Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)

quarta-feira, 16 de julho de 2014

"Distrações, meias verdades e mentiras descaradas"

Quarta, 16 de julho de 2014
Fonte: Tribuna da Internet 
José Guilherme Schossland
Vamos transcrever algumas afirmativas que ficaram na História, sem opinar se foram distrações, meias verdades ou mentiras descaradas:
Não teremos mais quebras no nosso tempo.” [John Maynard Keynes, em 1927, dois anos da Grande Depressão no EUA].
Não vejo nada na situação presente que seja ameaçador ou que garanta o pessimismo… Tenho plena confiança que haverá um retorno da atividade na primavera, e que durante este próximo ano o país fará um progresso contínuo.” [Andrew W. Mellon, Secretário do Tesouro dos EUA, em 31 de dezembro de 1929, em plena Depressão].
“1930 será um ano esplêndido para o emprego.” [Departamento do Trabalho dos EUA, Previsão Para o Próximo Ano, dezembro de 1929].
Embora a quebra tenha ocorrido somente seis meses atrás, estou convencido que o pior já passou — e com a continuidade da unidade dos esforços, rapidamente teremos a recuperação. Não houve nenhuma quebra significativa no setor bancário ou na indústria. Este perigo, também, já ficou para trás.” [Herbert Hoover, presidente dos EUA, 1 de maio de 1930].
A maioria de nós ainda não tinha nascido naquele tempo e não testemunhou a Grande Depressão, mas as citações anteriores devem soar estranhamente familiares. Os comentaristas e membros do governo da nossa era fatídica proferem o mesmo tipo de bobagem quase todo dia e precisamos começar a imaginar se eles estão tentando superar as afirmações ridículas de seus antecessores em uma tentativa de ganhar o prêmio de quem tem a maior cara de pau.
Hoje, não somente estamos ouvindo dizer que existem inúmeros indícios de uma recuperação, mas se esses indícios falharem, será somente porque não “acreditamos” o suficiente na existência deles!
É este tipo de idiotice que nos levou à situação em que estamos agora, e é a mesma idiotice que deixará milhões de pessoas em uma maior ruína financeira em um futuro próximo. A ideia absurda de que a prosperidade é dirigida meramente pelo otimismo cego precisa ser rejeitada, se quisermos realmente reconstruir. A transparência, a verdade pura e inalterada, precisa estar presente em todo aspecto do governo e das finanças para que uma sociedade seja bem-sucedida. Não podemos mais continuar em um sistema construído sobre a premissa que a população precisa ser mantida no escuro “para seu próprio bem”.