Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)

domingo, 18 de janeiro de 2015

Em defesa do Parque Urbano e Vivencial do Gama

Domingo, 18 de janeiro de 2015
Do Portal Gama Cidadão 
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1°. Reunião da Comissão Independente de Defesa do Parque Urbano e Vivencial do Gama. Foto: Gama Cidadão

Foi realizado na tarde de sábado (17/01) uma reunião, aberta à comunidade Gamense, para tratar de assuntos referentes ao Parque Vivencial Urbano da cidade. Foram levantadas questões a cerca dos problemas que o parque vem enfrentando e a demora na conclusão do projeto para o local.

Outra ação tomada durante a reunião foi a formalização da criação da Comissão Independente de Defesa do Parque Urbano e Vivencial do Gama (PUVG) que tem como o objetivo trabalhar mais incisivamente na implantação do PUVG.

A frente da reunião estavam presentes, Alex Ribeiro, Dra. Júlia, Israel Carvalho, Flávio Pinheiro, Valdeci Caciano, Dr. Juan Ricthelly, Rosângela Rico, Marcio Carneiro, Cirene, Higor, Júlio Rocha, Luis Maurício, João Breyer, Marcos Tadeu, Ailton Miranda, Joaquim Dantas e Valéria Leite.

Dentre as várias manifestações que ocorreram durante a reunião o biólogo Gilmar Batista, que é morador da cidade desde 1979, demonstrou a sua indignação com o estado degradante em que se encontra o parque.
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Palestrante Gilmar Batista, da ONG Cia Lábios da Lua. Foto: Gama Cidadão

Na visão de Gilmar Batista, o poder público é responsável pelas agressões que o local vem sofrendo. Pois o órgão permitiu a instalação e permanência das edificações de grupos religiosos. Não só isso, pelo próprio poder público ter agredido diretamente ao parque quando construiu estacionamentos e ciclovia em toda sua extensão.

Gilmar salientou ainda que também falta educação ambiental à população, que considera coautora dessas agressões. A própria população agride ao parque quando deposita lixo e diversos tipos de entulhos no local. Ele enfatizou ainda que a população precisa se conscientizar da importância que o bioma do PUVG tem para todos.

Por fim o biólogo sugeriu que a população reivindicasse com maior veemência, ao poder público para que cuidem mais dos espaços públicos da cidade. Citou como exemplo o arquiteto gamense, Ariomar da Luz Nogueira, 62, que é morador do Gama e autor de 22 esculturas espalhadas pela cidade. O biólogo finalizou sua fala conclamando a todos:

"Se temos que realmente levantar essa bandeira, precisamos fazer uma ação conjunta e não ficar apenas no Facebook".

A fala de Gilmar Santos foi bastante enfática e reveladora, como a declaração feita por ele de que o maior aquífero do Centro-Oeste fica na área, entre o Catetinho e Santa Maria.

Outro ativista ambiental que fez uso da palavra foi Alex Ribeiro, um dos diretores do Conselho Comunitário do Setor Norte (Ccsn). Ele chamou à atenção de todos para as inúmeras agressões que o parque vem sofrendo há anos, como a rodoviária que quase foi construída no governo Roriz e as edificações atuais. Alex também lembrou que brota água em todo o parque com apenas 30cm de profundidade ao se escavar o solo do parque.
Durante a reunião a maioria das pessoas que fizeram uso da palavra demonstraram insatisfação com as obras de uma espécie de centro poliesportivo, iniciadas no final do governo de Agnelo Queiroz em frente a quadra 2 do Setor Norte e do campo de futebol sintético, que está sendo construído pela loja maçônica com fins lucrativos.

A falta de atenção por parte, não só do governo anterior, como dos anteriores a ele, para com a cidade do Gama foi outra reclamação recorrente na reunião. Foi lembrado que, nas Audiências Públicas já realizadas, o governo chegava com projetos prontos e os colocava para a comunidade aprová-los, ou não.
Outro fato relembrado na reunião foi a divulgação, em 2014, de um projeto da Secretaria de Habitação para a construção das quadras 3 e 4 dentro do PUVG, que só não foi consumado graças aos ativistas da cidade, que acionaram inclusive o Ministério Público para barrar a empreitada orquestrada pelo ex-deputado federal, Geraldo Magela.

