Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)

domingo, 26 de abril de 2015

Toninho do Psol: A figura de “bom moço” (Rollemberg), que acabou empolgando o eleitorado em 2014, está, aos poucos, se desmanchando no ar


Domingo, 26 de abril de 2015

Toninho do Psol

“A aliança que elegeu Rodrigo Rollemberg pode ser tudo menos uma aliança de esquerda” (Toninho do PSol)
Natural do município de Barão do Monte Alto, em Minas Gerais, Antônio Carlos de Andrade, ou como é conhecido, Toninho do PSol, é servidor público, Psicólogo e Cientista Político. Toninho candidatou-se a Governador do Distrito Federal em 2006, 2010 e 2014. Oriundo do PT, de onde saiu para ajudar a fundar o PSol, Toninho é daqueles políticos que entende a democracia como um processo de construção diário, e, principalmente, a cada eleição. Por isso, ele não demonstrou até a eleição passada a menor possibilidade de desviar dos propósitos, seus e do seu partido, e menos ainda de seus ideiais na construção de “um país mais justo” sem que os partidos e seus líderes precisem se deixar de cumprir o que propõe durante as campanhas, ao chegarem ao poder.
Como bom mineiro, sereno, mas firme, Toninho recebeu o blog e não se esquivou de uma pergunta sequer. Ele fez uma análise das ultimas eleições, da aliança que elegeu o governador Rodrigo Rollemberg, dos primeiros cem dias do seu governo e do atual momento por que passa o PT nacional e local.
BLOG – Que análise o senhor faz do cenário e do resultado das últimas eleições ao GDF?  E para o PSol, qual o saldo do pleito de 2014?
TONINHO – Como mostram os gravíssimos fatos vindos à tona com a Operação Lava Jato até o presente momento, o processo eleitoral brasileiro está irremediavelmente comprometido pela corrupção oriunda do financiamento privado das campanhas políticas. Aqui no Distrito Federal não foi diferente. As chamadas grandes coligações, lideradas pelo PT, PMDB, PTB, PSDB, PV, PP, PDT, PSB e legendas de aluguel a serviço desses partidos, usaram e abusaram do financiamento privado em suas campanhas. Via de regra, as mesmas empreiteiras que estão envolvidas nos mais recentes escândalos, ou financiaram essas campanhas diretamente ou o fizeram através de subsidiárias e testas de ferro. Basta que o cidadão acesse a prestação de contas dos candidatos majoritários e principalmente dos eleitos para deputados, que verão o rastro das empreiteiras nas generosas “doações legais” de campanha. Para nós do PSOL, a eleição de 2014 foi mais uma etapa no longo processo de acúmulo de forças de um partido genuinamente de esquerda, socialista, democrático e popular. Foi possível debater em todos os espaços abertos pelas emissoras de rádio e televisão e em outros meios de comunicação, como os blogs e sites, o nosso programa e o nosso projeto de governar o Distrito Federal com ética e honestidade, defendendo um governo de participação e controle da população sobre suas ações. O PSOL se tornou mais conhecido em nossa Capital e mais candidatos se firmaram como alternativa de segmentos organizados de nossa sociedade. Não conseguimos eleger nossos parlamentares, devido principalmente à perversa exigência da Lei Eleitoral, que privilegia as alianças espúrias, feitas exatamente para impedir que partidos ideológicos de esquerda possam eleger seus representantes.