Terça, 22 de julho de 2014
Isabela Vieira – Repórter da
Agência Brasil
Protesto ocorrido no Rio, no dia do encerramento da Copa
do Mundo
Com plenário lotado, a Ordem dos
Advogados do Brasil (OAB) e organizações sociais fazem hoje (22) ato em defesa
do Estado Democrático de Direito e contra a prisão de ativistas no Rio de
Janeiro. A Justiça determinou a prisão de 23 pessoas por participação em atos
violentos, com base em investigação da Operação FireWall, da Polícia Civil.
O ato dará origem a um manifesto que será entregue a
autoridades no Brasil e a entidades de defesa de direitos humanos como a
Organização das Nações Unidas (ONU) e a Organização dos Estados Americanos
(OEA).
Advogados, ativistas, intelectuais, parlamentares,
magistrados, jornalistas e parentes de presos políticos do regime militar e
daqueles que estão presos participam do protesto, na sede da OAB no Rio, no
centro da cidade.
Durante a abertura, o vice-presidente da OAB no Rio de
Janeiro, Ronaldo Cramer, destacou uma série de direitos violados no curso do
processo contra os ativistas. Em especial, em relação à defesa. "São
advogados com dificuldade de acesso aos autos, de falar com magistrados, de
saber quais são as provas contra seus clientes", destacou. Advogado de
ativistas inidiciados, dos quais três permanecem presos, Marino D'Icarahy
voltou a denunciar, durante o ato, que nao teve acesso aos autos. "Estou
com colegas no fórum há dias e não consegui fazer cópias do processo para
analisar as provas contra cada um", informou.
A presidenta da Comissao Estadual da Verdade, Nadine
Borges, criticou o vazamento de informações do processo para a imprensa.
"O desembargo Siro Darlan [que concedeu habbeas corpus a ativistas na
sexta-feira] não teve acesso aos autos e concedeu o habbeas corpus - direito
fundamental que só ditadura negou. Poucas horas depois o Ministerio Publico
[Estadual] denuncia as mesmas pessoas e a Justiça concede ordem de prisão. Ao
mesmo tempo a imprensa divulgou tudo, nome e dados dos acusados, informacoes
que nenhum advogado, juiz e desembargado teve acesso."
Às 17h, está prevista uma manifestação em frente ao
Tribunal de Justica do Rio.
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