Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)
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terça-feira, 24 de janeiro de 2017

Núcleo da Auditoria Cidadã de Mato Grosso pede esclarecimentos sobre a dívida do Estado

Terça, 24 de janeiro de 2017
Da Auditoria Cidadã da Dívida



A coordenadora nacional da Auditoria Cidadã da Dívida, Maria Lucia Fattorelli, juntamente com integrantes de movimentos sociais e membros do núcleo Mato-grossense da entidade, protocolaram nesta segunda-feira (23) requerimento junto a Secretaria da Fazenda solicitando informações acerca da dívida pública do estado.

domingo, 25 de dezembro de 2016

Um cronograma para devolver aos estados dinheiro que lhes foi roubado

Domingo, 25 de dezembro de 2016
Essa será a resposta que o próximo Governo brasileiro - não este que está aí, claro, mergulhado em corrupção e más intenções - pode dar ao neoliberalismo.
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Da Tribuna da Imprensa Sindical
José Carlos de Assis

No artigo anterior demonstrei que grande parte da dívida dos Estados junto à União é tecnicamente nula. Não só isso. Para pagar uma dívida inventada pelos tecnocratas da Fazenda federal no governo Fernando Henrique e confirmada nos governos posteriores de Lula e Dilma, os Estados foram obrigados a recorrer a endividamento externo adicional - o que Maria Lúcia Fatorelli, a grande especialista brasileira em dívida pública, assim como eu próprio, classificamos simplesmente como “aberração”. Em síntese, para pagar uma dívida que não existia em reais, os Estados se endividaram em dólar.

terça-feira, 13 de setembro de 2016

Especialistas pedem rejeição de projeto 204/2016 que permite emissão de debêntures por entes federados; "Isso é crime de lesa pátria"

Terça, 13 de setembro de 2016
Agência Senado 
Representantes da sociedade e estudiosos da dívida pública brasileira denunciaram, em audiência nesta segunda-feira (12), o que consideram um “esquema para falsear a venda de créditos incobráveis” e que, segundo eles, está em vias de ser regularizado pelo Senado. Por isso, pediram a rejeição do projeto de Lei do Senado (PLS) 204/2016, ou pelo menos a retirada do regime de urgência na análise, para que o texto seja discutido mais detidamente nas comissões. A proposta está na pauta do Plenário. O debate ocorreu na Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH).

A proposta, do senador licenciado José Serra (PSDB-SP), permite à administração pública, nas três esferas de governo, vender para o setor privado os direitos sobre créditos de qualquer natureza, desde que sejam objeto de parcelamentos administrativos ou judiciais. Para isso, poderiam ser criadas empresas públicas não dependentes, composta por sócios públicos, mas regidas pelo direito privado, que negociariam os ativos dos entes federados por meio de títulos vendidos no mercado financeiro com o compromisso de pagamento de juros, as chamadas debêntures.

sexta-feira, 29 de julho de 2016

Carta aos parlamentares – Não ao PLP 257/2016 – Auditoria já — O que está em jogo nesse projeto?

Sexta, 29 de julho de 2016
Da Auditoria Cidadã da Dívida
Todos (as) os (as) Parlamentares precisam estar atentos à responsabilidade de seu voto no PLP 257/2016.
 
O que está em jogo nesse projeto?

De um lado, o PLP-257 provoca ampla reforma administrativa que inclui o corte de direitos dos trabalhadores e aposentados do setor público de todas as esferas, na medida em que prevê graves alterações na Lei de Responsabilidade Fiscal; dano aos apresentados do regime geral ao indicar a limitação do reajuste do salário mínimo; privatização da previdência dos servidores públicos para um sistema de risco, além da restrição do tamanho do serviço público, afetando toda a sociedade, especialmente os mais pobres, que não possuem outra alternativa de acesso a serviços fora da rede pública.

De outro lado, o PLP 257 privilegia o Sistema da Dívida, transforma a União em seguradora internacional de investimentos e garante a remuneração de toda sobra de caixa dos bancos.

O privilégio ao Sistema da Dívida consta expressamente na exposição de motivos do PLP-257, que explicita o objetivo de “…assegurar a (…) sustentabilidade intertemporal da dívida pública”.

A responsabilidade dos (as) Parlamentares é muito grande, pois todo o dano que está para ser provocado contra milhões de trabalhadores ativos e aposentados, do regime próprio e estatutário, está sendo justificado pela obrigação de destinar mais recursos ainda a uma chamada dívida pública que nunca foi auditada, como manda a Constituição Federal – art. 26 do ADCT.

