Quinta, 10 de julho de 2014
Da Tribuna da Imprensa
Helio Fernandes
Não é a derrota que
faz doer, provoca amargura, tristeza, lamento. A derrota é do jogo-jogado, uma
seleção pode estar melhor do que a outra num determinado dia. E obter a
vitória. Mas não pode ser desmoralizada como foi, humilhada, massacrada,
deixando a impressão visível de que a Alemanha não passou de sete porque não
quis.
Pior do que a
consequência é a inconsequência da análise desse resultado. Nem a Alemanha
esperava ou imaginava o que aconteceu. Estreou bem goleando Portugal, eterno
coadjuvante. Mas a seguir empatou com Gana, sofreu para vencer a inexistente
Austrália.
A
Alemanha ganhou, o Brasil entregou o jogo.
Tudo parlapatice
desse parlapatão que é o Felipão, ajudado por esse incipiente-imprudente-ambulante
de si mesmo que é o primaríssimo Parreira. Na véspera festejava a vitória,
passava por jornalistas, fazia sempre o mesmo gesto.
A
reformulação tem que começar na cúpula
Essa CBF é a
arquiteta da incompetência, da desonestidade, do insensato, da arrogância de
fazer tudo sem dar satisfação a ninguém. Nenhuma empresa pode ser dirigida por
Ricardo Teixeira, no lugar dele entrar esse José Maria Marin, e já programada a
posse desse obscuro e desconhecido Del Nero, e dar certo.
O
que aconteceu, não pode se repetir
Mano Menezes
organizava a seleção com calma e prudência, veio esse Marin da ditadura,
demitiu Mano e colocou o Felipão. Que não sabia o que fazer para explicar a
trajetória do Palmeiras, que já estava rebaixado. Foi um lance divino para ele,
saiu do Palmeiras pela porta dos fundos, entrou na seleção pela porta da
frente.
Mudança
total, sem demora
Se for ou se fosse
possível, Felipão-Parreira não deveriam estar em Brasília sábado, na disputa do
terceiro ou quarto lugar. Se houvesse dignidade, sentimento de honra, respeito
pelo país e pelos 200 milhões de cidadãos, (foi o Felipão o primeiro a citar
esse número) convocariam o Tite ainda hoje.
Ele iria para a capital com os jogadores, conversando e escalando a seleção. Não pode nem poderia fazer mais, pois todos os males surgiram quando Felipão convocou uma equipe de clones. Assim, como fazer substituição?
Ele iria para a capital com os jogadores, conversando e escalando a seleção. Não pode nem poderia fazer mais, pois todos os males surgiram quando Felipão convocou uma equipe de clones. Assim, como fazer substituição?
Estrangeiro,
não, Tite imediatamente
Os mais alvoroçados,
empedernidos e estabanados felipãozistas, (todos jornalistas) lançaram logo a
“ideia”, de que “deveríamos contratar um técnico estrangeiro”. Além de burrice,
traição. Uma estrangeiro na seleção, logo um outro no Banco Central, no
Ministério da Fazenda, chegariam naturalmente à presidência da República.
Tite,
se possível junto com Cuca
Duas grandes figuras,
competentes, sérios, dedicados, com o mínimo de reverência a jornalistas. Com
bom diálogo e nenhuma EGOLATRIA. Exatamente o contrário de Felipão-Parreira.
Assumiriam para a Olimpíada, e com qualquer resultado continuariam para a Copa
de 2018, cujas eliminatórias-classificações começam a seguir.
O Cuca, excelente combatente, dedicado, desprendido e compenetrado, está na China. Faz um trabalho de consolidação do futebol de lá, exaltado por todos. Os dirigentes da China não têm pressa, dizem com tranquilidade: “Dentro de 20 anos, queremos estar na final de uma Copa”.
O Cuca, excelente combatente, dedicado, desprendido e compenetrado, está na China. Faz um trabalho de consolidação do futebol de lá, exaltado por todos. Os dirigentes da China não têm pressa, dizem com tranquilidade: “Dentro de 20 anos, queremos estar na final de uma Copa”.
PS – Por hoje chega, coloquei os pontos
principais. Antes da Copa fiz exercícios a respeito da participação do Brasil
nesta Copa de 2014, a segunda em casa.
PS1 – Minhas observações se baseavam em
dois pontos. 1 – O Brasil disputou todas as Copas, portanto de qualquer maneira
teria que repetir um resultado, na derrota ou na vitória.
PS2 – Coloquei: “Só não quero que se
repita o “maracanazo” de 1950, ou o “vexame” de 1966, eliminado logo no grupo
ou na chave”.
PS3
– Não imaginava um
terceiro resultado, ainda pior do que os outros dois. Pois foi esse que surgiu.
Uma derrota por 7 a 1, com espantosa, extraordinária e extravagante facilidade.
Sem a menor reação.
PS4
– Em toda a minha
longuíssima carreira de jornalista (já completei 80 anos de efetiva
participação e profissão), nuca vi um time ou uma seleção, sofrer gols como o
Brasil contra a Alemanha.
PS5 – Uma bola entrava, dava a saída,
vinha outro. Quatro vezes seguidas. Aos 22 minutos, 24,26 e 28. E o técnico (?)
depois responderia: “Não dava para reagir”.
Um desses cronistas que escreveram sem saber, a respeito do jogo Brasil-Alemanha, garatujou: “A Alemanha que afundou navios brasileiros na Segunda Guerra Mundial”. Não foi na Segunda e sim na primeira.