Para Valéria Leite, presidente do PSB no Gama, embora a comissão seja apartidária, a mesma é composta por militantes de diversos partidos, que agora se unem em prol das causas que beneficiam o interesse social coletivo. Ela lembrou que todas as demandas discutidas pela comissão serão encaminhadas a direção do partido em Brasília e que vão ser repassadas ao governador Rodrigo Rollemberg.Valéria disse ainda que acha "vergonhoso ter que reunir pessoas para lutarem por coisas que são obrigações do gestor público".
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Hidetada, morador da Asa Sul, que veio conhecer o Parque e participou da reunião. Foto: Gama Cidadão 
Sr Hidetada, morador da Asa Sul, lembrou a necessidade de restabelecer a perimetral original do PUVG, atualmente violada por invasões. E fez considerações sobre o projeto existente e aprovado pela SEDHAB que não é de conhecimento amplo da comunidade interessada, fazendo necessária apresentação do mesmo para sugestões e aperfeiçoamentos antes de uma audiência pública para a sua aprovação. Ele fez também uma analogia do parque a uma casa, onde uma casa se inicia no projeto e segue um cronograma de trabalho para sua construção, respeitando o que consta no projeto e evitando "puxadinhos" que comprometem a segurança, orçamento e o objetivo proposto.
 
Outro integrante da reunião que também falou foi o Jailson Mota. Ele deu uma sugestão muito importante. O jovem empresário sugeriu que fosse feita uma pesquisa das experiências de sucesso como o exemplo de Alto Paraíso, para ter um atrativo para espaço turístico não só com o Parque Urbano Vivencial, mais também a Prainha.
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Nery Moreira da Silva, administrador interino do Gama. Foto: Gama Cidadão

Para Nery Moreira da Silva, que está comandando interinamente as administrações do Recanto das Emas, Riacho Fundo II, Gama e Santa Maria, o estrago já está feito.“Temos que fazer desse limão uma limonada", referindo-se às obras do centro poliesportivo. Ele disse ainda que "o processo é irreversível". Nery ponderou, no entanto, que o governador quer fazer uma gestão compartilhada, que faz questão de ouvir as demandas da população.

O advogado Juan Ricthelly comunicou que vai entrar com uma ação popular no Ministério Público pedindo o embargo das obras e a retirada das edificações construídas ilegalmente no parque.

A equipe do Gama Cidadão já havia feito uma matéria falando sobre o andamento da implantação do parque. Veja aqui!

Fotos da reunião Clique aqui!

Fonte: Da redação do Gama Cidadão com colaboração de Lucas Lieggio

Leia mais: Parque Vivencial Urbano caminha a passos lentos e até o momento não foi concluído
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Comentário do Gama Livre: Excelente a decisão do advogado Juan Ricthelly em provocar o Ministério Público e mover uma ação popular contra esse absurdo que os governos têm permitido que se faça contra o Parque, o meio ambiente, e a qualidade de vida dos moradores do Gama.

Que história é essa de que o estrago já está feito contra o Parque, com as obras de um descabido centro poliesportivo em início de construção no interior do parque?

Parece totalmente equivocado Nery da Silva, que responde interinamente pela Administração Regional do Gama, Recanto das Emas, Riacho Fundo II, e Santa Maria. 'Fazer desse limão uma limonada', senhor administrador? Que o limão seja afastado dos nossos olhos, e que a violência contra o espaço público de tamanha beleza e importância para a cidade do Gama seja impedida e seus terríveis efeitos anulados. Irreversível, senhor administrador? Foi para isso que veio o novo governo? Para transformar em irreversíveis simples obras que mutilam desgraçadamente o Parque Vivencial do Gama? Recuso-me a acreditar que é essa a postura do governo Rollemberg. Pelo menos até prova em contrário.