O Congresso Nacional vem se omitindo, historicamente, em cumprir o dispositivo constitucional que determina a auditoria da dívida pública. Os demais órgãos de controle igualmente têm se omitido. A CPI da Dívida Pública realizada na Câmara dos Deputados em 2009/2010 e demais trabalhos da Auditoria Cidadã da Dívida têm demonstrado que a dívida pública não tem contrapartida legítima e acumula uma série de escândalos, por exemplo:

• transformações de dívidas do setor privado em dívidas públicas;

• utilização de mecanismos meramente financeiros que geram dívida sem contrapartida alguma ao país ou à sociedade, a exemplo das escandalosas operações de swap cambial e operações compromissadas realizadas pelo Banco Central que já superam R$ 1 trilhão;

• pagamento de excessivos, ilegítimos e injustificáveis juros, encargos e taxas que multiplicam o valor da dívida por ela mesma;

• contínuo pagamento de juros sobre juros de forma insustentável, que configuram a ilegal prática do anatocismo;

• contabilização de grande parte dos juros como se fosse amortização, o que tem servido para burlar o art. 167, III, da Constituição Federal (regra de ouro);
• pagamento de ágios injustificáveis que chegaram a 70% do valor nominal, em resgates antecipados, ou seja, sobre dívidas que sequer se encontravam vencidas;

• operações de transformação de dívida em paraísos fiscais, sem transparência alguma, e com suspeita de renúncia à prescrição;

• refinanciamentos obscuros com cláusulas expressas de renúncia à soberania, renúncia à imunidade e renúncia à alegação de nulidade, ainda que existente nos contratos;

• transformação de questionáveis passivos de bancos em dívidas públicas;

• remanejamento estatístico obscuro, gerando obrigação financeira adicional;

• ausência de documentação e de transparência desde a origem na década de 70, tanto da dívida federal como estaduais;

• falta de justificativa plausível para o crescimento espantoso, de mais de R$ 730 bilhões da dívida interna federal em apenas 11 meses de 2015, ano em que o investimento no País foi de apenas R$9,6 bilhões.

• diversos e graves indícios de ilegalidade e ilegitimidade.

Devido a todos esses escândalos, tanto a chamada dívida federal como as dívidas dos estados chegaram a patamares insustentáveis que, além de sangrar os orçamentos públicos e exigir a contínua privatização de patrimônio público para o seu pagamento, têm justificado contrarreformas que jogam essa conta ilegítima nas costas de trabalhadoras e trabalhadores públicos e privados, ativos e aposentados, provocando danos patrimoniais, sociais e morais à sociedade e ao país.

O PLP-257 vem aprofundar ainda mais essa situação. E ele não vem só. Também tramita no Congresso Nacional a PEC-241/2016, que tem a petulância de propor o congelamento dos gastos sociais por até 20 (vinte) anos, para que sobrem recursos para o pagamento da chamada dívida pública que nunca foi auditada, reservando recursos também para aumento de capital de “empresas não dependentes”, figura recentemente criada em diversos entes federados que gera dívida pública de forma ilegal e ilegítima, mediante o lançamento de debentures que possuem a garantia dos entes públicos. O famigerado PLS 204/2016 (de autoria do então senador José Serra) pretende “legalizar” a emissão dessas debentures por entes federados; um verdadeiro abuso!

Adicionalmente, as PEC 143/2015 e 31/2016 pretendem aumentar a desvinculação das receitas da União (DRU) para até 30% e criar a desvinculação também para estados (DRE) e municípios (DRM), retirando os já escassos recursos vinculados constitucionalmente à Seguridade Social para destiná-los ao pagamento dos abusivos juros dessas chamadas dívidas públicas que nunca foram objeto de uma auditoria.

A sociedade está ciente de todos os danos provocados pelo PLP-257/2016, pela PEC-241/2016, pelo PLS 204/2016 e PEC 143/2015 e 31/2016, entre outros, que tramitam em regime de prioridade no Congresso Nacional e visam retirar direitos sociais para privilegiar o Sistema da Dívida.

REQUEREMOS O REPÚDIO DOS (AS) PARLAMENTARES A TAIS PROJETOS. Iremos acompanhar atentamente cada voto dos(as) Parlamentares a tais projetos e cobrar a responsabilidade de cada um, por todos os meios disponíveis. Os danos provocados por tais projetos não ficarão impunes.

O Brasil é um país potencialmente muito rico, sendo inaceitável aprovação desses projetos que aprofundam a vergonhosa desigualdade social existente. É urgente sair desse cenário de escassez e concretizar a realidade de abundância, com respeito aos direitos sociais, mas para isso teremos que enfrentar o Sistema da Dívida, cumprir a Constituição Federal e realizar a auditoria da dívida. Por isso convocamos Parlamentares e Entidades para o lançamento, no próximo dia 9 de agosto de 2016, da FRENTE PARLAMENTAR MISTA DA DÍVIDA PÚBLICA COM PARTICIPAÇÃO POPULAR.


