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(Millôr Fernandes)

terça-feira, 26 de julho de 2022

Arruda quer que Ibaneis toque as obras que ele mesmo não as fez

Terça, 26 de julho de 2022
A não execução de obras de mobilidade, como a conclusão da linha do metrô e a implantação do VLT, trouxe prejuízos grandes em termos de qualidade de vida, mobilidade urbana e mesmo geração de emprego em renda para a Capital Federal.

Por Chico Sant’Anna

No acordo imposto por Jair Bolsonaro a José Roberto Arruda (PL) e Ibaneis Rocha (MDB), para que ambos se unissem, Arruda teria condicionado – segundo vídeo que ele mesmo gravou – à retomada de uma série de obras.

Obras que ele próprio deixou pra trás. E ele nem pode alegar o fato da cassação de seu mandato no âmbito da Operação Caixa de Pandora. Eleito em 2006, governou até 16 de março de 2010. Quase que um mandato inteiro. Não realizou as obras porque não o quis. Em várias delas, até recursos federais contava para executá-las.

O ex-governador está certo ao dizer que a não realização dessas – eu diria de algumas dessas – obras parou Brasília no tempo. De fato. A não execução de obras, como a linha do metrô e a implantação do VLT, trouxe prejuízos grandes em termos de qualidade de vida, mobilidade urbana e mesmo geração de emprego em renda para a Capital Federal.

Em janeiro de 2007 – logo no início do mandato – o então presidente Luís Inácio Lula da Silva, lançou o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), com investimentos de R$ 503,9 bilhões até 2010. Dentre as prioridades, transporte. Ao DF foram alocados, a valores de época, cerca de R$ 1,2 bilhão, para fazer chegar o metrô até o Setor O, da Ceilândia; à expansão de Samambaia e até às imediações do HRAN, na Asa Norte. Dessa montante, cerca de R$ R$ 277 milhões destinavam-se a etapa do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), entre o Aeroporto e a Estação Sul do Metrô, no Setor Policial Sul. Bom de marketing, Arruda fez a festa. Colocou em exposição no Setor Comercial Sul um vagão do futuro bonde elétrico que transportaria os brasilienses. A cidade se destacaria num sistema de transporte sustentável, se igualando às grandes cidades europeias.