Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)

segunda-feira, 21 de agosto de 2023

Quiproquó no Cidadania pode sobrar para Belmonte

Segunda, 22 de agosto de 2023

Do Blog Brasília, por Chico Sant'Anna

A atual presidente do Cidadania-DF, Paula Belmonte, discorda da intenção da maioria da Executiva Nacional do Partido em convocar eleições internas antecipadas e aprovar o apoio partidário ao governo Lula. Reunião on-line da Executiva Nacional revelou a forte cisão interna no partido.

Por Chico Sant’Anna

Tempo quente no Cidadania – ex Partido Popular Socialista (PPS), derivado de um revisionismo, em 1992, do antigo Partido Comunista Brasileiro (PCB). O partido busca agora sobreviver e uma ala entende que o Cidadania deve apoiar o governo de Lula, mas enfrenta a resistência ideológica do presidente, Roberto Freire e seus discípulos. No DF, a atual presidente, Paula Belmonte, não quer saber de adesão ao governo Lula e, por isso, pode perder a direção partidária.

Nessa trajetória PCB-PPS-Cidadania, a legenda deixou de ser de esquerda e basculou à direita. Desde então, perde espaço, principalmente no Congresso Nacional. Não possui assento no Senado e, em 2022, elegeu apenas cinco deputados. Sobreviveu à cláusula de barreira, graças à formação de uma federação com o PSDB. Assim, conseguiu manter tempo de TV e o fundo partidário. Nesses 31 anos, esteve sob o comando de uma mesma pessoa: Roberto Freire.

Em janeiro, o diretório nacional já havia aprovado o apoio ao governo federa, mas os cinco deputados federais se recusaram a se alinhar. Preferiram ir à direita, ao Centrão, e apoiar o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL). O PSDB, a quem o Cidadania está federado até 2026, já declarou oposição ao governo, mas os tucanos também definham desde a era FHC.