Terça, 8 de julho de 2014
Camila Maciel – Repórter da
Agência Brasil
Uma decisão da Justiça de São
Paulo, proferida no último sábado (5), tornou nula a convenção estadual do PT,
realizada no dia 15 de junho. A liminar, expedida pelo juiz de plantão Fernando
Oliveira Camargo, atende a pedido do deputado estadual Luiz Moura, que, no dia
2 de junho, foi suspenso do PT por 60 dias. Segundo notícias publicadas na
imprensa, o PT apura o envolvimento do político com uma organização criminosa
do estado.
Na
convenção estadual, foram oficializados os nomes do partido que disputarão
vagas na Câmara dos Deputados e na Assembleia Legislativa, a candidatura de
Eduardo Suplicy a mais um mandato no Senado e de Alexandre Padilha ao governo
de São Paulo. A suspensão de Moura do PT o impediria de disputar as eleições
deste ano.
De acordo
com o Tribunal de Justiça de São Paulo, os documentos dos autos demonstram que
Moura foi suspenso “com nítido propósito de afastá-lo da oportunidade de
participar das escolhas dos candidatos à próxima eleição, uma vez que apenas
baseados em fatos lançados pela imprensa”.
A
assessoria de imprensa de Luiz Moura destaca que não há nenhuma investigação
pelas autoridades que aponta o envolvimento dele com atos ilícitos.
De acordo
com o deputado, a decisão do PT foi injusta, pois não teve direito de defesa e
se viu obrigado a recorrer ao Judiciário. “Fui acusado por uma coisa que eu não
fiz e acabei punido. Foram acusações baseadas simplesmente em fatos da
imprensa”, disse Moura à Agência Brasil. Sobre as acusações, o parlamentar
explicou que estava em um local onde se reuniam representantes de cooperativas
de transporte público. “Sou interlocutor deste segmento com a prefeitura para
buscar melhorias para a categoria. Estava em uma reunião no dia 17 de março,
convencendo os trabalhadores a não fazer paralisação”, afirmou.
Luiz Moura
confirmou que a polícia esteve no local da reunião. “Havia 60 pessoas naquele
lugar e, dessas, uma era foragida da Justiça,por ter cometido um crime na
década de 90, e criou-se uma especulação, com informações distorcidas”,
relatou. O deputado disse ainda que todos os participantes da reunião foram
encaminhados à delegacia naquele momento e liberados em seguidas. “Se fosse
facção criminosa, bandidos, tinham que ficar presos.”
Em uma
reunião do comitê de reeleição em Brasília, o presidente nacional do PT, Rui
Falcão, informou que a legenda vai recorrer da decisão e espera a cassação da
liminar. “Não há razão para anular a convenção. Não tememos que isso venha a
ocorrer e não há nenhum risco para o candidato Padilha. São Paulo não corre o
risco de ficar sem candidato [pelo PT]", afirmou.
*Colaborou
a repórter Carolina Gonçalves