Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)

sexta-feira, 22 de agosto de 2014

Só Toninho do Psol respondeu ao questionário que o Sindágua encaminhou a todos os candidatos ao Buriti

Sexta, 22 de agosto de 2014
O Sindágua-DF, sindicato dos servidores da Caesb, enviou a todos os candidatos a governador do Distrito Federal um questionário com 11 perguntas à respeito da categoria e da empresa. Porém até a presente data, só um dos seis candidatos questionados repondeu. No dia 14/08 o candidato Toninho, do PSOL, enviou ao Sindicato, por e-mail, resposta do questionário:
"RESPOSTA AO QUESTIONÁRIO DO SINDÁGUA
Questão 1
Eu defendo que o saneamento básico deve ser um bem social e dessa forma tratado pelo Estado.
Questão 2

No Distrito Federal é preciso reconhecer que o crescimento populacional desordenado criou situações que precisam ser enfrentadas. A implantação de cidades sem o necessário preparo de infraestrutura acarreta problemas de saneamento que deveriam ser evitados.
Com base nos diagnósticos já produzidos pelos órgãos competentes, e em caráter emergencial, vamos intervir nas áreas nas quais o problema se apresenta mais urgente, como o Itapoã.
Para isso será necessário fortalecer a CAESB, dotando-a de mais recursos e capacidade operacional, ao mesmo tempo em que buscaremos financiamentos em instituições públicas cujas condições sejam compatíveis com a capacidade de pagamento do GDF.
Nenhuma nova cidade ou bairro será instalado sem que o saneamento esteja previamente definido, incluindo, se for o caso, a construção de estação de tratamentos de esgoto.
No Entorno vamos tratar os convênios de saneamento com o governo federal e com o governo de Goiás visando assegurar a proteção das bacias hidrográficas, especialmente a do Descoberto e de Corumbá.
Questão 3
Evitaremos a ocupação desordenada do solo. Evitaremos, especialmente, a imposição da especulação imobiliária tão presente no Distrito Federal. As instituições públicas como a CAESB serão protegidas, mantidas como estatais e fortalecidas para que possam executar suas funções precípuas, evitando terceirizar atividades fins.
Questão 4
Não pretendo implementar as Parcerias Público-Privadas. Essa modalidade é uma criação do ideário neoliberal com o qual não tenho nenhuma afinidade.

Questão 5
Ao contrário dos que defendem o Estado mínimo, minha candidatura expressa um segmento da política nacional que é defensor da capacitação do Estado para que ele seja um promotor da justiça social. Para tanto é necessário reforçar o setor estatal, notadamente as empresas públicas já existentes. A CAESB é tão estratégica quanto o são os setores de saneamento e fornecimento de água. Fortalecer a CAESB significa aportar recursos, ampliar sua capacidade operacional, evitar terceirizações, priorizar os funcionários de carreira em sua administração, torná-la uma empresa de gestão transparente e participativa.
Questão 6
Em hipótese alguma a CAESB será privatizada ou terceirizada em um governo da Frente de Esquerda.

Questão 7
Todos os contratos de terceirização que o atual e os anteriores governos tenham assinado, e não só os relativos à CAESB, serão rigorosamente analisados. A depender do estudo, alguns poderão ser denunciados, outros revistos e outros mantidos. Não haverá novos contratos de terceirização. Essa prática foi ampliada ao final do século passado e destina-se a criar um novo setor de acumulação capitalista que, ao nosso ver, é incompatível com a concepção de Estado a serviço da maioria da população porque destina-se prioritariamente a gerar lucros vultosos para empresários.
Questão 8
A CAESB terá uma gestão transparente e participativa. Os gestores serão escolhidos atendendo a critérios técnicos. Acreditamos, por outro lado, que não existe o conhecimento técnico em estado puro, desprovido de condicionamentos políticos e ideológicos. Por isso as escolhas terão caráter também político, porque entendo que é necessário enfrentar um debate com os que apregoam uma visão estritamente capitalista dos serviços públicos. Os contratos, quando feitos, serão sempre transparentes. O governo da Frente de Esquerda vai evitar o máximo possível o contrato com empreiteiras, porque vamos capacitar o Estado a realizar obras com seus próprios recursos, fortalecendo empresas como a Terracap. Quanto às funções comissionadas elas serão todas revistas porque há um compromisso da Frente de Esquerda em reduzir drasticamente os cargos de livre-provimento.
Questão 9
O governo da Frente de Esquerda procurará uma articulação permanente com as organizações dos trabalhadores e da sociedade civil porque temos plena consciência de que seremos atacados pelos setores que sempre se valeram dos governos anteriores, notadamente os grandes grupos econômicos. Nesse sentido vamos reunir com as representações classistas, auscultar suas reivindicações, expor com absoluta transparências a situação do Estado e de suas empresas à fim de compatibilizar o atendimento das reivindicações trabalhistas com a real situação do Estado. Acordos trabalhistas serão sempre cumpridos e conquistas não sofrerão retrocessos.

Questão 10
A gestão da CAESB será centralizada no que diz respeito à concepção política geral: a Frente de Esquerda é formada por partidos socialistas, que defendem transformações estruturais em nossa sociedade. Bem sabemos que tais transformações não se realizam por governos, mas pela classe trabalhadora organizada e mobilizada. O governo da Frente de Esquerda será parte desse processo. Acreditamos na pedagogia do exemplo e demonstraremos que é possível governar para as amplas maiorias, enfrentando permanentemente os interesses que subordinam o Estado aos grandes grupos econômicos, aos rentistas e aos corruptores.

A gestão será autônoma quanto à política de pessoal, à luz da concepção geral acima exposta, e desde que evidencie capacidade técnica e operacional.
Questão 11
Implantaremos a Tarifa Social conforme critérios compatíveis com o que dispõe a Política Nacional de Assistência Social."