Sábado, 16 de julho de 2011
Da Veja
Diretor
afastado do Dnit diz que petista negociava reajustes de preço e recebia
"ajuda de custo" diretamente das empreiteiras
Rodrigo Rangel
Luiz Pagot ameaçou revelar no Congresso a
participação do PT e de petistas no escândalo do Ministério dos Transportes,
mas calou-se
Havia uma monumental expectativa em torno do
depoimento, no Congresso, do ex-diretor-geral do Departamento Nacional de
Infraestrutura de Transportes (Dnit) Luiz Antonio Pagot. Pilar da estrutura de
corrupção montada pelo Partido da República (PR) no Ministério dos Transportes,
Pagot foi afastado do cargo pela presidente Dilma Rousseff e, desde então,
ameaça envolver o PT e os petistas nas denúncias de irregularidades. Se era
blefe, houve quem sentisse calafrios. De renegado, Pagot passou a ser tratado
com uma deferência incomum para alguém acusado de cobrar propina e superfaturar
obras públicas. Foi recebido pelo chefe de gabinete da Presidência, ouviu
elogios de ministros, senadores e lideranças políticas do governo. Sua
"demissão sumária", anunciada pelo Palácio do Planalto, foi
substituída temporariamente por "férias".