Sábado, 15 de março de 2014
Talvez pressionado pelas grandes empreiteiras, talvez ansioso por
fazer caixa para as eleições (vamos ficar só nesta hipótese: para as
eleições), o governo do Distrito Federal procura acelerar, a sete meses
do final do mandato, vários projetos polêmicos e nocivos aos
brasilienses. Se não houvesse a reação de alguns poucos deputados e dos
senadores Cristovam Buarque e Rodrigo Rollemberg, e de entidades
representativas, esses projetos já seriam realidade.
O GDF quer aprovar a todo custo o Plano de Preservação do Conjunto
Urbanístico de Brasília (PPCUB), apesar da oposição de entidades com o
peso do Instituto dos Arquitetos do Brasil, do Instituto Histórico e
Geográfico, do Rodas da Paz e da UnB, entre muitas outras.
Quer também tomar 90 hectares da Embrapa Cerrados, que há 30 anos
desenvolve pesquisas na região, para construir um conjunto habitacional
que pode muito bem ser localizado em outro terreno próximo. Ignora
solenemente os protestos de pesquisadores e da Sociedade Brasileira para
o Progresso da Ciência.
Insiste em autorizar a construção de um shopping no Lago Sul, ao lado da Ponte JK.
E está finalizando estudos para erguer nova cidade na região vizinha à
DF-140, que se transformou de rural em urbana para beneficiar
empreiteiros e políticos que têm terras na região.
Tudo sem debate, sem discussão de verdade com a sociedade, a toque de caixa e com muita arrogância.
Se a dupla Agnelo Queiroz e Geraldo Magela conseguir viabilizar esses
projetos, a perda para Brasília só não será irreversível se o futuro
governador tiver amor pela cidade e coragem para revogar ou patrocinar a
revogação dos absurdos.
A propósito: Magnelo pode-se ler como “mag-nelo” ou “mage-nelo”. Dá na mesma.