Documento em PDF: 

sexta-feira, 15 de julho de 2016

Nada de aumento para o funcionalismo público para continuar pagando uma dívida ilegítima daqui a 18 meses

Sexta, 15 de julho de 2016
Da Auditoria Cidadã da Dívida
O PLP 257 e a negociação entre União e estados com relação a suas dívidas escancara cada vez mais a inversão de valores econômicos e sociais a que nosso país está sujeito. O Governo do Paraná também caminha para aceitar o acordo com a equipe econômica de “notáveis” de Michel Temer.

segunda-feira, 27 de junho de 2016

Rio Grande do Sul: ‘A entrega do patrimônio se encaminha para completar o que o governo Britto fez’

Segunda, 27 de junho de 2016
Da Auditoria Cidadã da Dívida  ///// Sul 21
um
Presidente do Sindicato dos Auditores do Tribunal de Contas, Josué Martins afirmou que acordo pode trazer um refresco momentâneo para o Estado, mas no futuro é prejudicial| Foto: Joana Berwanger/Sul21 Jaqueline Silveira

Jaqueline Silveira
O governo do Estado fechou um novo acordo, no dia 20 de junho, com o governo federal para renegociação da dívida do Rio Grande do Sul. Pelo acerto, a União concede carência até o final do ano e prorroga por mais 20 anos o pagamento das parcelas. Presidente do Sindicato de Auditores Públicos Externos do Tribunal de Contas do Estado (Ceape/Sindicato), Josué Martins avalia que o acordo de renegociação selado por José Ivo Sartori (PMDB) é semelhante ao feito pelo governo Antonio Britto (PMDB), em 1998. O contrato, conforme o auditor, inclui redução de investimentos em áreas essenciais, como saúde, segurança e educação, privatizações e limitações de nomeações de pessoal. No ponto de vista do analista, o governo Sartori pode terminar “o serviço que o Brito começou lá atrás.” Martins, que também é membro da coordenação do Núcleo Gaúcho da Auditoria Cidadã da Dívida Pública, disse que essa conta já foi paga e o acordo, como feito, é para não ser pago. “Não há condições de ser pago”, afirmou ele.

Confira os principais trechos da entrevista ao Sul21 sobre a negociação e suas consequências para o futuro do Estado:

quinta-feira, 23 de junho de 2016

Para professor, política econômica do governo privilegia setor privado

Quinta, 23 de junho de 2016
Da Auditoria Cidadã da Dívida
Doutor em história econômica e professor da Universidade Federal de Alagoas, José Menezes Gomes explica como ocorreu o endividamento que hoje sufoca as finanças dos estados, fala sobre o PLP 257, que liquida o direito dos servidores e mostra como as desonerações afetam cada unidade da federação.

Menezes explica o caso de Mato Grosso, que tem uma economia voltada para o agronegócio, setor que paga pouco impostos e leva o estado a enfrentar sérios problemas financeiros.

“Você tem um estados que potencializa todos os seus esforços para o agronegócio e esse não dá nenhuma resposta à receita pública”, criticou.

Ele lembrou que apesar de grande exportador, o agronegócio representa uma parcela muito pequena na arrecadação dos estados.
Confira entrevista completa:

sexta-feira, 17 de junho de 2016

Casaroto e Fattorelli desconstroem argumentos do governo sobre dívidas dos estados

Sexta, 17 de junho de 2016 
Da Auditoria Cidadã da Dívida
Durante o seminário “Dívida dos Estados com a União, qual é a solução definitiva?”, promovido pela Auditoria Cidadã da Dívida em parceria com a OAB e Febrafite, os especialistas convidados fizeram um panorama geral do endividamento dos estados e apontaram a necessidade de conscientização e mobilização social para a mudança real.

O auditor fiscal da Secretaria de Fazenda do Rio Grande do Sul, João Pedro Casarotto elencou fatores que seriam responsáveis pelo crescimento exagerado da dívida dos estados, como a Lei n º 9496/97, o Programa de Incentivo à Redução do Setor Público Estadual na Atividade Bancária, além das mudanças causadas pela implantação do Plano Real.

Com dados de órgãos oficiais, ele mostrou o crescimento do saldo devedor de 1999 até 2016. O saldo inicial era de R$ 93 bilhões (1999), foram pagos R$ 277 bilhões (de 1999 à 2015) e o saldo devedor dos estados atualmente é de R$ 476 bilhões. Ele sugeriu que os estados paguem o valor recebido com correção monetária, sem juros, e aqueles que já pagaram ou pagaram a mais sejam ressarcidos.

sexta-feira, 10 de junho de 2016

Seminário “Dívida dos Estados com a União – Qual a solução definitiva?”

