Sábado, 9 de agosto de 2014
Raquel Faria
O Tempo
O Tempo

O
Fundo de Participação dos Municípios (FPM), que sustenta as prefeituras
brasileiras, desabou no mês passado. Em Belo Horizonte, para dar um
exemplo, a prefeitura recebeu R$ 25,289 milhões em julho, cerca de 40% a
menos que os repasses registrados no início do ano – em fevereiro, por
exemplo, foram R$ 43,5 milhões. A queda ocorre na mesma proporção para
todos os municípios, que agora sentem nos cofres o baque nas atividades
econômicas durante a Copa do Mundo.
As
dificuldades para os prefeitos só não são maiores porque a forte queda
em julho, período atípico em função da Copa, tende a não se repetir nos
próximos meses, com a volta do país à normalidade, elevando a
arrecadação. E também porque o FPM deverá ser reforçado em alguns
bilhões com o aumento em 1% dos repasses, conforme PEC aprovada pelo
Senado anteontem e agora a caminho do endosso na Câmara Federal.
ORQUESTRAÇÃO
Não
foi uma coincidência, mas um dueto ensaiado. As declarações,
terça-feira, dos ministros Guido Mantega e Alexandre Tombini, ambos
engajados no esforço de melhorar o ambiente e a visão da economia, foram
combinadas, no esforço que o governo articula para combater o
pessimismo econômico. Eles vão insistir durante toda a campanha que o
Brasil está bem, refutando a tese de que já viveríamos uma estagflação
ou início de uma recessão.
Com
seu tom quase-ufanista, a propaganda dilmista buscará se contrapor à
visão mais sombria da oposição, sobretudo do PSDB, que vê o país em
crise econômica e deve seguir batendo forte no governo. Ou seja, a
campanha petista está recorrendo ao bom humor para tentar desfazer os
maus humores que se disseminaram pelo país.
Fonte: Tribuna da Internet