O notável tribuno Mauricio de Lacerda (pai do Carlos) fez vibrante discurso de protesto na escadaria do Teatro Municipal. O presidente Venceslau Braz, não pôde deixar de declarar guerra à Alemanha. Mas mandou prender o grande e heroico deputado.
Vote em Luciana Genro
Um desses cronistas que escreveram sem saber, a respeito do jogo Brasil-Alemanha, garatujou: “A Alemanha que afundou navios brasileiros na Segunda Guerra Mundial”. Não foi na Segunda e sim na primeira.
O notável tribuno Mauricio de Lacerda (pai do Carlos) fez vibrante discurso de protesto na escadaria do Teatro Municipal. O presidente Venceslau Braz, não pôde deixar de declarar guerra à Alemanha. Mas mandou prender o grande e heroico deputado.
Vote em Luciana Genro
Quem não tiver um
candidato de sua mais completa convicção, não perca o voto, escolha a candidata
cujo nome coloquei no título. Quem está decidido a anular o voto, aproveite-o,
vote em Luciana Genro. Quem votar obrigatoriamente e preferir o voto branco,
ilumine o papel, escreva Luciana Genro.
Se decidirem assim,
Luciana pode ter os 19 milhões que em 2010 sobraram para Dona Marina. Aí,
Luciana se transformará numa grande esperança para 2018. Ela ainda tem 43 anos,
está colocando material dentro dela mesma, faz mestrado. Além da alma, do
coração e da resistência, Luciana preenche e fortalece a mente.
Em
plena Copa, Joaquim pede prorrogação. Dona Dilma e o dinheiro “em casa”
Mesmo que recursos ou
bens em moeda corrente sejam guardados no que chama “em casa”, precisam de
explicação. De onde veio esse dinheiro? Na primeira eleição, 2010, a candidata
declarou oficialmente: “Tenho em dinheiro, em casa, 113 mil reais”. Não
investiu em coisa alguma, embora tenha assessores competentíssimos para isso.
Como ainda não era
presidente, não podiam dizer contra ela: “Não confia no sistema financeiro
nacional”.
Agora insiste nesse
estilo de “investimento”, a acusação é mais do que perfeita: é presidente e
quer mais quatro anos.
“Dinheiro
para viagens”
Mesmo que esse
dinheiro em casa tenha o objetivo que está no título, confessado por assessores
diretos, poderia ser investido. Se ela comprasse Letras do Tesouro, de forma
direta, sem intermediários, teria retorno suculento.
Além do mais, nos
últimos quatro anos, não gastou nenhum “tostão” em viagem. Nos próximos quatro,
se for reeleita, idem, idem. Poderia precisar de dinheiro para viajar, a partir
de 2019.
O dinheiro em casa,
completamente desvalorizado e exigindo explicações. Investido no tesouro,
viajaria confortavelmente.
PS – Mais vergonhosa do que a atuação da
seleção, foi a coletiva do Felipão. Cínico, estabanado mas tentando fugir do
fiasco e do vexame. E quando perguntaram “se pretendia deixar a seleção”,
respondeu de forma aviltante, prepotente, arrogante, imprudente.
PS1
– “A Copa ainda não
acabou falta o jogo de sábado. E depois vamos decidir”. Ora, já disse aqui mais
de uma vez e Felipão sabe muito bem disso: “Disputar o terceiro ou quarto
lugar, é o momento de mais e maior constrangimento”.
PS2 – Pela segunda parte da resposta,
Felipão acredita que pode continuar. Dentro de 1 ano, teremos que escolher o
técnico para a Olimpíada de 2016 (novamente em casa) título que jamais
conquistamos.
PS3 – A Olimpíada, como todos sabem será
em 2016. E no mesmo 2016, começam no mundo inteiro, as classificações para a
Copa do Mundo de 2018. Levam 1 ano e meio, são disputadas nos intervalos dos
campeonatos dos mais diversos países.
PS4 – Perguntaram a Felipão na coletiva:
“Mas a seleção não reagiu, não se motivou, não sentiu que precisava fazer
alguma coisa?”. E a resposta do Felipão, agredindo o bom senso, a inteligência
e o respeito de milhões de pessoas que assistiam a entrevista.
PS5
– “Fazer o quê depois
de 5 a 0”. E revelando excelente memória, concluiu: “Sofremos gol com 22
minutos, com 24, 26 e 28”. Além do primeiro que ele não citou.
PS6
– Também não citou
que levou 5 a 0, com a Alemanha sem a menor dificuldade. E mais do que tudo:
numa semifinal de Copa do Mundo, quando uma seleção sofre quatro gols em oito
minutos, um a cada dois minutos, alguma coisa está errada.
PS7 – E esse Felipão de triste figura, no
qual jamais acreditei, se esconde, foge, se refugia na afirmação, “a Copa ainda
não acabou”. Para o público acabou.
PS8 – Tanto que vaiou Felipão e a sua
seleção, demoradamente. E não saiu do “Mineirão”, aplaudindo de pé a seleção da
Alemanha. Como nas grandes óperas, os jogadores voltaram várias vezes.
PS9 – Todos assinalaram: “Felipão ASSUMIU
a responsabilidade”. Como não assumir se todos os erros, equívocos, burrices e
inabilidades foram cometidos por ele? Ele e Parreira deveriam devolver a
fortuna que receberam nesses quase dois anos de desperdício.