Sexta, 10 de junho de 2016
Da Auditoria Cidadã da Dívida
A crise da dívida dos estados tem afetado o atendimento aos direitos sociais, bem como os direitos trabalhistas de diversas categorias de trabalhadores públicos. O governo federal tem proposto mero alongamento dessas dívidas, exigindo enorme sacrifício do conjunto de servidores de todas as esferas, conforme PLP-257/2016. A Auditoria Cidadã da Dívida tem se manifestado contrariamente ao PLP 257/2016, destacadamente em recente audiência pública realizada no Senado Federal[i] e artigo[ii].

O problema da chamada dívida pública dos estados vem se agravando desde a década de 90, conforme denunciado pela Auditoria Cidadã da Dívida em um dos únicos livros existentes no país sobre o tema[iii].

Chegamos a uma situação insustentável, na qual diversos estados da federação deixam de pagar a servidores públicos e aposentados, além da calamidade na prestação de serviços essenciais à população.

O montante de dívida dos estados refinanciada pela União no final dos anos 90 já foi paga mais de duas vezes pelos entes federados, e o saldo devedor ainda corresponde a cerca de quatro vezes o valor refinanciado. Essa conta não fecha. Não podemos admitir tamanho desrespeito ao Federalismo e abuso que pode ser comparado a procedimento de agiota da União para com os estados, conforme argumentos expostos em Nota Técnica[iv] apresentada a todos os gabinetes de ministros do STF.

Essa crise da dívida dos estados poderá ser em grande parte contornada, tendo em vista as liminares concedidas pelo STF a diversos estados, cujo julgamento definitivo se encontra suspenso para que haja uma negociação entre estados e União.

Paralelamente, encontra-se tramitando no Congresso Nacional o PLS 561/15, que recalcula a dívida refinanciada, desde a sua origem, aplicando-se unicamente o IPCA sobre o valor refinanciado, sem juros. Esse princípio é importante, pois se harmoniza o respeito ao Federalismo e a impossibilidade de um ente federado obter qualquer tipo de vantagem em relação a outro.

Tendo em conta a relevância do tema e a importância de mobilizar a sociedade para exigir uma solução definitiva para o problema, convocamos as nossas entidades apoiadoras para apoiar e participar do Seminário “Dívida dos Estados – Qual a solução definitiva?”, a realizar-se dia 16 de junho, de 9 às 13horas, no auditório do Conselho Federal da OAB – Brasília – DF.

Estamos confeccionando cartazes e solicitamos autorização para incluir a logomarca dessa entidade entre as apoiadoras desse evento.

Caso positivo, por favor solicitamos o envio da logomarca o quanto antes para auditoriacidada@gmail.com.

Adicionalmente, contamos com a presença de todos no dia do seminário e desde já agradecemos.

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Leia também:
Economista contesta argumento de que União poderá quebrar com o fim do anatocismo nos contratos com os estados

sexta-feira, 6 de maio de 2016

TV Câmara: Fattorelli desmonta argumentos do governo sobre dívida dos estados

Sexta, 6 de maio de 2016
Da Auditoria Cidadã da Dívida
Juros simples ou compostos? O debate sobre o endividamento dos estados, promovido pelo programa Expressão Nacional da TV Câmara, nesta segunda-feira (2), ampliou a discussão sobre a falência financeira dos entes federados e a necessidade de uma solução que extrapole questões meramente numéricas.

Entre os convidados, a coordenadora nacional da Auditoria Cidadã da Dívida, Maria Lucia Fattorelli; o deputado federal Mauro Pereira (PMDB/RS) membro da Comissão Especial de Contas Públicas e Transferências Constitucionais; o deputado Vicente Cândido (PT/SP), ex-presidente da Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara, o representante de Contencioso da AGU, Rafael Ramos.
Fattorelli iniciou contextualizando que os estados sofreram um grave golpe nos anos 90, quando os passivos dos bancos estaduais privatizados foram somados ao montante da dívida pública de cada estado. “Se falamos de dívida, precisamos falar de contrapartida, nos perguntar o que o foi entregue aos estados um dia”. Ela lembrou que no passado os estados tinham a prerrogativa de emitir títulos públicos, que eram desvalorizados no mercado. Quando a União fez o refinanciamento, ignorou essa desvalorização.

