fazer um alerta à instituição. Queremos saber o que aconteceu”,
disse o diretor-geral da EBC, Eduardo Castro.