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(Millôr Fernandes)

quarta-feira, 9 de agosto de 2023

ABRAÇO DE PRESSÃO —Em ato no MEC, professores e estudantes cobram qualidade na Educação

Quarta, 9 de agosto de 2023

Manifestantes promovem 'abraço de pressão' no prédio do MEC - Brasil de Fato DF

Manifestação aconteceu nesta quarta (09) em Brasília

Valmir Araújo
Brasil de Fato | Brasília (DF) | 09 de Agosto de 2023

Professores, estudantes e militantes da causa pela educação de todo o país participaram nesta quarta-feira (9) de um grande ato em favor da educação pública em frente ao prédio do Ministério da Educação (MEC), em Brasília. Dentre as diversas reivindicações, os manifestantes entoaram frases a favor da desmilitarização das escolas e pela revogação do Novo Ensino Médio. O ato contou ainda com um “abraço de pressão” ao prédio do MEC.

O ato foi chamado pela Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) e contou com a participação dos representantes da UNE (União Nacional do Estudantes), UBES (União Brasileira dos Estudantes Secundaristas), ANPG (Associação Nacional de Pós-Graduandos) e CUT (Central Única dos Trabalhadores).

“Esse abraço de pressão é um ato importante, sobretudo para a revogação do Novo Ensino Médio, que só trouxe prejuízos para a educação pública”, afirmou o presidente da CNTE, Heleno Araújo, durante o ato.

Dirigentes da ANPG, UBES, CNTE e UNE em frente ao MEC / Brasil de Fato dF

“Esse ato é importante nessa nossa luta pela revogação do novo ensino médio, pois entendemos que a escola precisa fazer sentido e ser condizente com a situação de desigualdade que hoje temos no Brasil”, afirmou Jade Beatriz, presidente da UBES, acrescentando: “E a escola pública precisa cumprir o papel de combater essas desigualdades sociais e garantir que a gente acesso à educação de qualidade e acesso ao ensino superior. E o Novo Ensino Médio impede que isso aconteça na prática, pela falta das matérias de base”.

Ao falar especificamente sobre as dificuldades criadas para os alunos de escolas públicas pelo Novo Ensino Médio, a presidente da UNE, Manuella Mirella, destacou a necessidade de se revogar e pensar em melhorias. “Precisa reformar e também precisamos fazer uma discussão sobre qual ensino médio a gente quer, com uma reforma na estrutura que existe hoje como forma de garantir que o mais pobre consiga entrar na universidade e conseguir a democratização de uma educação pública de qualidade”, defendeu.

Os dirigentes da CNTE, UNE, UBES e ANPG e outros membros do Fórum Popular de Educação também foram recebidos no Ministério da Educação, onde entregaram uma pauta de reivindicações para a educação pública. De acordo com o presidente do CNTE, a pauta inclui a revogação do Novo Ensino Médio e o respeito ao Piso Salarial dos professores que vem sendo descumprido por muitos estados e municípios brasileiros.

A agenda pela educação pública em Brasília contou ainda com uma manifestação no estacionamento do Anexo II da Câmara dos Deputados para pressionar o legislativo sobre as reivindicações. O ato ocorreu antes da comemoração do Dia Nacional do Estudante, 11 de agosto. Nesta data UNE, UBES e ANPG farão atos em todo o Brasil, defendendo sobretudo a revogação do Novo Ensino Médio. Em Brasília, o ato será em frente ao Museu Nacional.

Distrito Federal

O ato desta quarta-feira na frente do MEC contou com a participação de muitos professores do Distrito Federal, que se uniram ao movimento nacional. “A revogação do Novo Ensino Médio, o respeito ao Piso Nacional da Educação e a desmilitarização das escolas são pautas que unem educadores e estudantes de escolas públicas de todo país”, justificou Luciana Custódio, diretora do Sindicato dos Professores do Distrito Federal (Sinpro).

O presidente da Comissão de Educação da Câmara Legislativo do DF, deputado Gabriel Magno (PT), também esteve presente e destacou a importância de se discutir a desmilitarização das escolas no âmbito do Distrito Federal. “É lamentável essa postura do [governador] Ibaneis de manter com as escolas militarizadas, mesmo após o aceno importante do MEC, de desmobilizar a estrutura no governo federal dessas escolas, pois não há nada que comprovam que são melhores. É apenas ideológico” afirmou Magno.


Edição: Flávia Quirino