O deputado federal Mauro Pereira destacou que a dívida vem sendo maquiada há anos, mas que não foram evidenciadas, pois os estados tinham arrecadação para seguir cumprindo seus compromissos. Mas nos últimos dois anos o cenário mudou, com a retração econômica, queda na arrecadação e taxa de juros muito elevadas jogando o valor das dívidas a patamares insustentáveis. “O debate no STF é importante, pois ele poderá intermediar essa relação com a União e permitir que seja feito justiça”, destaca.

O representante da AGU, Rafael Ramos definiu como federalismo de cooperação a relação que deve nortear as negociações entre União e estados. “O julgamento no STF é uma oportunidade de diálogo e o que queremos é buscar soluções”, reforçou.

A participação pré-gravada do vice-presidente da Ordem dos Economistas do Brasil, José Dutra Sobrinho e do representante da Federação Brasileira de Associações de Fiscais de Tributos Federais (Febracite), João Pedro Casarotto se divergiram. 

Para Sobrinho, a capitalização de juros não é uma questão de ordem jurídica ou política e sim matemática. “O que se deve debater não são juros simples ou compostos, mas a elevada taxa de juros vigente no país”, criticou. Ele defendeu a manutenção dos juros compostos no cálculo da dívida.

Casarotto afirmou que os estados sofreram muito ao longo dos anos com a política econômica do governo federal e que é necessário reformar as regras que nortearam as negociações. “Defendo que o empréstimo deve ser pago com correção, mas sem cobrança de juros”, reforçou.

JUROS COMPOSTOS

Para o Dr. Rafael Ramos, a União procura manter o paralelismo nas suas operações de crédito. Ele afirmou que a União paga juros compostos nas suas operações ou empréstimos e a mudança dessa lógica traria um desequilíbrio e perdas para um dos lados. “O governo capta a uma taxa de juros de 14,25% e repassa o valor dessa taxa nas negociações”, explicou. Ele defendeu o PLP 257/16 como solução para o impasse. 

O deputado Mauro Pereira criticou o atual modelo de federalismo vigente, e defendeu que União deve ajudar os estados a se desenvolverem.

A coordenadora da Auditoria Cidadã criticou os debatedores lembrando que o Brasil acumulou 370 bilhões de dólares em reservas internacionais comprando dólares mediante a emissão de títulos com taxa Selic ou superiores, e empregou esses dólares principalmente em títulos da dívida norte americana, que pagam 0,25% de juros. E questionou: por que a União pode emprestar para os Estados Unidos da América do Norte a juros infinitamente inferiores aos cobrados dos estados nacionais?

PLP 257

O deputado Vicente Cândido afirmou que o PLP 257/16 precisa ser aprimorado, mas acredita que seria um oxigênio para reestruturar a dívida pública. “Alguns estados não cumpriram o dever de casa e seguiram gastando demais. É preciso ampliar o debate, pois o Brasil tem hoje uma forte financeirização. Nós trabalhamos para banco”, criticou. Ele acrescentou a importância do debate sobre a auditoria da dívida pública, mas que essa não deve ser resolvida de forma atropelada ou via decreto.

Ramos, da AGU, também criticou a evolução das despesas de pessoal nos estados, que segundo ele, só no Rio de Janeiro, cresceu 146% em sete anos.

Fattorelli rebateu afirmando que atribuições federais com saúde e educação foram repassadas para os estados, o que justifica o aumento da folha de pagamento com servidores.

As várias contradições no projeto de autoria do executivo para solucionar a divida dos estados com a União foi criticada pela coordenadora da ACD.

“O 257 dá apenas um desconto temporário mediante aditivo, exerce ingerências nos estados e provoca danos ao funcionalismo. E ainda coloca 2 dispositivos absurdos: um garantia de remuneração de sobra de caixa dos bancos – o que hoje é feito nas operações de mercado aberto. Como é possível, se faltam recursos para áreas sociais, remunerar sobra de caixa de bancos? Outro dispositivo coloca a União como seguradora internacional de investimentos de empresas privadas nacionais, multinacionais, onde que que seja. Se a União não pode abrir mão de receber recursos dos estados, como é que pode assumir o papel de seguradora internacional de investimentos?”

Ela finalizou ressaltando a necessidade de se mexer na política monetária que amarra o Brasil e sacrifica a população.

Confira entrevista: https://goo.gl/HJ7v6E

terça-feira, 3 de maio de 2016

Entenda a lógica do endividamento dos estados

Terça, 3 de maio de 2016
O problema da dívida dos estados não ocupava espaço na grande mídia até o caso chegar ao Supremo Tribunal Federal (STF). Os estados de Santa Catarina, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Alagoas, São Paulo, Rio de Janeiro, Mato Grosso do Sul, Goiás, Pará, Sergipe e Mato Grosso obtiveram liminares do STF autorizando que paguem as dívidas com a União com juros simples, ao invés de compostos, como vinha ocorrendo.

