Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)

sexta-feira, 11 de novembro de 2022

Priorizar investimentos na população ou o pagamento de juros da dívida?

Sexta, 11 de novembro de 2022

O dólar disparou, o Euro também subiu, a Bolsa caiu… Enfim, um completo caos tomou conta do mercado financeiro nesta quinta-feira. O motivo? O presidente eleito do país declarou que é preciso incluir os pobres no orçamento e parar de privilegiar o corte de gastos sociais, o superávit primário e o teto de gastos. O chamado “mercado financeiro” reage dessa forma pois é composto por poucos grandes operadores que provocam esses movimentos no dólar e na bolsa. Essas operações são sigilosas justamente para manter esse privilégio para aqueles que podem mandar dinheiro para o exterior à vontade.

“Alguém é a favor de continuar vivendo em um país em que os bancos batem recordes de lucro a cada trimestre enquanto mais da metade da população está passando por algum tipo de insegurança alimentar, com muitos passando fome, jogados na rua? Esse questionamento é o de qualquer ser humano que ainda não virou um robô que só enxerga lucro e números”, declarou a coordenadora nacional da Auditoria Cidadã da Dívida, Maria Lucia Fattorelli, durante live realizada nesta quinta-feira (10) onde debatemos que dívida o próximo governo herdará.
 
O que Lula questionou foi a pressão para cortar gastos, fazer superávit primário e teto de gastos. O questionamento que a grande mídia deveria focar, é o porquê de não haver esta mesma pressão para acabar com a pobreza, a fome etc. Essa pressão do mercado tem sido motivada para que sobre mais dinheiro para pagar a dívida, jamais auditada, repleta de indícios de ilegalidade e ilegitimidade, e que já consome mais da metade de todo o orçamento federal.
 
“O mercado fica tentando fazer o governo se ajoelhar exatamente para cortar gastos, fazer superávit, teto de gastos… Tudo para pagar o juro abusivo da “bolsa banqueiro” – a remuneração da sobra de caixa dos bancos -, para a farra dos escandalosos swaps, e para garantir o pagamento de juros de uma dívida que nunca foi auditada devidamente, e que numa apuração, o Tribunal de Contas da União (TCU) já demonstrou que não tem servido para investimentos no país. É urgente que se enfrente esse Sistema da Dívida”, afirmou Fattorelli.