Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)

sexta-feira, 15 de agosto de 2014

Cenário pós-Eduardo Campos fica ainda mais imprevisível


Sexta, 15 de agosto de 2014
Tribuna da Imprensa
Daniel Mazola
Eduardo Campos se espatifou a cerca de 240 Km/h, em um moderníssimo jatinho, aparentemente por uma falha (humana ou mecânica) na tentativa de arremetida no pouso abortado, por causa do tempo ruim, na Base Aérea de Santos. O ex-governador e outros seis tripulantes perderam a vida nos quinze segundos após a manobra – que, se fosse bem sucedida, levaria mais 15 minutos até um pouso seguro em Congonhas ou no Campo de Marte, em São Paulo. Para completar, no mesmo dia Ricardo Lewandowski foi eleito Presidente do Supremo Tribunal Federal. Eita 13 de agosto...
O destino às vezes é cruel. Por coincidência macabra, Miguel Arraes também morreu em um dia 13 de agosto, em 2005. Não adianta Dilma-Lula-postes-aliados e agregados usarem a trágica morte de Eduardo Campos e seu longo velório como motivo para tentar conter os efeitos dos escândalos capazes de abalar a “república dos banqueiros”, que vêm sendo gerenciada por lacaios petistas, mas que também pode mudar de mãos rapidamente. Isso caso a “gerentona” não tenha mais condições de vencer o páreo contra o “netinho-playboyzinho” Aécio, ou agora com Marina Silva correndo por fora.

Alguns estrategistas avaliam que é cedo para fazer prognósticos claros e que a nova configuração da disputa não zera o jogo, mas vai exigir mudanças cuja amplitude só será conhecida após a decisão oficial do PSB e algumas rodadas de pesquisas eleitorais.
Mas caso o voo de Marina nas pesquisas não se concretize, mesmo explorando a morte de Eduardo Campos, o cenário fica ainda mais imprevisível. A morte de Campos pode beneficiar Dilma? Petistas otimistas apostam que sim. Outros, mais realistas, duvidam que isto ocorra. A vivacidade nordestina do falecido e jovem político vinha tirando votos do PT em Pernambuco. Agora, por força psicológica da tragédia, Eduardo Campos pode tirar ainda mais - estando morto. A dúvida mortal é se tal voto migra para Marina ou se Aécio Neves consegue herdar alguma fatia.
Estrategistas do esquema reeleitoral querem que Dilma Rousseff encarne a imagem de velha amiga do falecido Eduardo Campos, que foi colega dela no governo do ex-Lula, na tentativa de herdar uns votinhos a mais dos nordestinos. O “netinho-playboyzinho” Aécio Neves tende a ser posto em terceiro plano no cenário imediato pós-Campos. O clima pesado não recomenda que fale mal de Dilma, enquanto vigorar o luto.
Uma coisa parece certa, a partir de agora essa campanha reeleitoreira passará a ser um perigoso sobe e desce. De candidaturas viáveis e inviáveis, forçadas a aturar toda sorte de condições climáticas, geográficas e aeroportuárias, no pousa e decola dos vários compromissos de campanha em um dia que só tem 24 horas.
Está mais do que certo, os cidadãos brasileiros querem mudanças. Mas o risco de tudo mudar, para ficar a mesma coisa (como no velho provérbio) parece uma ameaça constante.
Pela via eleitoral da “república dos banqueiros”, uma grande arapuca e perigosa armadilha institucional, praticamente não temos opções políticas seguras, de comprovada qualidade com compromissos claramente definidos para mudar o Brasil para melhor, em substituição urgente à desastrosa desgovernança da “gerentona” Dilma – que o desgastado, debochado e desbotado ex-Lula deve chamar, carinhosamente, de “meu poste”.
Tirando a jovem e coerente lutadora Luciana Genro, que tem o apoio desse blog, terá meu voto, e do catedrático do jornalismo brasileiro Helio Fernandes, mas que não tem condições de se firmar nesse jogo eleitoreiro desigual de 2014, estamos à mercê de aventureiros, parasitas, amadores, carreiristas, postes, entreguistas... “gente” sem ética e credibilidade que não merece estar concorrendo ao cargo máximo do país.
Maracutaias não 
É guerra. A Petrobras contratou um grande escritório de advocacia para brigar pela propriedade intelectual do domínio de internet www.maracutaiasnapetrobras.com
 O escritório Ouro Preto Advogados, especializado em propriedade intelectual, já entrou com uma reclamação oficial no World Intellectual Property Organization (WIPO) para tomar para si o domínio e, certamente, tirá-lo do ar.
Data vênia, não seria mais fácil e barato agir com eficiência gerencial, para combater tantos escândalos que investidores vêm denunciando na Petrobras do que arrumar uma briga imbecil dessas?