Eles se apoiaram na Súmula 121 do STF que diz ser proibida a capitalização de juros, ainda que expressamente convencionada.

Governo e grande mídia se valem dos argumentos de que a alteração na forma de cálculo das dívidas estaduais levaria a falência da União, já que esta deixaria de receber R$ 402 bilhões e que o principal fator de comprometimento do caixa dos governos regionais são as despesas com pessoal.

Primeiramente, o valor que a União diz que deixará de receber, não se aplica no prazo de um ano, como deixa entender, e sim até 2038. Hoje, segundo dados da Controladoria Geral da União (CGU), a valor que os estados repassam para a União, corresponde a R$ 22 bilhões anuais, ou seja, menos de 1,5% do total arrecadado. Como uma nação pode quebrar se deixar de receber tal quantia no seu orçamento?

quarta-feira, 27 de abril de 2016

STF decide suspender por 60 dias julgamento sobre dívidas dos estados com União

Quarta, 27 de abril de 2916
André Richter – Repórter da Agência Brasil
O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu hoje (27) suspender por 60 dias o julgamento das ações que tratam sobre o cálculo das dívidas dos estados com a União. A Corte atendeu a uma proposta do ministro Luís Roberto Barroso. Segundo o ministro, a questão não deveria ser judicializada e, durante o período de suspensão, deve ser decidida pelas partes e o Congresso Nacional.

segunda-feira, 18 de abril de 2016

STF concede liminar para que o Rio pague juros mais baixos em dívida com a União

Segunda, 18 de abril de 2016
Michèlle Canes – Repórter da Agência Brasil
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso concedeu parcialmente ao estado do Rio de Janeiro um pedido de liminar para que o estado não sofra sanções ao alterar o cálculo dos juros de dívidas com a União. Na última semana, o estado entrou com uma ação na Corte.

Tomada na sexta-feira (15) e divulgada hoje (18) no Diário da Justiça Eletrônico, a decisão do ministro segue o entendimento de outras liminares já concedidas a outros estados. Para o ministro, é necessário adotar para o Rio de Janeiro a mesma decisão já adotada para casos semelhantes. “Sem prejuízo de reflexão mais profunda, deve-se aplicar neste momento a orientação do Plenário do STF em caso semelhante, que veda sanções ao estado impetrante [Rio de Janeiro] pelo exercício do direito previsto no Art. 4º, parágrafo único, da Lei Complementar 148/2014”.

sexta-feira, 8 de abril de 2016

STF concede liminar que "zera" dívida de Santa Catarina

Sexta, 8 de abril de 2016
Da Auditoria Cidadã da Dívida
Nessa quinta-feira (7), o Supremo Tribunal Federal concedeu liminar que acaba com o anatocismo (juros sobre juros) praticado na forma de cálculo da dívida do estado de Santa Catarina com a União. Com isso, o governo estadual que informou ter uma dívida de R$ 4 bilhões em 1998, já ter pago R$ 13 bilhões e ainda dever mais R$ 8 bilhões dessa mesma dívida, tem a sua dívida praticamente zerada.

A decisão não é definitiva, mas reafirma a ilegalidade insistentemente denunciada pela Auditoria Cidadã da Dívida, que se reproduz em diversos estados do Brasil.

quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

Decreto de Dilma cala e engessa estados e municípios

Quarta, 20 de janeiro de 2016
Da Auditoria Cidadã da Dívida
Por Maria Lucia Fattorelli — Coordenadora Nacional da Auditoria Cidadã da Dívida www.auditoriacidada.org.br e https://www.facebook.com/auditoriacidada.pagina. Membro da Comissão de Auditoria Oficial da dívida Equatoriana, nomeada pelo Presidente Rafael Correa (2007/2008). Assessora da CPI da Dívida Pública na Câmara dos Deputados (2009/2010). Convidada pela Presidente do parlamento Helênico, deputada Zoe Konstantopoulos para integrar a Comissão de Auditoria da Dívida da Grécia a partir de abril/2015.
No apagar das luzes de 2015, a presidenta Dilma editou o Decreto no 8.616 , que regulamenta a modificação dos termos dos contratos de refinanciamento de dívidas de estados e municípios que havia sido aprovada pela Lei Complementar 148, de 2014 .
Essa regulamentação era esperada desde 2014, quando a referida Lei Complementar foi sancionada. Entretanto, na tarde de 24 de março de 2015, a presidenta declarou que não iria cumprir a Lei Complementar no 148/2014.

segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

Governadores reunidos do DF receberam hoje (28/12) Carta Aberta da Auditoria Cidadã da Dívida

