Quarte, 6 de outubro de 2010
Do site "Auditoria Cidadã da Dívida"
O Jornal Folha de São Paulo comenta sobre o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) de 2% para 4% sobre a entrada de recursos destinados ao mercado financeiro, anunciado ontem pelo governo. A medida visa frear o movimento de valorização do real frente ao dólar, causado pela entrada excessiva de capital especulativo no país para ganhar com a dívida interna. A notícia mostra que, apesar da medida, o real continua se valorizando, prejudicando as exportações e estimulando as importações, gerando grande rombo nas contas externas.
Em primeiro lugar, cabe ressaltar que a decisão de aumentar o IOF é mais um reconhecimento, pelo governo, de um argumento largamente colocado por esta seção: de que há uma entrada excessiva de investidores estrangeiros para ganhar com os altíssimos juros da dívida interna. Porém, conforme mostrou o jornal, ontem o Japão baixou a taxa de juros, o que estimula ainda mais que os investidores estrangeiros tomem recursos lá fora para trazer para o Brasil. Além do mais, também ontem a agência de classificação de risco Moody's divulgou análises favoráveis ao Brasil, ou seja, recomendou aos especuladores comprarem títulos da dívida brasileira.
Cabe colocarmos um argumento adicional: os investidores estrangeiros ganham com a valorização do real, pois quando querem retirar seus investimentos do país, podem trocar os reais investidos por uma quantidade maior de dólares. Desta forma, se o dólar se desvaloriza em 4%, o efeito do IOF fica completamente anulado. E como o dólar caiu 1% somente no dia de ontem, se torna claro que são necessárias medidas bem mais contundentes para frear este movimento especulativo. As verdadeiras medidas seriam o controle sobre o fluxo de capitais - impedindo que o capital especulativo estrangeiro ganhe com as maiores taxas de juros do mundo às custas do povo brasileiro – e a redução nas elevadíssimas taxas de juros, que fazem a dívida aumentar indefinidamente, conforme reconheceu recentemente o próprio Banco Central.
O jornal Folha de São Paulo também informa que o Banco Central continua comprando os dólares que chegam ao país, sob o argumento de que isto aumentaria a demanda pelo dólar e assim impediria a queda da cotação da moeda americana, o que não se observa na prática. Na realidade, esta política gera grande prejuízo para as contas públicas, visto que o Banco Central termina por ficar com o “mico”, ou seja, o dólar, que tem se desvalorizado, e ainda é aplicado em títulos do Tesouro dos EUA, que não rendem quase nada. Por outro lado, para comprar estes dólares, o Banco Central entrega títulos da dívida interna, que pagam os maiores juros do mundo aos especuladores, às custas do povo.
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Acesse o site "Auditoria Cidadã da Dívida".
O Jornal Folha de São Paulo comenta sobre o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) de 2% para 4% sobre a entrada de recursos destinados ao mercado financeiro, anunciado ontem pelo governo. A medida visa frear o movimento de valorização do real frente ao dólar, causado pela entrada excessiva de capital especulativo no país para ganhar com a dívida interna. A notícia mostra que, apesar da medida, o real continua se valorizando, prejudicando as exportações e estimulando as importações, gerando grande rombo nas contas externas.
Em primeiro lugar, cabe ressaltar que a decisão de aumentar o IOF é mais um reconhecimento, pelo governo, de um argumento largamente colocado por esta seção: de que há uma entrada excessiva de investidores estrangeiros para ganhar com os altíssimos juros da dívida interna. Porém, conforme mostrou o jornal, ontem o Japão baixou a taxa de juros, o que estimula ainda mais que os investidores estrangeiros tomem recursos lá fora para trazer para o Brasil. Além do mais, também ontem a agência de classificação de risco Moody's divulgou análises favoráveis ao Brasil, ou seja, recomendou aos especuladores comprarem títulos da dívida brasileira.
Cabe colocarmos um argumento adicional: os investidores estrangeiros ganham com a valorização do real, pois quando querem retirar seus investimentos do país, podem trocar os reais investidos por uma quantidade maior de dólares. Desta forma, se o dólar se desvaloriza em 4%, o efeito do IOF fica completamente anulado. E como o dólar caiu 1% somente no dia de ontem, se torna claro que são necessárias medidas bem mais contundentes para frear este movimento especulativo. As verdadeiras medidas seriam o controle sobre o fluxo de capitais - impedindo que o capital especulativo estrangeiro ganhe com as maiores taxas de juros do mundo às custas do povo brasileiro – e a redução nas elevadíssimas taxas de juros, que fazem a dívida aumentar indefinidamente, conforme reconheceu recentemente o próprio Banco Central.
O jornal Folha de São Paulo também informa que o Banco Central continua comprando os dólares que chegam ao país, sob o argumento de que isto aumentaria a demanda pelo dólar e assim impediria a queda da cotação da moeda americana, o que não se observa na prática. Na realidade, esta política gera grande prejuízo para as contas públicas, visto que o Banco Central termina por ficar com o “mico”, ou seja, o dólar, que tem se desvalorizado, e ainda é aplicado em títulos do Tesouro dos EUA, que não rendem quase nada. Por outro lado, para comprar estes dólares, o Banco Central entrega títulos da dívida interna, que pagam os maiores juros do mundo aos especuladores, às custas do povo.
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