Sexta, 27 de outubro de 2017
Mariana Tokarnia - Repórter da Agência Brasil
Diante de informações de que o incêndio na Chapada
dos Veadeiros, em Goiás, é criminoso, o Ministério Público Federal
(MPF) em Luziânia (GO) cobrou esclarecimentos da Polícia Federal, do
Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros e do município de Alto Paraíso
de Goiás. Eles terão o prazo de cinco dias para encaminhar informações
ao MPF relacionadas ao incêndio.
As
informações serão prestadas no inquérito civil para apurar as causas ou
o que contribuiu para o início ou avanço do incêndio de grandes
proporções que ocorre no Parque Nacional, instaurado ontem (26). O fogo
já consumiu 26% da área total do parque.
Como um dos argumentos, o MPF destaca que o local foi palco de intensa disputa judicial, especialmente no processo de ampliação do Parque Nacional,
que passou de 65 mil para 240 mil hectares. Uma das hipóteses que
circula nas cidades é de que o incêndio seja mantido por pessoas
contrárias à ampliação.
Como primeira providência, a procuradora
da República Nádia Simas Souza expediu ofícios à Polícia Federal, ao
Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros e ao município de Alto Paraíso
de Goiás.
À Polícia Federal, o MPF solicitou informações
atualizadas sobre as medidas adotadas para a apuração de possíveis
crimes relacionados ao incêndio no Parque e se já há inquérito policial
instaurado. Quanto ao município de Alto Paraíso de Goiás, o MPF quer
saber quais foram as providências adotadas para que a situação de
emergência declarada pela prefeitura seja reconhecida pelo governo
federal.
Em relação ao Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, o
MPF quer informações sobre a instauração de procedimento administrativo
para apurar as causas ensejadoras do incêndio, se ele foi acidental ou
proposital, sendo que, nessa última hipótese, que aponte a existência de
possíveis elementos de informação que possam conduzir à sua autoria.