Segunda, 28 de dezembro de 2015
Da Auditoria Cidadã da Dívida
Hoje (28/12/15), Integrantes da Auditoria Cidadã da Dívida se dirigiram à Residência oficial do Governador do Distrito Federal (Rodrigo Rollemberg), em Águas Claras, para entregar a carta aberta elaborada pelo movimento.
A carta destaca o enorme volume de recursos destinados pela União para o Serviço da Dívida que, somente em 2014, consumiu 45,11% do Orçamento Geral da União, ao passo que os 26 estados, Distrito Federal, e 5.570 municípios receberam quase 5 vezes menos (9,19%).
A carta ressalta que a situação em 2015 se agravou ainda mais, ano em que o Serviço da dívida consumirá cerca de metade do Orçamento Geral da União, em função da queda do PIB e consequente queda da arrecadação, mas também em função do aumento abusivo das taxas de juros e da prática de mecanismos financeiros que usurpam o instrumento do endividamento público, gerando dívida sem contrapartida alguma ao País.
O documento também chama atenção para a necessidade de realização de auditoria dessa dívida, conforme determina a Constituição Federal.  Essa necessidade ficou ainda mais evidente após a conclusão da CPI da Dívida Pública realizada pela Câmara dos Deputados em 2009/2010, onde foram apontados diversos indícios de ilegalidades e ilegitimidades tanto da dívida externa como interna, federal, estaduais e municipais.
A carta também faz duras críticas ao arranjo que vem sendo implementado por diversos estados que, através da criação de empresas independentes (sociedades anônimas), gerenciam ativos públicos e tem autorização para emitir debentures que, na prática, constituem obrigação de mesma natureza de dívida pública, já que conta com a garantia dos respectivos entes federados.
Por fim, o documento exige uma resposta decente à população, que tem sofrido a subtração de direitos essenciais ao mesmo tempo em que enfrenta desemprego, queda salarial e aumento de tributos, e afirma categoricamente que não há saída sem o enfrentamento do Sistema da Dívida, sendo a realização da Auditoria da Dívida Pública Federal o ponto de partida desse enfrentamento
Clique aqui para ler a carta aberta.

quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

Esquema ilegal de geração de dívidas públicas para estados e municípios

Quarta, 9 de dezembro de 2015
Da Auditoria Cidadã da Dívida
Por Maria Lucia Fattorelli
Dá para acreditar que o Senado Federal possa ter aprovado “a jato” uma Resolução que contraria a Constituição Federal?
Pasmem! Em apenas 3 semanas, o projeto de resolução no 50/2015, datado 20/10/2015, assinado pelos senadores José Serra e Romário, percorreu todos os trâmites, e no mesmo dia,  em 10/11/2015, foi aprovado pela Comissão de Assuntos Econômicos e pelo Plenário do Senado. Assim surgiu a Resolução no 17/2015, que consta como tendo sido aprovada em 11/11/2015 nos registros disponíveis para consulta de normas do Senado[i], porém, em 10/11/2015 o Jornal do Senado já revelava a sua aprovação:
Senado aprova fim de barreiras à cessão de dívida ativa de estados e municípios
O Plenário do Senado aprovou nesta terça-feira (10) o Projeto de Resolução do Senado (PRS)50/2015, que elimina barreiras às operações de cessão de créditos da dívida ativa de estados e municípios. De autoria dos senadores José Serra (PSDB-SP) e Romário (PSB-RJ), a proposta havia sido aprovada mais cedo na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) e foi levada ao Plenário em regime de urgência.

