Sexta, 15 de agosto de
2014
Da Tribuna da Internet
Carlos Newton
Roberto Amaral é ligado ao PT
O
novo presidente do PSB, Roberto Amaral, deu entrevista à repórter Paula
Ferreira, de O Globo, para assumir a responsabilidade de conduzir o
procedimento para a nova candidatura do partido ao Planalto, que somente será
feito após o sepultamento de Eduardo Campos. Não quis dar maiores declarações e
apenas distribuiu a nota oficial assinada por ele:
“O
Partido Socialista Brasileiro (PSB) está de luto pela trágica morte de seu
presidente nacional, Eduardo Henrique Accioly Campos, ocorrida em 13 de agosto
de 2014. Recolhe-se, neste momento, irmanado com os sentimentos dos seus
militantes e da sociedade brasileira, cuidando tão somente das homenagens
devidas ao líder que partiu. A direção do PSB tomará, quando julgar oportuno, e
ao seu exclusivo critério, as decisões pertinentes à condução do processo
político-eleitoral.”
LIGAÇÕES
COM O PT
A
repórter fez questão de registrar que as antigas ligações de Roberto Amaral com
o PT despertam questionamentos a respeito de seu apoio a uma eventual candidatura
de Marina Silva:
“No
ano passado, o agora presidente do PSB, que é ex-ministro do governo Lula,
chegou a sugerir a Eduardo Campos que desistisse da corrida eleitoral e
apoiasse a reeleição de Dilma Rousseff (PT)”, diz oportunamente a jornalista
Paula Ferreira, acrescentando que, na época, Amaral propôs que Eduardo Campos
partisse para a disputa presidencial somente em 2018. E salientou também que
Amaral foi o articulador da aliança do PSB com o PT do Rio, para apoiar
Lindbergh Farias (PT) ao governo do estado.
A
repórter de O Globo agiu acertadamente ao levantar esses posicionamentos do
novo presidente do PSB, que na quinta-feira se reuniu num hotel em São
Paulo com algumas das principais figuras do partido: Rodrigo Rollemberg
(PSB-DF), líder no senado; Beto Albuquerque (PSB-RS), líder na Câmara; o
deputado Gláuber Braga, presidente do partido no Rio; e o deputado Júlio
Delgado (PSB-MG).
SE
DEPENDESSE DE AMARAL…
O
Globo também revela que Dilma Rousseff e o ex-presidente Lula ligaram na
sexta-feira para o novo presidente do PSB, para trocar ideais sobre a situação
do partido e a escolha da nova candidatura ao Planalto, numa inacreditável e
revolta demonstração de oportunismo político, de quem já apareceu “chorando” no
noticiário e vai reaparecer “chorando” na hora do enterro.
Traduzindo
tudo isso: se depender de Amaral, o PSB esquece a sucessão presidencial e faz
coalizão com o PT. Acontece que esta decisão não depende dele, que sempre
defende seus interesses meramente pessoais, pois sonha em voltar ao Ministério.
O PSB, desde sua união à Rede Solidariedade, tinha dois candidatos à
Presidência. Não pode simplesmente desistir da disputa, especialmente porque a
candidatura suplente sempre esteve à frente da candidatura titular nas
pesquisas de opinião.
Por
fim, é bom lembrar que Amaral não comanda a Executiva, que tem muitos
integrantes com mais prestígio e influência do que ele, como Júlio Delgado,
Luíza Erundina, Rodrigo Rollemberg, Beto Albuquerque, Fernando Bezerra
Coelho, Antonio Carlos Valadares, Renato Casagrande, João Capiberibe, Mares
Guia e mais e mais…
O
prazo para a substituição da candidatura já começou a correr. Segundo a Justiça
Eleitoral, a coligação tem até dez dias para definir o novo candidato. De
acordo com a lei, o substituto pode pertencer a qualquer legenda da coalizão,
que é composta por PSB, PPS, PHS, PRP, PPL e PSL.