Apontado como operador do
esquema de propinas desbaratado pela Caixa de Pandora, ex-gerente da
Codeplan procura Ministério Público para se apresentar como delator. Em
depoimento, ele diz que autoridades foram filmadas em situações nunca
reveladas
Sábado, 25 de
abril de 2015
Do Correio
Braziliense
Ana Maria
Campos , Helena Mader
Aliado e assessor de Durval Barbosa nos tempos das malas de
dinheiro, corrupção e desvios de recursos dos contratos de informática, o
ex-gerente da Codeplan Luiz Paulo Costa Sampaio se apresentou ao Ministério
Público Federal para uma delação premiada. Alvo de várias ações criminais e de
improbidade da Operação Caixa de Pandora, ele já prestou dois depoimentos ao procurador-regional
da República Ronaldo Albo, na condição de colaborador.
No último, colhido em 7 de abril, Sampaio contou que teve acesso a várias gravações, nunca divulgadas, de Durval com autoridades públicas. Entre os nomes citados, estão o do líder do PSD na Câmara dos Deputados, Rogério Rosso, de um assessor do conselheiro do Tribunal de Contas do DF Manoel de Andrade, do ex-governador Agnelo Queiroz e de ex-integrantes do primeiro escalão do Executivo local.
No último, colhido em 7 de abril, Sampaio contou que teve acesso a várias gravações, nunca divulgadas, de Durval com autoridades públicas. Entre os nomes citados, estão o do líder do PSD na Câmara dos Deputados, Rogério Rosso, de um assessor do conselheiro do Tribunal de Contas do DF Manoel de Andrade, do ex-governador Agnelo Queiroz e de ex-integrantes do primeiro escalão do Executivo local.
No depoimento de oito folhas, há menção a antigos personagens do escândalo da
Caixa de Pandora e também a novos nomes. Como importante parceiro de Durval,
Sampaio participou de reuniões em que houve distribuição de propinas e também
negociou o pagamento de vantagens indevidas diretamente com os empresários
envolvidos no esquema, segundo as denúncias do Ministério Público. Ele contou
ao MPF que assistiu a vídeos gravados por Durval em que aparecem o
ex-presidente da Codeplan Vagner Benck, o ex-secretário de Fazenda André
Clemente e o ex-diretor do Detran Délio Cardoso. Um assessor do ex-secretário
de Fazenda Valdivino de Oliveira também teria sido filmado. O colaborador não
fala em entrega de dinheiro nos momentos em que os supostos vídeos foram
gravados.
Em relação a Rosso, Sampaio cita uma suposta ingerência de
Durval na gestão dele como governador do DF, entre abril e dezembro de 2010. O
colaborador afirma que houve várias nomeações de parentes e amigos de Durval.
No relato ao procurador Ronaldo Albo, ele explica o contexto em que o assessor
de Manoel de Andrade foi filmado por Durval: “O assunto tratado no diálogo
dizia respeito a processos em tramitação de interesse da Codeplan e do próprio
Durval no TCDF”. Sampaio conta ainda ter ouvido de Durval, antes da Pandora, em
2009, que Agnelo seria o próximo governador do DF, como, de fato, ocorreu, com
a eleição do ano seguinte. Segundo Sampaio, o comentário de Durval ocorreu
depois de uma visita de Agnelo ao gabinete dele, quando o petista viu as
imagens em que o ex-governador José Roberto Arruda aparece recebendo dinheiro.