sábado, 15 de agosto de 2015

A Dívida Elimina a Autonomia do Rio Grande do Sul

Sábado, 15 de agosto de 2015
Os auditores externos do TCE/RS afirmaram em relatório de 1999, um ano após a assinatura do contrato da dívida do Estado com a União, que o mesmo é prejudicial aos interesses do Estado. Primeiro, porque fere a nossa autonomia administrativa e financeira e, segundo, porque ele significa gastar mais com a dívida.
Um ano depois de assinado, já se sabia que o contrato não resolveria nosso problema financeiro.
A União intervém em nossas finanças através do Programa de Reestruturação e Ajuste Fiscal, cujo mote central é a austeridade fiscal. Ele significa diminuir drasticamente a presença do Estado na economia. E está sendo aplicado pelo atual governo. Como resultado desse programa, o investimento público em 2014 foi de apenas 73% daquilo que aplicamos em 2000. E esse não foi o pior ano da série. Em 2015 os dados devem ser piores.
Quanto ao aumento do gasto com a dívida, a Secretaria da Fazenda RS revela que nos anos anteriores ao contrato (1991/1997) gastamos em média 8% da nossa receita. Depois do contrato, passamos a gastar o dobro!
Vamos aos números: tomamos em 1998, em valores atualizados pelo IPCA (índice do IBGE que mede a inflação), R$ 26,9 bilhões, já pagamos R$ 29,7 bilhões e ainda devíamos em final de 2014 R$ 47,1 bilhões (dados do fiscal de tributos João Pedro Casarotto).
Ou seja, já tínhamos pago R$ 2,8 bilhões a mais do que o valor emprestado e estamos devendo 1,75 vezes esse mesmo valor. O contrato firmado se transformou numa grande agiotagem! Nos termos em que está, a dívida é impagável!
Somos o Estado mais endividado da nação e, nesta semana, acertadamente, o governo do Estado fez uma opção de atrasar o pagamento da parcela devida à União para pagar os trabalhadores do setor público.
A solução do problema da dívida é uma questão de Estado e, como tal, só pode ser resolvida politicamente. O RS tem a obrigação de liderar o conjunto de Estados devedores e pressionar a União para uma saída adequada.
Os movimentos sociais defendem que, além da revisão do contrato, é preciso auditar a dívida para entender como foi feita e evitar o problema no futuro.
Texto publicado em

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

Rollemberg cai na ditadura da agiotagem

Segunda, 23 de fevereiro de 2015
Do http://independenciasulamericana.com.br/
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CHEGOU A HORA DE ENTRAR NA ERA DE POMPEIA, GOVERNADOR! 

O titular do Plaácio do Buriti está diante de grande impasse: ou tenta seguir agenda neoliberal, simplesmente, impossível de ser cumprida, porque a austeridade econômica e financeira fracassa em todo o mundo capitalista, jogando populações contra governos, como se vê na Europa, em convulsão política, com emergência de esquerda radical contra status quo, ou parte para defesa enérgica de agenda política em defesa de ampla renegociação de dívida, chamando a população para largo diálogo, na linha socialista, à qual, politicamente, está filiado. A relação do governo federal com a unidades federativas está esgarçada pelo endividamento construído pelo SISTEMA DA DÍVIDA, produzido por ação não apenas nacional mas internacional no contexto da financeirização econômica especulativa global. O tesouro nacional, sob pressão desse SISTEMA,  fixou regras impossíveis de serem cumpridas pelos executivos estaduais e distrital, especialmente, no ambiente do ajuste fiscal baixado pelo ministro Joaquim Levy, que está paralisando, de forma acelerada, as forças produtivas. Não haverá saída no âmbito da austeridade. Olha o que está acontecendo na Grécia, na Espanha, na Itália, em Portugal, Irlanda etc. Brasília faz parte disso, é o mesmo problema. A reação ao arrocho fiscal neoliberal é global. A luta política internacional é contra o arrocho dos credores em cima das finanças públicas, para sucatear as economias emergentes, privatizando tudo e produzindo terra arrasada. A solução que Rollemberg busca, nesse momento, premido pelas circunstâncias, é suicida: tomar dinheiro emprestado junto a agiotas do mercado financeiro para pagar professores, sabendo que não poderá liquidar esse papagaio, se a economia não reagir. E não reagirá sob discurso neoliberal levyano. É a hora do jovem governador socialista levantar a voz para ganhar sonoridade nacional e internacional, como ganhou Tsipras, do Syriza, na Grécia.  Afinal, Brasília é o epicentro não apenas do Brasil, mas da América do Sul. Caso contrário, morrerá na mão dos agiotas e sua credibilidade junto à população irá para o espaço.

Herdeiro de uma desgraça financeira – R$ 3,5 bilhões de papagaios deixados pelo ex-governador Agnelo Queiroz, segundo as autoridades do GDF -, o governador Rodrigo Rollemberg está em vias de empenhar receita futura de impostos para levantar empréstimos em bancos privados para pagar professores, credores de benefícios trabalhistas da ordem de R$ 120 milhões.

Calcula-se, preliminarmente, que a taxa de juros, para um montante de cerca de R$ 400 milhões, a serem levantados na banca privada, ficará em torno de 17% a 20% ao ano!

Agiotagem pura, imposta pelo mercado financeiro, que, no Brasil, como se sabe, atua na base do oligopólio.

Rollemberg está caindo na armadilha feroz da dívida.

Os banqueiros agiotas, de burra cheia, registrando lucros superiores a 20% ao ano, em meio a uma economia com crescimento zero, financiando o governo às taxas de juros mais altas do mundo, imporão sua canga sobre a população do Distrito Federal, que, afinal, pagará a conta.

Rodrigo faria o que Tancredo Neves disse que jamais faria, ou seja, pagar dívida com a fome do povo?

Estima-se que a conta ficará em torno de R$ 60 milhões, por baixo.