Segunda,
21 de julho de 2014
Cristina
Indio do Brasil - Repórter da Agência Brasil
O
advogado Rogério Borba, integrante do Coletivo dos Advogados do Rio de Janeiro
(CDA), que presta assistência jurídica aos ativistas Eloísa Samy e David Paixão
disse que orientou os dois a permanecerem no Consulado-Geral do Uruguai no Rio
de Janeiro, em Botafogo, na zona sul da cidade, até que haja uma decisão sobre
o pedido de habeas corpus apresentado hoje (21) à Justiça do Rio. O
pedido foi feito pela Comissão de Defesa das Prerrogativas dos Advogados
(Cedap) da Ordem dos Advogados do Brasil no Rio de Janeiro (OAB/RJ).
“O
HC [habeas corpus] está sendo apreciado ainda. Não há informação de uma
manifestação oficial do consulado [sobre uma ordem para deixarem as instalações
da representação do país], pelo menos não foi transmitido a mim nada. A
situação é a mesma, vai ficando até quando der”, informou o advogado.
Eloisa
Samy, David Paixão e a namorada dele, que é adolescente, chegaram ao consulado
no início da tarde e pediram asilo político. A decisão de conceder ou não asilo
político aos ativistas será tomada pela Embaixada do Uruguai, em Brasília.
Ativistas realizam ato em frente ao consulado do Uruguai, em Botafogo, Zona Sul.
Ativistas
realizam ato em frente ao Consulado do Uruguai, em Botafogo, zona sul do Rio,
onde a advogada Eloisa Samy e o ativista David Paixão pedem asilo político Tomaz
Silva/Agência Brasil
O
advogado Rodrigo Mondego, que também integra o CDA, disse que Eloísa Samy teve
acesso hoje ao trecho referente a ela na denúncia do Ministério Público aceita
pelo juiz da 27ª Vara Criminal da Capital, Flávio Itabaiana de Oliveira
Nicolau, que decretou na sexta-feira (18) a prisão preventiva de 23 ativistas.
Segundo
Mondego, Eloisa, que também é advogada, ficou surpresa com os argumentos. “Ela
ficou nervosa e começou a falar alto: é um absurdo. Estão me condenando à
prisão baseado em um parágrafo”, comentou. Para o advogado, não há fundamento
na acusação de que Eloísa deu assistência logística a ativistas em atos de
violência nas manifestações no Rio. “Estão tirando a liberdade de uma pessoa com
a argumentação de um parágrafo e a Justiça aceitou isso, o que é mais bizarro”,
avaliou.
Os
dois advogados deram as declarações na porta do Consulado-Geral do Uruguai,
onde um grupo de manifestantes protesta contra a prisão dos ativistas e
tramitem informações ao vivo pelas redes sociais.
No
começo da noite, circulou a informação de que os ativistas deixariam o
consulado uruguaio, o que não aconteceu, segundo os advogados. No entanto,
apesar da orientação para que eles permaneçam no prédio, Borba disse que Eloísa
Samy pode mudar de opinião e sair.
“Eu
sou advogado dela e atuo na medida em que ela me consulta. Se ela resolver
tomar qualquer medida sem me ouvir é da responsabilidade dela, porque ela
também é advogada”, disse. O advogado disse que combinou com os ativistas de
voltar ao consulado às 8 h de amanhã (22).
Do
outro lado da rua, um grupo de policiais militares faz a segurança do local. No
entanto, o carro com policiais da Delegacia de Repressão a Crimes contra a
Informática (DRCI) da Polícia Civil, que passou a tarde na porta do consulado,
já havia deixado a região.
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