Do Blog Brasília, por Chico Sant'Anna
Cada vez mais rara, oferta de emprego na capital provoca filas quilométricas. Foto de Ana Rayssa CBD-APress
Altas taxas de desemprego, baixos índices de performance econômica do Comércio, Construção Civil e do setor de Serviços levam, cada vez mais, trabalhadores a viverem na informalidade.
Por Chico Sant’Anna
Em 2019, o Distrito Federal teve a maior taxa de informalidade em 4 anos. Ou seja a cidade virou o ano com o título de Capital dos Bicos. Para qualquer governo, o sucesso de sua gestão depende de que as pessoas tenham comida, saúde, educação e moradia. Portanto, possuir emprego e renda é uma necessidade. E a realidade candanga nesse início de segundo ano da gestão Ibaneis não é das mais positivas. A taxa de desemprego aferida pelo IBGE no Distrito Federal, referente ao quarto trimestre de 2019, foi de 12,5%, equivalente a 208 mil pessoas. Ela é superior a do último trimestre do governo Rollemberg, 12,1%. Isso significa que a Capital Federal ganhou 10 mil novos desocupados. E só não foi maior pelo fato de muitos trabalhadores terem optado em fazer bico e aí, nessa condição, não são computados como desempregados.
Os indicadores locais e nacionais demonstram que eram falsos os discursos que justificavam a aprovação da reforma trabalhista, no governo Temer, e da Previdência, agora na gestão de Bolsonaro. Nacionalmente, a União tem sido obrigada a sacar das reservas cambiais acumuladas nos governos Lula e Dilma, para honrar com seus compromissos financeiros. Dos 390,5 bilhões de dólares acumulado nos dois governos, o Banco Central já consumiu até o final do ano passado US$ 36,9 bilhões das reservas internacionais. Isso se deve em grande parte pela desconfiança dos investidores estrangeiros que repatriaram, em 2019, US$ 44,8 bilhões.
A economia nacional não está bem, apesar do governo federal buscar dizer o contrário, e a candanga não está diferente. Em alguns casos está em piores condições do que outras partes do Brasil. Um dos principais setores geradores de emprego, o setor de Serviços, fechou o ano no vermelho. No confronto com igual mês do ano anterior, a atividade econômica decresceu 5,9%, em dezembro de 2019, o que pode ser um indício de maus resultados para 2020. Os dados são da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), divulgada pelo IBGE.