Terça, 23 de novembro de 2010
Publicado originalmente em "Auditoria Cidadã da Dívida"
O Jornal Nacional mostra os protestos da população da Irlanda contra o Acordo com o FMI, que significará pesados cortes de gastos sociais, para que sobrem recursos para pagar uma dívida ilegítima, feita para salvar os bancos falidos. Parte dos bancos privados do país foram adquiridos pelo governo, na tentativa de salvá-los, o que gerou grande déficit público.
O jornal Estado de São Paulo mostra que este acordo com o FMI poderá significar a demissão de 20 mil servidores públicos, além da redução do salário mínimo. O jornal também mostra que “se a Irlanda não cumprir os requisitos estipulados, o Fundo Monetário Internacional (FMI) terá o direito de intervir a cada trimestre como faz no caso grego e exigir mudanças em leis e novas medidas de austeridade fiscal.”
No Brasil, os rentistas também são privilegiados, conforme mostra outra notícia do Estado de São Paulo. Seja qual for o próximo presidente do Banco Central, “a questão da autonomia do BC está fora de discussão”, e “o governo Dilma será "responsável" na política monetária.” Portanto, as discussões que se multiplicam nos jornais sobre quem ocupará a cadeira de Presidente do BC bloqueiam as discussões que realmente importam: a auditoria da dívida e a necessária mudança nos pilares da política econômica, como o superávit primário (ou seja, a priorização da questionável dívida pública no orçamento) e o sistema de metas de inflação (que mantém taxas de juros várias vezes superiores aos demais países).
Por fim, o jornal O Globo traz manchete de capa equivocada, alegando que a maior parte do crescimento dos gastos no governo Lula se deve à Previdência Social e servidores públicos, e que as áreas da saúde e educação ficaram com somente 10% do aumento dos gastos de 2003 a 2010. O jornal dá a entender, portanto, que seria necessário conter as despesas com pessoal e previdência para que os recursos para a saúde e educação possam aumentar.
Porém, como sempre, a grande imprensa desconsidera os gastos com juros e amortizações da dívida, que representam mais que qualquer área social citada na reportagem.
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O jornal Estado de São Paulo mostra que este acordo com o FMI poderá significar a demissão de 20 mil servidores públicos, além da redução do salário mínimo. O jornal também mostra que “se a Irlanda não cumprir os requisitos estipulados, o Fundo Monetário Internacional (FMI) terá o direito de intervir a cada trimestre como faz no caso grego e exigir mudanças em leis e novas medidas de austeridade fiscal.”
No Brasil, os rentistas também são privilegiados, conforme mostra outra notícia do Estado de São Paulo. Seja qual for o próximo presidente do Banco Central, “a questão da autonomia do BC está fora de discussão”, e “o governo Dilma será "responsável" na política monetária.” Portanto, as discussões que se multiplicam nos jornais sobre quem ocupará a cadeira de Presidente do BC bloqueiam as discussões que realmente importam: a auditoria da dívida e a necessária mudança nos pilares da política econômica, como o superávit primário (ou seja, a priorização da questionável dívida pública no orçamento) e o sistema de metas de inflação (que mantém taxas de juros várias vezes superiores aos demais países).
Por fim, o jornal O Globo traz manchete de capa equivocada, alegando que a maior parte do crescimento dos gastos no governo Lula se deve à Previdência Social e servidores públicos, e que as áreas da saúde e educação ficaram com somente 10% do aumento dos gastos de 2003 a 2010. O jornal dá a entender, portanto, que seria necessário conter as despesas com pessoal e previdência para que os recursos para a saúde e educação possam aumentar.
Porém, como sempre, a grande imprensa desconsidera os gastos com juros e amortizações da dívida, que representam mais que qualquer área social citada na reportagem.
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